Tomar decisões é uma tarefa complexa, que nem sempre está ao alcance de qualquer pessoa, na medida em que são vários os fatores, circunstâncias e causas que estão na origem de uma dada situação, que é necessário conhecer e resolver.

Uma das condições para se tomar uma Decisão é dominar, ainda que minimamente, o respetivo processo, depois as concernentes técnicas a aplicar, na resolução do problema, conflito ou situação. Aliás, a tomada de Decisão implica fazer uma análise de uma situação, ou de um problema, identificar possíveis ações, a sua avaliação e escolha do percurso a seguir.

Assim, por uma questão metodológica, e também para melhor compreensão de todo o processo, importa conceptualizar o termo Decisão: «Uma decisão é um juízo que leva a uma escolha entre alternativas. Raramente se trata de escolher entre o que está certo e o que está errado. Na melhor das hipóteses, é uma escolha entre o quase certo e o provavelmente errado –, mas, em geral, é uma opção entre duas ações possíveis, nenhuma das quais sendo mais correta do que a outra.» (DRUCKER, Peter, 1967, in: ARMSTRONG, 2005:58).

Convém salvaguardar alguma prudência, no sentido em que não se deve esperar, ou mesmo desejar chegar, com facilidade, a um consenso, porque muitas e boas decisões emergem, por vezes, de pontos de vista conflituosos, e sabe-se que na maioria das situações, não se tomam deliberações sem desacordos, porque a unanimidade, nem sempre é possível.

Numa perspectiva diferente, ainda, e, se se quiser complementar, também se pode aceitar que a Decisão é uma escolha consciente, de um modo particular de ação, sobre outras alternativas, no sentido de resolver um determinado problema.

Entre muitas teorias sobre esta temática, consideram-se os seguintes tipos de Decisão: a) Decisão Impulsiva – Tomada, geralmente, sob a influência emocional, não ponderando a ação e suas consequências: b) Decisão, com Certeza – Os corolários de cada alternativa são, claramente, conhecidos; c) Decisão, com Incerteza – Os efeitos de cada alternativa são quase completamente desconhecidos; d) Decisão de Risco – Os desfechos de cada alternativa não são completamente conhecidos, mas conhece-se alguma coisa quanto à probabilidade de ocorrência de um dado resultado, e) A não-decisão ou a indecisão leva a pessoa a não querer, a não ser capaz ou não saber, respetivamente, como escolher uma alternativa viável para atingir o que inicialmente tinha previsto.

Tomar boas decisões dá trabalho. Exige dispêndio de tempo, de energia e de recursos. As pessoas podem ter um elevado grau de controlo sobre as suas vidas, e sobre o que lhes acontece através de um constante e consciencioso uso da tomada de Decisão. Para tal é necessário que seja conscientemente assumida a responsabilidade de tomar decisões.

Existe um processo para tomar boas decisões, que pode ser aprendido e praticado. Como qualquer outra competência, a capacidade para tomar decisões torna-se mais simples e mais efetiva com a prática, mesmo que por vezes se cometam erros, porque equivocar-se, corrigir e não repetir o engano, também é um processo de aprendizagem.

Uma boa Decisão é formada através da utilização do processo de tomada de “Decisão Planeada”, mesmo se as suas consequências não correspondam às que são sempre as desejadas. O uso do processo de tomada de “Decisão Planeada”, não significa, necessariamente, que as consequências sejam as melhores, porque pode surgir algum imponderável.

Significa que a probabilidade de obter boas consequências, é mais elevada do que usar qualquer outro processo de tomada de Decisão. A planificação, mesmo que mental, é fundamental, para evitar consequências desagradáveis, ou pelo menos para as minimizar.

Assim, a forma mais eficaz de tomar uma Decisão é planear essa mesma Deliberação, adotando uma metodologia que se pode denominar como o “Processo de Tomada de uma Decisão Planeada” o que implica que: se reconhece a existência de um problema; se deve defini-lo correta e realisticamente; e responder-lhe como agir.

No processo de tomada de Decisão, podem (e devem) respeitar-se as seguintes fases: 1) Tomar consciência da necessidade de decidir, e explicar o problema: o Quê? O Porquê? Qual é a sua extensão? 2) Fixar objetivos realistas: o que é que se pretende atingir? 3) Encontrar, ou criar alternativas, e colocar hipóteses, 4) Imaginar as consequências das alternativas, e recolher informação; o que pode suceder relativamente a uma dada alternativa? 5) Ponderar o valor de cada alternativa; entre diversas possíveis, em que é que variam? Qual, ou quais, a ou as melhores? 6) Escolher a alternativa de valor mais elevado; qual é a que melhor se adapta à resolução do problema? 7) Repensar a escolha; 8) Agir de acordo com a escolha, pondo em prática a melhor alternativa; 9) Experimentar os resultados.

Uma outra abordagem, eventualmente mais complexa, é possível para se tomar decisões, resumindo-se os dez principais passos a observar: «1) Tomar decisões mais rápidas; 2) Evitar protelar; 3) Preparar para o inesperado; 4) Pensar antes de agir; 5) Cuidado com os pressupostos; 6) Aprender com o passado; 7) Ser sistemático; 8) Falar no assunto; 9) Esperar algum tempo antes de pensar no assunto; 10) Prever potenciais consequências.» (ARMSTRONG, 2005: 59-60)

 

Bibliografia

 

ARMSTRONG, Michael (2005). Como ser Ainda Melhor Gestor. Guia completo de técnicas e competências essenciais. Tradução, Geraldine Correia e Raquel Santos. Lisboa: Atual Editora

 

Venade/Caminha – Portugal, 2020

 

Com o protesto da minha perene GRATIDÃO

 

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

 

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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