MORTE... NUNCA MAIS!

 

Edgar Silva Santos

Manaus/Am

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      A morte é uma experiência igualitária e universal. Todos a enfrentaremos, a não ser que aqui ainda estejamos, quando do arrebatamento da Igreja.

      Os seres humanos somos os únicos da criação que sabemos que vamos morrer. Apesar disso, temos dificuldade em pensar na morte como parte da vida. Dela fugimos e às vezes até nos parece que somente os “outros” morrem. Heráclito indaga: “Por que temer a morte? Quando estamos, ela não está e quando ela está, nós já não estamos.” Na realidade não temos capacidade mental suficiente para imaginar toda a grandeza do que está do outro lado e isso faz com que temamos a morte e a consideremos algo inimaginável.

“Um homem enfermo, quando se preparava para sair do consultório do médico que o estava examinando, disse-lhe:

- Doutor, me assusta a morte... diga-me o que há do outro lado.

Mui suavemente o médico lhe disse: - Não sei.

- Não sabe? Você é um cristão e não sabe o que há do outro lado?!!

O médico tomou a maçaneta da porta...

Do outro lado se ouviam rasgados e gemidos e, quando se abriu a porta, um cachorro entrou na sala, saltou sobre o médico e com grande alvoroço começou a lambê-lo, cheio de alegria. O médico se voltou para o paciente e disse:

- Viu o que fez o cachorro? Ele nunca havia estado nesta sala antes. Não sabia o que havia aqui dentro. Não sabia que o dono estava aqui e quando se abriu a porta, saltou sem nenhum temor.

      Como acontecia ao homem dessa pequena história, a morte também nos assusta. No livro de Jó ela é chamada de “rei dos terrores”. Quando vamos a um algum velório, choramos não apenas pela saudade que sentimos de quem partiu, mas também porque nestes momentos nos lembramos de nossa própria finitude e nos ocorre o pensamento de que vamos morrer, da mesma forma.

      A Bíblia diz, no entanto, que Deus plantou a eternidade no coração do homem (Ecl. 3:11). No dizer de Abraham Lincoln: “Seguramente Deus não teria criado um ser como o homem para que só existisse por um dia. Não, o homem foi criado para a eternidade”.

      Estamos aqui, em transição para a eternidade. Nosso descanso não é aqui. Nossa vida aqui não se perpetuará. Verdadeiramente aqui vivemos “só um pequeno parêntesis na eternidade” (Thomas Browne). Nossa “tenda de campanha” vai se desfazer e então nos mudaremos para a “casa” celestial que Deus nos tem preparado. Sabemos que o mesmo Senhor, que está do nosso lado, está também do outro lado e nos aguarda.

      Não é isto sonho, nem é sono (da alma), como pensam os que confundem a morte com o sono, como aconteceu com os discípulos. Jesus lhes disse que Lázaro dormia e eles não puderam entender que o Senhor usava uma metáfora. Foi preciso que Jesus lhes falasse claramente: “Lázaro está morto”.

      Outros, ainda mais radicais, pregam o aniquilamento ou a destruição da alma, por ocasião da morte. Convenhamos, não há base bíblica para tais doutrinas.

      O apóstolo Paulo diz que “partir é estar com Cristo... o que é muitíssimo melhor” (Fil. 1:23). Não é partir para ficar “dormindo” inconsciente, muito menos, partir “aniquilado”, “destruído”, como se a morte fosse o fim da existência pessoal do indivíduo. É relevante lembrar que a palavra grega usada para “partir” neste texto é na verdade um termo náutico ou militar que significa primordialmente “ir-se rápido, para acampar em outro lugar”.

      Resta-nos estar preparados para o encontro com Senhor. Assim não precisaremos fazer como fez Filipe da Macedônia que encarregou um servo de lembrá-lo, a cada manhã: “Filipe, lembre-se que você haverá de morrer”.

      Melhor é certamente celebrar as palavras de Jesus: “... porque eu vivo e vós também vivereis” João 14:19.  Isto não é apenas vida após a morte, é vida em lugar da morte. Isto não é somente vida por um dia, ou por cem anos, é vida para sempre, na presença daquele venceu a morte e eternamente vive e soberanamente reina!