Mistério.

Existia um caminho.

Um caminho.

Um caminho.

Apenas um caminho.

Naquele caminho.

Existia uma pedra.

Uma pedra.

Uma pedra.

Apenas uma pedra.

 

Sei que esse fato foi fenomenal.

Fenomenal.

Fenomenal.

Fenomenal.

O povo da cidade soube.

 Era um segredo.

Um segredo.

Um segredo.

Mas teve que ser revelado.

Um grande segredo.

A revelação de um caminho.

Não sei por que teve que existir.

Esse caminho.

Esse caminho.

Esse caminho.

 

Não tinha nenhuma outra história para contar.

Só sabia da existência desse caminho.

De uma pedra no meio do caminho.

Mas porque tinha que ter exatamente.

Essa pedra.

Essa pedra.

Essa pedra.

Mas o mundo é assim mesmo.

Existem coisas que não entendemos.

Nunca entendi desse caminho.

Muito menos da pedra.

No meio desse caminho.

No meio.

No meio.

No meio.

Exatamente na metade.

 

Sei.

Que existiu esse caminho.

Tenho certeza dele.

 Hoje ninguém passa por ele.

Está solitariamente abandonado.

Como se nunca tivesse existido.

Lembro-me então da ficção da sua existência.

Daquele caminho que existiu.

Apenas dele.

Dele.

Dele.

Dele.

Não sei nada mais além da sua existência.

 

Edjar Dias de Vasconcelos.