MÉTODOS DE APRENDIZAGEM UTILIZADOS EM CRIANÇAS DE 3 A 4 ANOS, PARA PREPARAÇÃO DA INCLUSÃO NO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.

MÉTODOS DE APRENDIZAGEM UTILIZADOS EM CRIANÇAS DE 3 A 4 ANOS, PARA PREPARAÇÃO DA INCLUSÃO NO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.

LEARNING METHODS USED IN CHILDREN FROM 3 TO 4 YEARS, FOR PREPARATION OF INCLUSION IN THE 1ST YEAR BASIC EDUCATION.

JÉSSICA DE LIMA GOMES¹
JÉSSICA PAIVA ALVES¹
LAUANE APARECIDA CRISTINA DA SILVA¹
NATALIA OLIVEIRA FERREIRA¹
PRISCILA RODRIGUES SILVA¹
ANA PAULA BARBOSA²
RESUMO

Neste artigo vamos apresentar os resultados da pesquisa sobre os métodos de aprendizagem que são utilizados na instituição Creche Grupo Fonte de Paz na cidade de Franca SP, para a inclusão das crianças no 1° ano do ensino fundamental. Observamos como a instituição vem colaborando para o preparo dessas crianças para a saída da creche, não só para a pré-escola, mas também para a vida, pois envolvem questões de atitudes e valores. Este artigo foi baseado em uma investigação sobre a busca da compreensão dessas atividades dentro do contexto infantil. Os métodos utilizados foram questionário e a observação. O questionário foi aplicado diretamente para os colaboradores da instituição com perguntas de múltiplas escolhas, com o intuito de observar quais eram as atividades mais desenvolvidas dentro da creche. A partir do questionário aplicado dentro da instituição, obtivemos resultados significantes sobre os métodos de aprendizagem que foram utilizados com as crianças. Sobre os resultados, observamos que, os colaboradores consideram como mais importante às atividades que estimulam a fala e influenciam no desenvolvimento sensório motor, cognitivo e social. São de grande importância também, as questões que abrangem atitudes e valores.

Palavras chave: Desenvolvimento; Aprendizagem; Criança; Inclusão.

ABSTRACT

In this article we present the results of research on learning methods that are used in the institution Nursery Group Power Peace in the city of Franca SP , for the inclusion of children in the 1st year of elementary school . Observe how the institution is working to prepare these children for the output of the nursery , not only for pre - school, but for life , as they involve questions of attitudes and values ​​. This article was based on an investigation into the pursuit of understanding of these activities within the context of children. The methods used were questionnaires and observation . The questionnaire was applied directly to the employees of the institution with multiple choice questions , with the intention of observing the activities which were more developed in the nursery. From the questionnaire within the institution , we obtained significant results on the learning methods that have been used with children . On the results , we observed that the employees regard as the most important activities that stimulate speech and influence the development of sensory-motor , cognitive and social . Are also of great importance , questions covering attitudes and values ​​.

Keywords : Development , Learning , Child , Inclusion .

INTRODUÇÃO

A primeira infância se caracteriza por fases de aprendizagem, em que acontecem grandes mudanças em nível motor, cognitivo, social e afetivo. A aprendizagem é a forma e a capacidade do ser humano se adaptar ao meio ambiente, no qual ele está inserido.
Quando aprendemos algo novo, algo se modifica em nosso comportamento. Esse conhecimento é adquirido com a prática ou com o estudo de algo. Segundo Santos (2000, p.35), existem fatores necessários para a aprendizagem que são os fisiológicos, psicológicos e experiências anteriores. A aprendizagem não só depende do querer aprender como também do fator psicológico.
O ser humano vive em constante processo de aprendizagem. Tudo que envolve o nosso meio influência diretamente em nosso desenvolvimento. Nós seres humanos estamos aprendendo e evoluindo de acordo com a nossa adaptação ao meio.
Segundo Bruner (1996, p.22), o sujeito somente poderá adquirir tal aprendizagem e conhecimento devido a alguma ajuda, e é necessário um auxilio envolvendo também suas culturas e tradições.

“Quando a criança desenha, pinta, dança, constrói, esculpe, faz música ou brinca, ela envolve-se ativamente num processo de atribuição de sentido, de forma única, individual, à sua medida (…). Quando as crianças brincam, elas resolvem problemas, fazem descobertas, expressam-se de várias formas, utilizam informações e conhecimentos em contexto significativo. O brincar, como defende BRUNER (1972), envolve flexibilidade do pensamento: oferece oportunidades de experimentação, de estabelecimento de relações entre diferentes elementos, de pensar as situações sob diferentes pontos de vista. O brincar (…) permite-lhes experiênciar situações de aprendizagem que mobilizam cognitivas, afetiva e socialmente; em situações e contextos de aprendizagem significativos e relevantes, de exploração ativa, promotores de curiosidade, imaginação e criatividade; permite ainda experiênciar situações abertas, de aprendizagem por ensaio e erro, sem medo de falhar” (PORTUGAL, 2009, p. 18).

