Tudo tem que ter medida. Desde as coisas mais simples às mais complexas. Esse é o segredo.

Mas o mundo moderno nos ensina diferente, então cabe a nós, moderar.

Mas essa tarefa se torna cada dia mais desafiadora diante de tantas possibilidades e diria até ilusões.

Assisti a um desses canais de vendas onde se prometia verdadeiros milagres nos mais variados assuntos: de perder peso sem sufoco a modelar o corpo no estilo barriga tanquinho em apenas 3 meses.

Pensei: - mas será que alguém acredita nisso? Será possível que aquela pessoa que já testou as mais variadas dietas e já passou literalmente fome, acredita que com esse produto e quase nenhum sacrifício, conseguirá virar uma sílfide?

Fui pesquisar. E qual não foi minha surpresa, ao tomar conhecimento que os tais kits haviam a-c-a-b-a-d-o.

E assim deve ser com a tal da engenhoca que promete ser milagrosa desde ser dobrável e caber debaixo de uma cama, a ter mais de 45 movimentos diferentes num aparelho do tamanho de uma tábua de passar roupa - o que promete te tornar uma coelhinha meteórica da Playboy.

Será que a culpa disso é dos fabricantes mesmo? Ou será que eles estão certos?

Vendem.

E só se vende o que é comprado, sem questionamento, é fato.

Então fica claro que depende do nosso olhar, da nossa diria disposição para a ilusão.

Acontece que como se sabe e muito bem, a ilusão tem prazo de validade, e quando expira decepciona.

Fica o recado: moderar nossa expectativa, calibrando com o possível, é onde mora a realidade.

Claudia Cataldi é jornalista e escritora.

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