FACULDADES INTEGRADAS DE NAVIRAÍ – FINAV

HISTÓRIA ECONOMICA – PROF Me. CIRO T.  - 2º GEO

 

           MODOS DE PRODUÇÃO

Karl Marx e Engels foram os estudiosos da classe trabalhadora que desenvolvem a teoria do MDP n o séc. XIX. A Revolução Industrial inglesa a partir de 1750 deveria ser vista como a melhoria das condições de vida dessa classe e, eles buscam o motivo da situação injusta p/ transformá-la. Para tanto, precisam saber como o mundo se transformava, o que fazia com que as coisas mudassem. Na História da Humanidade há forças numa sociedade que vai transformando, trazendo algo de novo; para conhecer + profundamente uma sociedade se saber as relações de ‘produção’ existente, daí utilizar o termo MODO DE PRODUÇÃO (MDP). Os MDP não permanecem estáticos, parados, no desenvolver da História, eles estão em constante processo de transformação.

Modo de Produção

A maneira de se conseguir os meios de vida materiais, necessários para a sobrevivência dos homens e o desenvolvimento da sociedade. Historicamente, cada modo de produção representa a unidade das forças produtivas e das relações sociais de produção, o que pode ser visto numa dada Formação Histórica. Nas sociedades de classes existem forças opostas e que estão em constante processo de luta. Marx descobre que a grande lei que rege a marcha da História são as lutas existentes na sociedade: lutas políticas, religiosas e ideológicas que expressam lutas entre as classes sociais (há interesses opostos).

É impossível haver harmonia entre explorador e explorado; assim, é a LUTA DE CLASSES que constituiu o motor da História, o motor da transformação. Os MDP sucedem-se ao longo da História, desde o Primitivo, Asiático, Escravista, Feudal, Capitalista, que no seu desenvolvimento e esgotamento dará lugar ao MDP Socialista, chegando ao Comunismo (onde desaparece a luta de classes). Em seu estudo ativo do capitalismo e dos movimentos revolucionários operários, Marx define que a economia, modo como às sociedades produzem a sua vida material, determinam a estrutura política, jurídica, moral e religiosa – define esta teoria como MATERIALISMO HISTÓRICO.

Para Marx, a história da humanidade era a luta de classes em todo o processo histórico: define que na evolução da história da humanidade existem várias maneiras de produção - Antigüidade: PRIMITIVO, ASIÁTICO e ESCRAVISTA;  Medieval – FEUDAL; Moderno – FEUDAL E CAPITALISTA; Contemporâneo – CAPITALISTA E SOCIALISTA – culminando com o COMUNISMO. Nesta visão caberia aos proletários lutar p/ transformar a ordem por meio da ditadura do proletariado, instalando-se uma sociedade sem classes.

A ditadura do proletariado marcaria o advento do socialismo como a transição de uma sociedade baseada na propriedade privada e na existência de classe, para uma sociedade comunista fundamentada na inexistência de classes e na propriedade social dos meios de produção. Lembrando: o MDP Primitivo existiu nas sociedades igualitárias que não conheceram o excedente e o Estado organizado.

MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO

Marx estudou a Antigüidade Oriental, estudou muito como na Índia e na china os homens se organizavam na economia, na política e a importância de sua ideologia; com esse estudo chegou ao conceito de MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO. Não foi só a Índia e China que se organizaram da forma; na África e na América também se encontra povos com esse MDP e, mesmo assim utilizamos o termo asiático para designá-las. O exemplo clássico deste MDP, ocorrido na Antigüidade é o do Egito que tinha a produção econômica predominantemente agrária, com sociedade estratificada e estamental, com predomínio da teocracia como dominação política e na religião são politeísta.

