Metrópole

 

O jovem Bóris corre com a maior rapidez possível. Nem olha por quem passa. Tem que chegar logo ao seu destino, senão terá um sério problema. A mochila pesada que leva às costas parece imponderável diante da velocidade que desenvolve.

Um grito se ouve em meio aos transeuntes:

── Pega ladrão, pega ladrão!

As pessoas olham ao redor e vêem o rapaz em sua desabalada corrida. Correm atrás dele tentando agarrá-lo. Só pode o ladrão, pensam todos. É quase atropelado por carros que circulam no congestionamento do trânsito. Quanto mais o perseguem, mais ele acelera o passo.

Esbaforido, chega à Estação Rodoviária, quando conseguem segurá-lo. Chamam a polícia. Bóris está sem fôlego e nem consegue dizer uma só palavra. A sua espera uma senhora grita:

── Por favor, parem de tratá-lo assim. Ele não é ladrão. Está só tentando não perder o ônibus que o levará ao interior, onde mora sua mãe que está muito doente. Faltam poucos minutos para a partida.

Enquanto isso um homem que correndo também, acompanhara toda a cena, começa a rir sem parar, feliz com a confusão que causara na cidade grande.