A Diretora Executiva, Josette Sheeran, tem dito num comunicado que 2,2 milhões de pessoas não foram atendidas ainda, exclarecendo que trata "do ambiente o mais perigoso que enfrentamos no mundo, pois as pessoas estão morrendo" o assunto não é da política, mas é como salvar agora vidas humanas».

As Nações Unidas tinham anunciado a fome quarta-feira passada em duas áreas do sul da Somália, Bakool e Oaur Shabelle, advertindo que a fome pode se espalhar rapidamente se os doadores não se mobilizaarem, enquanto o Secretário-Geral das Nações Unidas Ban Ki-Moon estimou a catastrofe em 1,8 bilhões de dólares para fazer face a situação.

Os respsonsáveis do Programa Alimentar Mundial têm dito que estão pensando começar a julgar a comida de aviões em algumas áreas controladas pelo movimento dos jovens islâmcios, que impôs a proibição de ajuda alimentar em 2010.


Em um contexto relacionado, os rebeldes do movimento dos «jovens» islâmicos rejeitaram o retorno da assistência internacional para as áreas que eles controlam, considerando a Declaração das Nações Unidas sobre a fome uma manobra fabricada pelas Organizações Internacionais.

No entanto, as Nações Unidas confirmaram a sua determinação em trabalhar junto seus parceiros para tentar aliviar o sofrimento de milhões de vítimas da seca que conhece esta região da África castigada durante um meio século.

O Porta-voz do movimento da «Juventude» islâmica, Sheikh Ali Mahmoud Raj, anunciou sua lealdade à organização de "Alcaida", considerando que as organizações humanitárias advertidas pelos insurgentes islâmicos no passado continuam impedidas em áreas que eles controlam.

Declarando à Rádio- "Al Furqan islâmico somalis" que os grupos impedidos anteriormente não são bem-vindos ​​para trabalhar em áreas sob nossos controles". Esclarecendo o Porta-voz do movimento «houve seca na Somália mas não a fome, aquilo que foi declarado pelas Nações Unidas equivocado 100%», considerando que a «Declaração de fome é política». As organizações que foram impedidas querem que os «somalis emigrem para os Estados vizinhos, Quênia ou Etiópia cristã».

Por outro lado o Comissário da União Europeia prometeu ajudar, intensificando os esforços em benefício de 12 milhões de pessoas, que lutam contra uma grave seca no leste da África, tratando de oferecer quase 30 milhões de euros extra.

A Kristalina Georgieva tem dito perante a sua visita ao maior campo de refugiados no mundo, em campos de Dadaab, leste do Quênia, na fronteira com a Somália "Nós se comprometermos a fazer o possível em prol desta gente».


Prometendo oferecer 8.270.000 ? (40 milhões de dollares) adicionais, com 70 milhões de euros oferecedo pela União Europeia para ajudar as vítimas da pior seca que atingiu a região durante décadas. E a onde se estende para regiões como a Etiópia, a Quênia e a Somália, que convivem com uma guerra civil, além de Djibuti e Uganda.

O campo de refugiados de Dadaab acolhe os fugitvos inclusive da fome e combatentes na Somália e abriga cerca de 380 mil pessoas.

A sra Georgevina lembrou que " as Organizações consideram muito os esforços do governo e do povo da Quênia". Devendo compartilhar essa responsabilidade, face a esta onda de seca que ameça estas áreas onde vive cerca de 12 milhões de pessoas no Corno de África. Na Somália, a crise levou a uma escalada do conflito que obrigou as Nações Unidas a declarar o estado de fome nas duas áreas no sul da Somália, sob o controle da juventude rebelde islâmica.

Tendo em vista que o governo queniano se moblizou para receber mais de 40 mil outros refugiados nos campos de Dadaab, embora as aeras não foram ainda prontas para recebê-los. Quênia teme que se arrastam entre os refugiados rebeldes da Somália, terroristas pertencentes aos grupos separatistas e radicais como Polisario afetados pela seca e a falta de meios de subsistência.

O Porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Vivian Tan, numa conferência de imprensa tem dito que "Outros 30 mil chegaram ao acampamento a 50 quilómetros do centro da capital." Lembrando que diariamente a Organização recebe um milhar de pessoas em Mogadíscio, onde os alimentos parecem insuficientes para tanta gente. "Isto provoca sérias disputas e também saques", anotou a organização. "O resultado é que muitas pessoas, sobretudo as mais fracas e vulneráveis, acabam por ficar de mãos vazias apesar dos esforços das organizações de ajuda humanitária", disse o ACNUR.

A actual seca no Corno de África continua sendo a pior dos últimos 60 anos, já matou dezenas de milhares de pessoas e ameaça Somália, Quénia, Etiópia, Djibouti, Sudão e Uganda.

Lahcen EL MOUTAQI
Professor e pesquisador da Universidade Moh.V-Rabat-Marrocos