O Faraó é deus, a natureza e terra lhe pertencem. Seu poder é divino e o Egito se organiza num Império TEOCRÁTICO. O Estado despótico controla a produção agrícola comunitária sustentada por grandes obras hidráulica. O trabalho comunitário é explorado por uma minoria que constitui o Estado que dirige a construção dos sistemas de irrigação (indispensáveis à produção agrícola); não existia a propriedade privada da terra; quem sustenta uma minoria (privilegiado era o excedente produzido pelas comunidades aldeãs); principal forma de apropriação era através do pagamento de tributos em produtos (agrícolas ou artesanais) em trabalho. No Egito Antigo o homem começa a ser explorado pelo Estado. Seu poder de controle e dominação existe exatamente graças à realização de grandes obras públicas. São à base de seu fortalecimento.  

MODO DE PRODUÇÃO ESCRAVISTA

É o modo de vida das sociedades clássicas: Grega e Romana – são sociedades importantes para podermos compreender o nosso mundo ocidental, pois foi o período da democracia grega, do Império Romano, que tanto influenciou a nossa cultura, a nossa maneira de entender o mundo e a nossa ideologia. Escravidão é um regime social definido por lei e os costumes como forma mais absolutamente involuntária de servidão humana. O trabalho ou serviço de um escravo é obtido pela força e a pessoa física é considerada propriedade de seu dono, o qual dispõe de sua vida. Desde os tempos mais remotos, o escravo é legalmente definido como uma mercadoria cujo dono ou comerciante pode comprar, vender, dar ou trocar por uma dívida, sem que o escravo possa exercer qualquer direito e objeção pessoal ou legal. A escravidão está baseada num forte preconceito racial, segundo o qual o grupo étnico ao qual pertence o comerciante é considerado superior. A maioria dos escravos, principalmente no auge do Império Romano vinha das conquistas de guerras (prisioneiros de guerra).

 

TRANSIÇÃO DA IDADE MÉDIA (-FEUDALISMO-) PARA A IDADE MODERNA (CAPITALISMO)

 

Pode se dizer que a Baixa Idade Média foi um período de transição do Feudalismo para a primeira fase do Capitalismo (Mercantilismo). Quando mencionamos a Idade Média estamos nos referindo a Alta Idade Média que tinha como base o sistema Feudal, sua economia era desmonetizada, não utilizavam moedas, base de troca era natural. Capitalismo usa moedas e seu valor era dado de acordo com o metal que o constituía.

Os Europeus se lançaram ao mar para buscar metais, pois acham que suas reservas estavam se esgotando. Nas navegações os europeus descobrem o Novo Mundo (Américas) e iniciam a Expansão Marítima Comercial. O Capitalismo visa o lucro, foi dividido em 3 fases: Mercantilismo – Cap. Ind. e  Cap. Financeiro.

MERCANTILISMO

 Doutrina de pensamento econômico prevaleceu na Europa nos séc. XVI, XVII e XVIII. Dizia que o governo devia exercer um controle forte na indústria/comércio p/ aumentar o poder da nação, exportar + que importar. O mercantilismo: conjunto de sólidas crenças: era preferível exportar para terceiros a importar bens ou comercializar dentro do próprio país; a convicção de que a riqueza de uma nação depende da acumulação de ouro e prata; e a justificação da intervenção pública na economia se voltada à obtenção dos objetivos anteriores.

 PACTO COLONIAL

 Conceito que designa aspecto do mercantilismo, segundo o qual as colônias deveriam fornecer matérias primas e produtos semi-acabados para as suas metrópoles, recebendo em troca produtos manufaturados. Supõe a exclusividade metropolitana, proibindo a colônia de receber mercadorias de outros países ou para eles exportar diretamente seus produtos. Conseqüência do pacto colonial: dificuldade p/ estabelecer um mercado interno, já que era proibido à colônia produzir artigos que concorressem c/ os da metrópole.

A política no Feudalismo era um poder descentralizado em relação ao Rei. Na Idade Moderna o Rei se alia a burguesia que trocam poder político e poder econômico entre eles. O Rei, então passa a ter um poder centralizado, possui então um exército, eles a utilizar um mesmo peso, medida, moeda, volume e fronteiras definidas, tudo isso estabeleceu uma monarquia.