Para Vygotsky, “a aprendizagem é um processo contínuo e a educação é caracterizada por saltos quantitativos de um nível de aprendizagem a outro. A aprendizagem desperta processos internos de desenvolvimento que somente podem ocorrer quando o indivíduo interage com outras pessoas.” (VYGOTSKY apud OLIVEIRA, 1992, p. 33).
De acordo com Santos (2000, p.35) para que um processo de aprendizagem seja realizado com sucesso, a motivação é um fator influenciador. Se uma criança não é estimulada, ela não apresentará interesse em aprender algo novo, por consequência interferindo na sua aprendizagem.
Para Caiado (2009, p.26) cada criança tem um estilo de aprendizagem, isso vai depender da sua cultura e o ambiente em que está inserida. Os diferentes estilos de aprendizagem podem ser chamados como uma nova forma de adquirir conhecimentos. Cada criança tem uma maneira individual de aprender, seja decorando, sistematizando, cantando ou até brincando.
Na instituição em que a pesquisa foi realizada, podemos observar várias formas de aprendizagem incluindo músicas, brincadeiras lúdicas, desafios, que são muito bem aplicadas no cotidiano das crianças. Essas atividades têm como objetivo desenvolver a questão dos movimentos físicos, cognitivos e motores. A música se destaca de uma forma diferente onde a criança pode se expressar e lidar com a timidez perante os amigos.
Conforme Caiado (2012), a música contribui, sendo utilizada como um processo de aprendizagem infantil, a ideia defendida é estimular as características lúdicas da criança, deixando bem claro que a música é um elemento contribuinte do processo de aprendizagem. Ele afirma que a música estimula o crescimento da criatividade, memória, concentração e até da socialização.
De acordo com Caiado (2012) existem vários aspectos importantes na inclusão da música nos currículos didáticos da criança:

“Outro aspecto importante nesse desenvolvimento é que a música estimula a diversidade, proporciona a relação dos indivíduos com o diferente, e o contato com os diversos estilos musicais, manifesta curiosidade e, em subsequência desperta a interpretação. No entanto o professor, nesse processo deve atentar-se e, partir daquilo que é de interesse dos alunos, para posteriormente alcançar a meta almejada, que é aprendizagem”.

Os métodos utilizados na pesquisa realizada foram pesquisa bibliográfica, que é o primeiro passo para uma pesquisa, pois em qualquer projeto a ser feito é necessário obter informações de outros autores. A pesquisa de campo, onde coletamos informações sobre a instituição, seus métodos de ensinos, e o histórico da mesma.
Utilizamos também o método de observação que é essencial, através deste aplicamos sentido a um objeto, e adquirimos conhecimento. Há também o questionário em que foi aplicado no coordenador da instituição e na educadora da turma de crianças de 3 a 4 anos que fizemos a pesquisa. Esta foi uma pesquisa de caráter quantitativo, e como procedimentos metodológicos foram estes os métodos que foram utilizados no mesmo.
A seguir vamos apresentar os resultados mais significativos do presente artigo:
Enumere em ordem de importância as atividades realizadas dentro da instituição, sendo 1 mais importante e 5 menos importante:

Observando o gráfico acima, temos os seguintes dados que 100% considera mais importante as atividades que estimulam a fala, como histórias, contos e recontos. Em 2º lugar 100% considera as rodas de conversa como importantes. Em 3º lugar 50% considera como não sendo tão importante, musicas danças e atividades físicas, outro 50% considera em como sendo as gincanas e as brincadeiras de desafio. Em 4º lugar 50% considera como menos importante, as musicas e danças, outro 50% considera os jogos de tabuleiro e dominós. Em 5º lugar como não sendo importante, 50% considera que são os jogos de tabuleiros e dominós, e 50% considera as gincanas, desafios e competições.
Enumere em ordem de importância, sendo 1 mais importante e 4 menos importante, as atividades que são influentes ao desenvolvimento da criança.

Como podemos observar pelo gráfico acima, 50% considera em 1º lugar, que as atividades que influenciam o desenvolvimento da criança, está as atividades que estimulam seu aprendizado, e outro 50% as atividades que estimulam suas habilidades. Em 2º lugar como sendo importante, 50% considera as atividades que estimulam o aprendizado e 50% as habilidades que ajudam a estimular seu conhecimento. Em 3º lugar como menos importante, estimular a crianças a aprender coisas novas, e 50% deixar a crianças tomar suas próprias decisões. Em 4º lugar 50% considera as atividades de estimular a criança a aprender coisas novas, e outro 50% deixar as crianças tomar suas próprias decisões.
Pode-se afirmar que todas as atividades que são praticadas dentro da instituição com as crianças, tem uma forte influência para seu desenvolvimento, enumere em ordem de importância, sendo 1 mais importante e 4 menos importante:

