Relato de Experiência

Metodologia do Ensino de História: Um relato de experiência e sala de aula com alunos do 6º ano.

 

SOUZA, Nivie Batista Mendes de

Mestranda em Educação – Inape Ensino e Pesquisa.

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Resumo

 

É grande o debate a cerca da melhor forma de ensinar História nos dias atuais, principalmente no que se refere às turmas de 6° ano, que recebem até o 5º um ensino de História pouco focada, com conceitos quase infantis. O que se propõem aqui é mostrar através de um relato de experiência que o desafio é grande mais não impossível.

Palavras-chave: Ensino de História, Metodologia do Ensino e História.

 

 

 

Introdução

 

Ensinar História para crianças não é tarefa das mais fáceis. Principalmente por ser esta a disciplina que encontra maior resistência entre os alunos do ensino fundamental. As questões mais freqüentes são: porque devo estudar o que já passou? para que guardar todas estas datas? o que tem a ver com minha vida estes fatos? Existe uma comunidade de sentidos no que se refere à disciplina História.

Principalmente, quando se tratam de alunos de 6° ano, que ao terminarem a etapa inicial do ensino fundamental se deparam com um ambiente completamente diferente do dele. O bater do sinal a cada 50 minutos, o troca, troca de professores na sala de aula, as várias matérias com nomes diferentes, e até mesmo os livros didáticos, tornam o 6° ano para estes alunos que estão encarando mais nova etapa, um verdadeiro labirinto, em que muitos demoram a ser adaptar.

No que diz a respeito do Ensino de História para os alunos do 6° ano não é diferente.

O conteúdo da disciplina História, para os alunos do 5° ano, não privilegia nada o conteúdo que eles irão ver no ano seguinte. Os livros trazem a história local, da descoberta do Brasil, por exemplo, sem antes lhes ensinarem a necessidade de se estudar a História, tornando aquele assunto sem conexões e ligações com a necessidade de estudar aquilo.

O que este relato propõe é mostrar que através de aulas dinâmicas e lúdicas, o aluno que geralmente sente grande dificuldade em entender a Antiguidade (conteúdo principal do 6° ano de acordo com o PCN), possa vivenciando, o assunto assimilar o conteúdo.

 

 

Método

 

Ao observar os resultados das aulas de História do 6° ano, na EMEB Jenny Guárdia, em Cachoeiro de Itapemirim, pode-se perceber que ali era necessária uma intervenção imediata. Para a maioria dos alunos tudo aquilo era “chato”, eles não entendiam como e o porquê da necessidade de aprender História. As aulas eram cansativas e maçantes tanto para a professora, quanto para os alunos.

Em inúmeras vezes, o que era ensinado aos alunos, por meio de aulas expositivas ou com leituras e análise de textos, ficavam “soltos”, já que lhes faltava vivenciar aquilo.

Como saída para o marasmo, a professora, passou a utilizar em suas aulas novas formas de ensinar o conteúdo.

Primeiramente, o conteúdo “Introdução aos estudos Históricos”, os alunos confeccionam ampulhetas. O objetivo era que os alunos vivenciassem e entendessem os conceitos de diversos tipos de controle do tempo. A proposta era que os alunos ao manusearem as ampulhetas, eles pudessem marcar o tempo das aulas, e do mais que desejassem sem utilizar qualquer outro instrumento de marcação do tempo. Como resultado, os alunos entenderam como funcionavam os instrumentos de marcação do tempo, além de entenderem as noções de passado, presente e futuro.

Outra experiência ocorreu durante as aulas sobre as Civilizações Fluviais, mais especificamente o Egito Antigo. Mais uma vez, o objetivo era que os alunos vivenciassem como vivia aquela civilização, e, além disso, a importância do rio em suas vidas. A proposta desta vez foi que eles confeccionassem as paisagens do antigo Egito, principalmente, as Pirâmides. Para tanto eles, deveriam antes realizar uma pesquisa sobre aquela pirâmide replicada, trazendo informações atuais sobre elas. Como resultados, aos alunos além de entenderem como eram as paisagens antigas, eles aprenderam sobre os aspectos religiosos e políticos do Egito Antigo.

 

 

Considerações Finais

 

O conhecimento da história da civilização é importante porque nos fornece as bases para o nosso futuro, permite-nos o conhecimento de como aqueles que viveram antes de nós equacionaram as grandes questões humanas. O importante não é só o acervo de conhecimentos que se deve selecionar para instruir o ensino, igualmente importante é a maneira como se deve realizar este ensino, o modo como o ensino é trabalhado. Ou seja, a metodologia de trabalho na escola. Alfabetizar, por exemplo, pode ser feito por diversos métodos: alfabetizar a partir da vivência, da realidade dos alfabetizados, fazendo com que eles ampliem o conhecimento de sua realidade e incorporem outros conhecimentos, exige um determinado método, não qualquer método.

Sendo assim, a prática cotidiana no ensino de História deve estar preparada para as diversidades, principalmente quando se trata de alunos, de 6° ano, que não trazem quase nenhum conhecimento prévio da real necessidade de se estudar História. O que se deve ficar claro que essa deficiência, não se deve aos professores do ensino fundamental de 1º ao 5º, mas sim, responsabilizar um currículo que não privilegia o 6° ano, dentro do ensino de História. Muito pelo contrário, a proposta dada foi a de uma aula alternativa, sempre na busca de auxiliar os demais profissionais da área que passam diariamente pelas mesmas dificuldades.

 

Referências Bibliográficas

 

ABUD, Kátia. Currículos de História e políticas públicas: os programas de História do Brasil na escola Secundaria. In: BITTENCOURT, Circe (Org). O Saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2001.

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PINSKY, Jaime. Nação e ensino de história no Brasil. In:O ensino de história e a criação do fato. São Paulo: Contexto, 1988.

SILVA, Marcos Antonio da. (org). Repensando a história. Rio de Janeiro: Marco zero, 1984.