A sociedade no Feudalismo era estamental. Significa que na sociedade não existia mobilidade, um servo sempre será servo, e o senhor Feudal sempre senhor Feudal. Na Idade Moderna era a burguesia que tinha o poder econômico, mas ela não tinha poder político, pois não era nobre. Isso a incomodada bastante. Então decidiram apoiar o Rei para conseguir poder político e social, pois o Rei não tinha poder econômico. A Igreja Protestante apoiava a burguesia. Em um momento o Rei se sentiu muito forte e começou a abusar da burguesia, cobrando altos impostos, então a burguesia derruba o Rei e assim ocorrem as primeiras revoluções burguesas.

Nas cruzadas cada participante tinha um objetivo que pode ser considerado apenas econômico, menos o objetivo cristão. A Igreja queria impedir o avanço do protestantismo, os senhores feudais queriam expandir suas áreas provocando a expansão marítima, assim podemos ver claramente os interesses econômicos. A Igreja Católica Apostólica Romana monopoliza a vida do homem na Idade Média. Ela impunha temor nos fiéis, à fé é a palavra chave. A igreja criou dogmas para persuadir o homem. Tudo nessa época possuía uma visão teocêntrica, o homem nessa época tinha visão de coletividade e pessimismo. Aos poucos com chegada do Capitalismo, esse homem se tornou mais individualista, canalizando a razão e a fé, se tornando ambíguo, ou seja, confuso e perdido.o teocentrismo se contrapunha com o antropocentrismo, assim a igreja foi perdendo o seu poder. O homem que vivia nos burgos realizava o comércio e era muito ambicioso. Tornava-se racional e agora acreditava na ciência, baseada na observação e na ciência, então surge um movimento chamado de Renascimento.

 

           MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA

           Em seu sentido mais restrito, o capitalismo corresponde à acumulação de recursos financeiros (dinheiro) e materiais (prédios, máquinas, ferramentas) que têm sua origem e destinação na produção econômica. São duas as principais correntes de interpretação do capitalismo. A primeira foi elaborada por Marx, para quem o capitalismo é fundamentalmente causado por condições históricas e econômicas. O capitalismo para Marx é um determinado modo de produção de mercadorias (mercadorias são objetos que têm a finalidade de serem trocados e não a de serem usados) que surge especificamente durante a Idade Moderna e que chega ao seu desenvolvimento completo com as implementações tecnológicas da Revolução Industrial.

           A idéia marxista de modo de produção não se restringe apenas ao âmbito econômico, mas estende-se a toda relação social estabelecida a partir da vinculação da pessoa ao trabalho. Uma característica básica desse modo de produção é que nele os homens encarregados de despender os esforços físicos, que Marx chama de "força de trabalho", não são os mesmos que têm a propriedade das ferramentas e das matérias-primas (posteriormente também das máquinas), denominados "meios de produção". Esta separação proporciona outro aspecto essencial do capitalismo, que é a transformação da "força de trabalho" em uma mercadoria, que, portanto pode ser levada ao mercado e trocada livremente (basta lembrar que no modo de produção escravista o objeto da troca é o escravo inteiro, e não só a sua força, enquanto que no feudalismo praticamente não havia trocas econômicas).

          Assim, a sociedade capitalista estaria dividida entre uma classe que é proprietária dos meios de produção e outra classe cuja única fonte de subsistência é a venda ou troca de sua "força de trabalho". Os argumentos apresentados por Marx para demonstrar a passagem do feudalismo para o capitalismo e a acentuação da divisão do trabalho são elaborados através de uma reconstrução histórica impossível de ser resumida aqui, sendo no momento suficiente apontar que ela passa pela desintegração dos laços entre senhor e servo e pela ampliação das relações comerciais (de troca), estas últimas que permitem uma acumulação inicial de riquezas (chamada por Marx de "acumulação primitiva").