Analisando o gráfico acima, chegamos a seguinte conclusão, que 100% considera em 1º lugar esta o desenvolvimento físico, cognitivo, e social. Em 2º lugar, 50% acredita que esta o desenvolvimento sensório motor, e 50% esta o desenvolvimento dos sentidos. Em 3ºlugar, 50% considera que esta o desenvolvimento sensório motor, e 50% considera o desenvolvimento dos sentidos, como tato, olfato, paladar e audição. Em 4ºlugar, 100% considera que se desenvolve o desenvolvimento afetivo.
Com isso, concluímos que a creche é uma etapa essencial na educação infantil, e uma das suas principais responsabilidades é direcionar a criança para vida e para a inserção no ensino fundamental. Preocupando-se com as características individuais de cada, incluindo questões afetivas, emocionais, sociais e cognitivas.
A finalidade da creche na vida da criança é cuidar e educar preparando a criança para ser inserida na sociedade, já que a creche é um dos primeiros contatos sociais que a mesma tem.
Os pais quando saem para trabalhar e deixam seus filhos na creche, esperam que aquele local não seja um simples lugar onde os deixam enquanto estão fora, mas um lugar aonde as crianças vão se sentir acolhidas e bem recebidas, um lugar que está aberto para o novo, para o criativo. Onde seus filhos serão motivados a aprender coisas novas e além de ser uma forma de lazer para elas.
A creche também ajuda na construção social da vida da criança. Tudo que aprendemos desde pequeno iremos levar conosco para o resto da vida. O aprender significa preservar toda a nossa experiência para utiliza-la no futuro. Para que se possa aprender a pessoa tem que estar totalmente aberta para novas experiências para que se obtenha o conhecimento. As crianças principalmente sempre estão à procura de mais conhecimento, são curiosas e querem cada vez mais conhecer coisas novas, e as relações com outras pessoas são primordiais para o desenvolvimento e aprendizado.

REFERÊNCIAS

ABERASTURY, Arminda. A criança e seus Jogos, Porto Alegre, Artes Médicas, 1992, p.68.

BRUNER, Jerome Seymour. A Cultura da Educação. Edições 70 – Brasil, São Paulo, 1996, p. 22.

CAIADO, Elen Campos. Os Diferentes Estilos de cada Criança, Equipe Brasil Escola, 2009, p. 26.

CAIADO, Jéssica Stephanie, 2012. Música No Processo De Ensino-Aprendizagem Na Educação Infantil: Uma Proposta Metodológica. Disponível em: <http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/M%C3%BAsica-No-Processo-De-Ensino-Aprendizagem-Na/356696.html>

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; Metodologia Científica. São Paulo: Markon Books, 1996, 24 p.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; Metodologia Científica. São Paulo: Markon Books, 1996, 26 p.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; Metodologia Científica. São Paulo: Markon Books, 1996, 36 p.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; Metodologia Cientifica. São Paulo: Markon Books, 2002, 24 p.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P.A,; Metodologia Cientifica. São Paulo:Markon Books, 2002, 46 p.

DIDONET, Vital. Creche: a que veio...para onde vai. Brasília:Inep, 2001. Disponível em: <http://rbep.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewFile/1107/1007>

FUZZI, Ludmila Pena. O que é pesquisa de campo, 2011. Disponível em: < http://profludfuzzimetodologia.blogspot.com.br/>

LOPEZ, Emilio Mira, Psicologia Evolutiva da Criança e do Adolescente. Rio de Janeiro. Editora Cientifica,1954. Segunda Edição. p.117

OLIVEIRA, Marta Kohlde. Desenvolvimento e aprendizado. São Paulo. Scipione: 1992, p.33

PALANGANA, Isilda Campaner , Desenvolvimento e Aprendizagem em Piaget e
Vygotsky: a relevância do social. São Paulo: summus editorial. 5° Ed. 2011.

PAPALIA, Diane E; OLDS, Sally W; FELDMAN, Ruth D. Desenvolvimento Humano, 2010, capítulo 07.

PORTUGAL, Gabriela, “Desenvolvimento e aprendizagem na infância. Conselho Nacional de Educação” (Editor). In: A Educação das Crianças do 0 aos 12 anos. Lisboa: CNE, 2009, p. 18.

SANTOS, Rosângela Pires “Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem”. CoursePack Ieditora. 2000. p. 35.

SANDSTROM, Carl Ivar. A psicologia da Infância e da Adolescente. Rio de Janeiro. Editora Zahar, 7º Ed. 1978, p. 130.

WADSWORTH, Barry J, Inteligência e Afetividade da criança na teoria de Piaget, São Paulo: Editora Pionera, 1992. p. 12.

WADSWORTH, Barry J, Inteligência e Afetividade da criança na teoria de Piaget, São Paulo: Editora Pionera, 1992. p. 15.

WADSWORTH, Barry J, Inteligência e Afetividade da criança na teoria de Piaget, São Paulo: Editora Pionera, 1992. p. 51.

WADSWORTH, Barry J, Inteligência e Afetividade da criança na teoria de Piaget, São Paulo: Editora Pionera, 1992. p. 52.

WADSWORTH, Barry J, Inteligência e Afetividade da criança na teoria de Piaget, São Paulo: Editora Pionera, 1992. p. 53.

WADSWORTH, Barry J, Inteligência e Afetividade da criança na teoria de Piaget, São Paulo: Editora Pionera, 1992. p. 54.

WADSWORTH, Barry J, Inteligência e Afetividade da criança na teoria de Piaget, São Paulo: Editora Pionera, 1992. p. 57.