Nesta poesia falo da morte, do medo que temos de morrer, das lutas travadas para evitá-la. Termino por considerá-la amiga, vez que põe fim a todo sofrimento de quem morre.

 

MORTE

 

Sei que a morte não é uma maldição

Que a mesma não pode ser controlada

Que não morremos por acaso

Ela, a temida, a inquestionável

É o ponto final

Do curso da vida

 

A certeza que morreremos um dia

Que temos um dia marcado

É o que nos lança em uma luta diária

No afã desejo de vencê-la

Arrastamos o sofrimento

Até o último suspiro

Medo de morrer?

O medo do desconhecido?

São perguntas que perturbam o ser humano

 

Minha vida tem sido uma luta constante

Meus olhos já virão seres humanos

Vencidos pela dor, humilhação, solidão

É muito triste a decadência humana

Mas a morte indesejada, inevitável

Poe fim a dor, ao sofrimento, a miséria humana

Neste sentido ela é amiga.