           A explicação alternativa foi apresentada por Weber, e enfatiza aspectos culturais que permitiram a expansão do capitalismo. Para ele, o desejo pelo acúmulo de riquezas sempre existiu nas sociedades humanas, como no Império Romano ou durante as grandes navegações, mas até meados do século XVII faltavam condições sociais que justificassem a sua perseguição ininterrupta. Para demonstrar isso ele aponta as amplamente conhecidas condenações feitas pela Igreja Católica às práticas da usura e do lucro pelos comerciantes ao longo do século XV e XVI. Se tais restrições fossem mantidas, a chamada "acumulação primitiva" não teria sido possível. A mudança ocorre com a reforma religiosa promovida por Lutero e principalmente Calvino. Segundo eles, a atividade profissional estaria associada a um dom ou vocação divina, e, portanto seria da vontade de Deus que elas fossem exercidas. Assim o trabalho, que antes era visto como um mal necessário passa a ter uma valorização positiva.

           Mais que isso, Calvino aponta o trabalho como a única forma de salvação, e a criação de riquezas pelo trabalho como um sinal de predestinação. Esses dogmas religiosos, juntamente com outros menores como a contabilidade diária, formam o fundamento de uma ética, isto é de um conjunto de normas que rege a conduta diária do fiel. Essas normas, ao se encaixarem às exigências administrativas da empresa (valorização do trabalho e busca do lucro), criam as condições necessárias para a expansão da mentalidade (ou do "espírito", como o denomina Weber) capitalista e posteriormente da sociedade industrial.

           Esta explicação demonstra sua consistência quando observamos o elevado estágio de desenvolvimento econômico das sociedades que abrigaram representantes da Reforma (calvinistas, metodistas, anglicanos...): a Alemanha (berço da Reforma), a Inglaterra (pátria do Anglicanismo), os Estados Unidos (destino de milhares de protestantes expulsos da Irlanda católica e outros tantos imigrantes anglicanos ingleses), e os Países Baixos.

 

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: 1) Nas questões abaixo fazer a correção do que estiver ERRADO:

A. O MDP Escravista existiu apenas na Grécia Antiga __________________________ B. A época da expansão do comércio e das grandes navegações esta dentro da história medieval. _________________________________

C. O MDP que domina o mundo atual é o escravista _________________________________________________ D. O MDP que nasceu das contradições Socialista foi o capitalistas ____________________________________  E. Marx foi o historiador que enfatizou os aspectos culturais do capitalismo ______________________________ F. A idéia marxista de modo de produção  se restringe apenas ao âmbito econômico ________________________

2) Nos fatos abaixo, colocar o MDP que estão ligados:  A) Cruzadas __________________________; B) Dominação do Faraó no Egito Antigo ____________________; C) O esplendor da cidade de Atenas na Grécia antiga ________________ D) Desenvolvimento completo das tecnologias _______________________; E) Estágio final do MDP onde não haveria mais classe social __________________.

3) Complete: A) Tudo nessa época possuía uma visão teocêntrica, essa época foi a do _____________________;  B) Classe que tem o poder econômico na Idade Moderna _________________; C) O capitalismo causado por condições históricas e econômicas é defesa do historiador _________________; D) Em que período da história o poder era descentralizado _________________; E) O Anglicanismo é a religião oficial da __________________; F) Doutrina de pensamento econômico da Europa da época moderna ________________________; G) Qual foi o grupo que derrubou o rei no final da Idade Moderna _____________________; H) Quem desde os tempos mais remotos era legalmente definido como mercadoria de comprar ou venda era o ___________________; I) Quem  monopoliza a vida do homem na Idade Média _________________________________; J) Quem construiu o termo Materialismo Histórico foi ______________________; K)  Quem aponta o trabalho como a única forma de salvação e a criação de riquezas pelo trabalho como um sinal de predestinação foi _________________________