MOSCAS  PODEM  TER  CONSCIÊNCIA? 

Sintetizava o astrofísico britânico Sir Artur Eddington que “a matéria prima do universo é o Espírito”, expressando que o fundamento do universo é de natureza metafísica, se contrapondo, pois, à matéria, única deusa dos materialistas que a ela tudo reduzem em sua soberba de negar o Espírito, preconizando que a Inteligência, a Razão e a Consciência surgiram no homem por um processo dialético-evolutivo de tal substância, constituinte de todos os seres e de todas as coisas. 

Mas tais elementos, céticos, materialistas, e coisas de igual teor, em sua irrisão e cegueira, estão a desaparecer da intelectualidade planetária, pois as pesquisas incessantes do não-Físico, do Abstrato e Consciencial de todas as coisas, são fatos probantes de que a Ciência acadêmica encaminha-se para o Espírito, este sim, como citado, incorporando o estofo, o substrato fundante de todas as coisas, desde a ameba ao homem, ou melhor, do átomo a Deus, pois que o átomo, para muitos elementos da Física Quântica, tem sido compreendido por fatores de ordem matemática por conter em si mesmo algo que se aproxima de um conteúdo intelectual. (Vide: “Problemas da Física Moderna” – M. Born, P. Auger, E. Schrodinger e W. Heisenberg – Edt. Perspectiva). 

Subindo-se um degrau mais, até às plantas, sabemos que “O Livro dos Espíritos” (Allan Kardec – 1857 – Ide), em seu Capítulo 4, ‘Princípio Vital’, e, conquanto sua brevidade no tocante ao tema, falava algo a respeito de “instintos”, dotadas que elas estão de uma “inteligência não racional”, que os seus continuadores - tais como Emmanuel, André Luiz, e etc – insinuaram haver nelas muito mais, pois estariam dotadas de rudimentos de memória, de percepção e de cognicidade, além de outras particularidades dos seres viventes a elas superiores, onde se destaca o homem como ápice da escala evolutiva das espécies que compreendem o efervescente habitat terreno. De tal forma que as plantas estão providas sim de alguma atividade psíquica em que, além das mais complexas funções celulares, elas processam a fotossíntese sintetizando compostos orgânicos a partir da presença da luz, da água e do gás carbônico produzindo o oxigênio da respiração animal. 

Todavia, pergunta-se: Onde se inicia a Consciência humana? Onde se inicia esta percepção íntima de si mesmo e das coisas relativas à nossa vida, nossa existencialidade? Onde os primórdios Conscienciais de distinguir-se o certo do errado, do que é bom e do que é ruim, em suma, de detectarmos as mais diversas relações dentre as coisas, e inclusive, dos aspectos afetivos, morais, de si para com o próximo, e, mais ainda, para com a complexidade de fatos e coisas que nos cercam abarcando famílias, parentes, amigos, relacionamentos os mais diversos da área social e profissional? Onde ela se iniciaria se a vida encerra padrões diversificados de comportamentos, de ações, de inteligência disso ou daquilo e onde a morte e o desaparecimento de seres e coisas sugerem, no íntimo de nós mesmos, haver uma sua contraparte, com seres e coisas que se transmudam ainda, se movimentam e se re-injetam novamente nas densas formas da materialidade, obedientes à palingenesia promotora de constantes mudanças em nosso interior, provando ao homem que o estruturalismo físico depende do Estruturalismo Psíquico e Consciencial de cada coisa, facultando-lhe continuidade imorredoura no tempo-evolução? 

O ilustre e mestre e codificador Allan Kardec, num resumo bastante interessante do tema suscitado, informava no referido volume de “O Livro dos Espíritos” (1857 – Ide), Capítulo 11, ‘Os Três Reinos’, que: 

“Os animais, compostos de matéria inerte e dotados de vitalidade, tem a mais uma espécie de inteligência instintiva, limitada, com a Consciência de sua existência e de sua individualidade” . (grifo deste articulista). (Opus cit.). 

Do que presumo que a Consciência se iniciaria em planos mais baixos ainda, pois ela, no nível puramente animal, já tem sua manifesta demonstração, levando minha intuitividade às suspeitas de que aí não seria o seu inicio, inteirando-me de que seus primeiros “respiros” se dera em planos mais baixos ainda, onde as potências e demais propriedades da energética espiritual das plantas, do mesmo modo, participariam e participam desse processo vital de contínua expansão e progressividade interior, desenvolvendo fases daquilo que se representaria como sua Consciência futura, de mais além.

Entretanto, o que está a dizer a Ciência dita oficial, no tocante a tão palpitante tema? Ela tem se mostrado favorável à referida Consciência dos animais e mesmo aquém de tal perspectiva? Para se ter uma idéia de como as investigações oficiais tem tratado a temática, solicito ao arguto leitor que consulte o site: “Jornal de Ciências Cognitivas”, mais exatamente o excelente texto do Médico Veterinário e Mestre em Bioética Dr. Manoel Magalhães-Sant’Ana, intitulado: “Consciência Animal: Para Além dos Vertebrados”, na Internet.

Cujo texto, de base científica, é extremamente favorável à idéia de um fator Consciencial nos animais vertebrados, e, indo além, discute se tal poderia igualmente manifestar-se nos seres invertebrados que, a benefício da dúvida, se lhe admite, argumentando sabiamente sobre a Bioética concernente a tais, e, mostrando, mais ainda, as relações entre Cognição, auto-Consciência e Senciência, sendo, esta última, em seu aspecto fenomenal, correspondente à capacidade dos animais expressarem sensações subjetivas como a dor e o prazer. 

Em suma, dada às dimensões científicas do excelente texto do Dr. Manoel Magalhães em epígrafe, gostaria que o leitor deste sucinto  texto de minha autoria, manifestasse curiosidade de consultar aquele outro, bem mais amplo, muito melhor e mais convincente do que este por mim disponibilizado. Mas que se consulte também, como complemento do mesmo, o formidável: “Até Uma Mosca Pode Ter Consciência, Dizem Neurocientistas”, em página da internet. 

Confirmando-se assim, no século vinte e um (21) do nosso cotidiano cibernético, e, de forma científica e experimental, posturas filosóficas do século dezenove (19), de instruções contidas nos livros de Allan Kardec, o grande gênio e missionário da Codificação Espírita, cujos acertos doutrinários vão muito além do que ora estamos a constatar, bastando ter olhos para ver e ouvidos para escutar. 

Mas não encerro este modesto artigo com Allan Kardec, e sim, para a nossa reflexão, com a sentença atribuída ao maior gênio da história da humanidade pela multiplicidade de seus talentos: 

“Chegará o tempo em que o homem conhecerá o íntimo de um animal e nesse dia todo crime contra um animal será um crime contra a humanidade”. (Leonardo da Vinci). 

Compêndios e Textos de Consulta: 

1-“Problemas da Física Moderna” – Max Born, Pierre Auger, E. Schrodinger e Werner Heisenberg – Edt. Perspectiva;

2-“O Livro dos Espíritos” – Allan Kardec – Ide;

3-“Consciência Animal: Para Além dos Vertebrados” – Texto Científico do Dr. Manuel Magalhães-Sant’Ana - Internet;

4-“Até Uma Mosca Pode Ter Consciência – Dizem Neurocientistas” -Texto Científico – Internet; 

Autor: Fernando Rosemberg Patrocínio

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