Um conto infantil- Mig, a formiguinha 

Em um lugar bem distante da cidade grande, em um campo cheio de relvas e flores e com um pequeno lago moravam vários bichinhos e, entre eles, havia uma formiguinha que morava em uma lata de refrigerante, mas não era uma latinha comum, não era não. A formiguinha, que se chamava Mig, contando com a ajuda de outros bichinhos modificou e transformou a latinha em um verdadeiro lar. 
Há tempos atrás quando a formiguinha encontrou a latinha na beira da estradinha, jogada que foi por um humano sem juízo viu, ali, a oportunidade de ter uma casa muito linda. Chamou seus amiguinhos para que a ajudassem a levar a latinha para mais para o meio do bosque, bem junto ao lago e colocá-la num lugar mais alto onde ela poderia ver toda a paisagem e que todos pudessem ver a sua casa que seria muito linda.
Então veio o SR. Gui, que era um bondoso gafanhoto e que tinha a fama de ser muito inteligente. O Sr. Col, que um poderoso caracol e que pela sua força já que carregava sua casa nas costas, várias outras formigas amigas da formiguinha, e o engenheiro da turma, o Senhor Bel. Bel era uma abelha famosa por construir suas colméias tão bem organizadas e com linda forma geométrica. O Sr. Gui e o Senhor Bel começaram a discutir sobre qual seria a melhor forma de levar a latinha para o outro lado do lago, distante da estrada, onde seria um lugar mais seguro e bonito. Decidiram que a formigas deveriam cortar pequenos galhos que serviriam como roda para deslizar a latinha. Colocariam esses galhos por baixo da casinha e o Sr. Col teria um cipó amarrado em suas costas e a outra ponta na latinha. Sr Col puxaria e as formigas iriam trocando os galhinhos sobre a latinha. E assim fizeram e forma atravessando a relva, parando de vez em quando para descansarem.  Chegaram à beira do lago e teriam que atravessá-lo para cortar caminho ou então dar uma grande volta para chegar do outro lado. Enquanto o Sr. Gui e o Senhor Bel, tentavam descobrir qual a melhor maneira de prosseguir a missão ouviram uma voz que vinha de dentro do lago. Era o SR. Lab. Lab era um lambari muito esperto que morava no lago há muito tempo e era respeitado por todos os outros peixes. Era, de fato, um líder no lago. Lab dizia aos amigos: - O que está acontecendo? Que latinha é essa? Para onde vocês estão indo? Tantas perguntas assim, de supetão, pegaram a todos de surpresa, mas o Sr. Gui prontamente respondeu ao Sr. Lam o que estavam fazendo e da dificuldade de levar a latinha para o outro lado do lago. Sr. Lam, de pronto, se ofereceu para ajudar. –Mas como? Indagou o Sr. Col. -Bem, disse o SR. Lam, a latinha está vazia suponho, senão vocês não estariam conseguindo puxá-la e nem empurrá-la e, assim, dessa maneira poderíamos colocá-la na água e, flutuando, seria mais fácil levá-la ao outro lado do lago. Vamos, tragam-na até a margem do lago e eu me encarrego do resto.  Agora, todos vocês, arrumem mais galhos para que possamos fazer uma balsa, falou o Sr. Lam. O Sr. Gui logo entendeu o plano do pequeno peixe e foi dando as ordens aos demais. – Vamos pessoal, busquem mais galhos e cipós para construirmos a balsa. Assim feito. Todos os bichinhos saíram à procura de mais pauzinhos e cipós e assim, construíram a pequenina balsa e, sem muito esforço, conseguiram colocar a latinha sobra ela e a empurraram até a água. O SR. Lam sumiu por alguns instantes e logo voltou com mais ajuda. Duas carpas colocaram-se ao lado da balsa para evitar que ela virasse e um cascudo postado na parte de trás começou a empurrar a embarcação. Os amigos que ficaram à margem do lago empreenderam a jornada a pé pelas margens do lago pra chegarem até o outro lado com exceção do SR. Gui que decidiu subir na latinha, segurando bem firme com suas longas patas e batendo suas asas para evitar que ela se mexesse e pudesse rolar para fora do improvisado barco. O SENHOR Bel, sobrevoando o local ia indicando o caminhando tanto para os que caminhavam tanto para aqueles que iam através do lago. Mig a tudo assistia entusiasmada com o que seria sua nova morada. Ela tinha planos de transformá-la em um verdadeiro lar onde pudesse receber todos os seus amigos e. Quem sabe, constituir uma família.
