Aqui estou eu novamente em meus pensamentos e ao mesmo tempo soltando-os neste papel.
Às vezes eu analiso minha própria vida e percebo que por ela nada consegui fazer e o pouco que fiz vejo ruir todos os meus sonhos diante dos meus olhos, os sonhos mais loucos eu não realizei.
Desde a infância eu sonhava com uma vida alegre, cheia de realizações e poesias, mas nenhuma das sementes que plantei consegui colher, o fruto da minha esperança caiu antes mesmo de amadurecer, tudo o que eu quis colher no outono, deixou de florir na primavera e secou com o frio do inverno.
E este mesmo inverno continua na minha alma.
Eu olho ao meu redor e penso, vendo que todos os sonhos e realizações estão se destruindo aos poucos, vejo que o fruto da minha paixão foi a causadora de tantos conflitos.
Desde o começo, minha vida tem sido um tormento, dentro de brigas e discussões.
A violência marcou a minha vida...
E agora muitos anos depois, eu não agüento mais viver assim.   
Agora eu dou o meu grito e liberdade e busco a paz.
Eu vou plantar novas sementes, a semente do amor, da fé, da bondade, da sinceridade e da confiança e muitas outras sementes que estiveram desde minha infância guardada em meu coração.
Nenhuma das sementes deixará de florir outra vez, para poder ser colhida no outono e durante todo o inverno.
E para que a paz perdure na minha alma, o fruto da esperança será o mais forte e desabrochará sempre, para uma nova vida, para as constantes realizações e para um pensamento idealista, nenhuma semente nova deixará de ser plantada, para que eu não me esqueça que apesar de replantar as sementes mortais, as vivas viram durante toda a eternidade e que os sonhos sejam realizados, mesmo que demoradamente, pois a semente da esperança seja plantada junto com a da paciência e do amor.
Primavera, verão, outono e inverno, serão conjugados em uma só época, na estação da eterna e duradoura esperança do nascer de um dia de sol.

 

 

EWALD KOCH