A jornada em torno do lago não seria tão fácil. O caminho era muito longo e o dia já ia longe e logo escureceria e, no céu, nuvens escuras começaram a aparecer anunciando mal tempo. Todos precisavam chegar à outra margem para ajudar a tirar a latinha da água e levá-la até o lugar escolhido pelo Sra. Mig e, enquanto isso o Sr. Lam e seus amigos continuavam a travessia do lago. Caminhando pela trilha, no meio da relva, a caravana prosseguia e, para surpresa de todos, saindo de um arbusto apareceu o Sr. Thur-RAh. Thur-RAh era uma tartaruga com seus mais de cinqüenta anos e, durante todo esse tempo, morava no entorno do lago em uma toca sob uma enorme mangueira. Ele amava esse lugar pela sua beleza, por seus amigos e, é claro, pelas mangas maduras que se desprendiam de seus galhos caindo à porta de sua toca e ele as saboreava com muito prazer. Sr. Thur-RAh, depois de saber de toda a história se prontificou a ajudar. –Venham todos e subam em minhas costas, disse ele. –Sou lento, mas irei mais rápido que vocês, pois logo vai escurecer e deverá chover também. E, assim, montados nas costas de Thur-RAh retomaram a viagem. O SENHOR Bel, que do alto observava a cena, desceu e cumprimentado o Sr. Thur-RAh, agradeceu a ajuda. No lago, a travessia continuava. Estavam ainda a meio caminho e o Sr. Lam começava a se preocupar, pois se o tempo mudasse logo começaria a ventar e, se ventasse, o lago criaria ondas que poderiam fazer a embarcação soçobrar. -Mais rápido, mas rápido dizia para as carpas e o cascudo. Ao longe, por sobre as colinas que circundavam o local todos viram uma luz repentina e depois o barulho. Eram raios e trovões. Sr. Thur-RAh apressou o passo, mas como era uma tartaruga, pouco aumentou em sua velocidade. As formigas e a Sra. Mig que estavam sobre o Sr. Thur-RAh começaram a ficar preocupados, pois a chuva para eles era muito perigosa. Pingos mais fortes poderiam derrubá-los das costas de sua montaria e poderiam se machucar. O Sr. Col sugeriu então que, se realmente chovesse todos deveriam se abrigar sob sua casa. Casa que ele carregava nas costas, sobre a tartaruga. Viram os trovões aumentarem de intensidade e uma pequena brisa balançava os dentes-de-leão e as gramíneas que havia pelo caminho. SR. Lam acabava de chegar à margem do lago e empurraram a balsa improvisada para a margem e, dentro d’água, ficaram aguardando a chegada da caravana de amigos. Nas colinas a chuva já caía impiedosamente e não tardaria para ela chegar ao pequeno paraíso dos amigos. Sr. Lam estava impaciente, pois o tempo se esgotava, porém ouviu barulho e viu a comitiva chegar. 
Sra. Mig e os demais agradeceram ao Sr. Lam e retomaram o trabalho de levar a latinha até o ponto escolhido pela Sra. Mig. 
O Sr. Thur-RAh teve uma idéia. Ele poderia levar a latinha pela sua boca até a pequena elevação escolhida pela formiguinha e, os demais ficariam ainda sobre suas costas. Dito e feito. E, antes que a chuva caísse, estava a latinha no local certo. Sra. Mig e as demais formigas entraram na latinha enquanto o Sr Thur-RAh se dirigia à sua toca que fica bem pertinho e o Sr. Col, que adorava água e, é claro, a chuva foi calmamente para seu abrigo. Todos assim iriam ficar vizinhos. A chuva veio, não com tanta intensidade e logo passou. As formigas saíram da latinha e foram para suas casas. Era um grande formigueiro que ficava próximo e elas iriam chegas antes do escurecer. A Sra. Mig, satisfeita, deitou-se dentro daquele objeto que seria seu lar para dormir com grandes planos para o dia seguinte.
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O dia amanhecera esplêndido. Os primeiros raios de sol refletiam nas gotas da chuva que ficara sobre as folhas das plantas e nas pétalas das flores. O lago parecia ter uma linha brilhante que o cortava ao meio pela luz que nele batia.
Sr. Thur-RAh já estava ao lado aguardando para ajudar no que fosse preciso. Logo apareceu o Sr. Gui e o SR. Col e várias ou tas formiguinhas. O Sr. Gui, inteligente como era, sugeriu que a casinha deveria ficar na posição horizontal com a abertura existente servindo como porta. –Ótimo, disse a Sra. Gui. Era exatamente o que eu havia pensado, mas precisamos ainda colocar pedras em volta para evitar que ela role dessa pequena elevação e, ainda, usamos pedras menores para formar um pequeno caminho e, ao lado dessa estradinha, vou plantar flores, muitas flores. Devo também chamar nossos amigos cupins e as formigas cortadeiras, pois pretendo abrir janelas na minha casa. O Senhor Bel, que havia chegado há poucos instantes, alçou vôo e foi procurar os cupins e as formigas cortadeiras. Enquanto aguardavam a volta do Senhor Bel, Thur-RAh e o Sr. Col foram colocando pedras para segurar a latinha. AS pedras que ficavam na margem do lago, formando uma prainha, serviram muito bem ao intento, pois havia de várias formas e tamanhos.
Depois de algum tempo, e a latinha estar bem firme, chegaram os novos ajudantes. A Sra. Mig, reunida com os cupins e as formigas cortadeiras disse a eles o que deveriam fazer. Ela queria uma janela sobre a abertura existente e mais duas janelas, uma ao lado da outra na lateral da latinha. Essas janelas deveriam ser cortadas em três lugares, exceto na parte superior de maneira que ela pudesse fechá-las quando fosse necessário e, por dentro da latinha ela queria construir um piso com o objetivo que ficasse plano, uma vez que a latinha era redonda. Todos se puseram a trabalhar. As formigas construindo as janelas e os cupins fazendo o piso, já que eles eram mestres na construção. Depois de tudo pronto, faltam as cortinas para as janelas e para as portas. Quem poderia fazê-las senão as aranhas tecelãs? As Aranhas teceram as teias que iriam servir como cortinas. Dias depois, usando folhas e flores de algumas plantas a Sra. Mig fabricou tintas de várias cores com as quais tingiu as cortinas e pintou porta e janelas e, também, toda a casinha por dentro e por fora.
 Algumas cores eram azuis, outras vermelhas, verdes e outras amarelas, sempre contando com a ajuda de todos seus amiguinhos do bosque. Depois que tudo ficou pronto a Sra. Mig convidou a todos os bichinhos para uma grande festa de inauguração. Sr. Gui trouxe a sanfona, o Sr. Col o violino, Senhor Bel a flauta, SR. Thur a tuba, as formiguinhas, junto com os cupins faziam o coral e todos os outros dançavam. A Sra. Mig? A Sra. Mig era só alegria.