UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO-UEMA

POLO: GOVERNADOR NUNES FREIRE

CURSO: PEDAGOGIA

DISCIPLINA: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA DO ENSINO DA GEOGRAFIA

PROFESSOR: VILMAR MARTINS DA SILVA

ACADÊMICO (A): CAROLINA SILVA FERREIRA E DEYDIANE DE JESUS PEREIRA

 

ATIVIDADE ORIENTADA 1

ANÁLISE CRÍTICA

Livro: METODOLOGIA DO ENSINO DE GEOGRAFIA

AUTORAS: Maria Eneida Fantin e Neusa Maria Tauscheck

Este texto é uma breve análise sobre a temática do Livro Metodologia do Ensino de Geografia, das autoras Maria Eneida Fantin e Neuza Maria Tauscheck. Neste texto faremos uma análise partindo dos conteúdos do capítulo 4 ao capítulo 7. O livro vem abordando conceitos sobre o espaço geográfico, leitura cartográfica e metodologias para o ensino de Geografia. O livro faz ainda uma ressalta muito relevante na fala de Santos, quando ele fala que o Estado é um elemento importante na organização do espaço geográfico.

No capítulo 4 onde fala em Ler o Espaço Geográfico: A formação de conceito, as autoras ressaltam a importância da leitura do espaço, afirmando que ao lermos o espaço geográfico, estaremos lendo e compreendendo também a sociedade de que o criou em suas relações complexas. Ao verificar o preço, o tamanho, a localização, a infraestrutura e a segurança de um imóvel, podem-se perceber as relações sociais e econômicas explicitadas nessa construção e em seu entorno. A análise do espaço geográfico em escola micro auxilia refletir sobre as possibilidades dos estudos em escola macro.

Esse encaminhamento também pode ser adequado para o ensino, pois parte de uma contextualização tomando o entorno como exemplo, para mais tarde refletir sobre espaços distantes.

Existem muitos conceitos e grupos conceituais que auxiliam e enriquece a leitura do espaço geográfico, um deles é o conceito de natureza que vem ganhando um significado em função da crescente artificialização do meio, uma consequência da globalização. A chamada primeira natureza (natural) tem cedido lugar à segunda natureza (produzida ou organizada pelo homem).

Quanto ao conceito de paisagem não é formada apenas de volume, mas também de cores, movimentos, odores, sons, etc. A geografia crítica reconhece a dimensão subjetiva da paisagem, já que o domínio do visível está ligado à percepção e a seletividade, mas acredita que seu significado real é alcançado pela compreensão da sua subjetividade.

Os conceitos de região e lugar tiveram seus significados alterados em função do novo papel que o Estado desempenha no atual período histórico. Redefinem-se as relações entre as porções territoriais do espaço nacional e as empresas multinacionais, essa redefinição afeta e modifica os conceitos de região e de lugar. O conceito de lugar pode ser compreendido por diferentes enfoques teóricos, por um lado à globalização que acontece e por outro lado cada vez mais participa das redes e deixa de se explicar por si mesmo.

O lugar é o espaço no qual o particular, o histórico, o cultural e a identidade permanecem presentes. Sobre o conceito de região, Santos afirma que o que faz a região não é a longevidade do edifício, mas a coerência funcional, que a distingue das outras entidades, vizinhas ou não. Gomes na mesma linha de análise, diz que não é aconselhável esquecer o fundamento político do conceito de região que se baseia no controle e gestão de um território.

Com relação aos conceitos abordados neste capítulo podemos afirmar que o texto foi bem explicativo discorrendo com uma linguagem clara e de fácil compreensão o que facilita o entendimento do conteúdo repassado. Vale ressaltar que a construção dos conceitos dessas categorias, espaço, lugar, paisagem e região são considerados pré-requisito para a compreensão dos elementos presentes na organização do espaço. É importante destacar também que esses conceitos passaram por uma evolução ao longo das correntes do pensamento geográfico, portanto não estão prontos e acabados.

A partir do pensamento exposto no texto conclui-se que estas categorias não devem ser trabalhadas de forma isolada, uma vez que só adquirem um significado real quando associadas com a realidade, facilitando assim, a compreensão numa escala local e global, onde a cartografia pode ser usada como instrumento de aproximação dos lugares.

No capítulo 5 onde fala sobre as possibilidades interdisciplinares e as especialidades do enfoque Geográfico, neste capítulo é feita uma reflexão sobre a temática da interdisciplinaridade e a preocupação de fazer esse processo de forma correta, evitando assim que seja feita uma “salada mista” e a interdisciplinaridade venha cair em um ecletismo, comprometendo o processo ensino-aprendizagem e dificultando a identificação do momento em que esse processo se encontra e o aproveitamento específico do aluno nos diferentes saberes.

Portanto, garantir a especificidade do ensino de Geografia nas séries iniciais se apresenta como um desafio a mais na prática pedagógica. As aproximações interdisciplinares são mais claras quanto mais evidentes forem às possibilidades de interface entre as diversas disciplinas.

O texto assim como todo o conteúdo deste livro é muito claro e autoexplicativo. Fantin e Tauscheck discorreram de forma tranquila e objetiva sobre o assunto e pode-se afirmar que o trabalho interdisciplinar garante maior interação entre alunos e professores, garantindo uma abrangência maior do conhecimento. Essa temática permite compreender e entender as ligações entre as diferentes áreas de conhecimento e ultrapassar o conhecimento fragmentado. Temos clareza de que a Geografia estabelece interfaces com outras ciências e outras áreas de saber a fim de explicar seu objetivo de estudo e de ensino.

No capítulo 6 que fala sobre a alfabetização cartográfica: sua importância para a compreensão/leitura do espaço geográfico. O capítulo apresenta reflexões acerca da importância da alfabetização do espaço geográfico, vista muitas vezes apenas através da reprodução automática de mapas, onde a criança copia e pinta por obrigação, sem entender o significado de tal tarefa, uma atividade que não representa nenhum significado à criança.

As autoras enfatizam a importância de se trabalhar noções espaciais, analisando o que está sendo representado e construindo o pensamento geográfico. Trazem ainda a importância de proporcionar atividades sobre orientação e localização, de modo que desenvolva na criança o gosto por assuntos ligados à Geografia.

Outra atividade sugerida é a construção de maquetes a partir da planta da sala de aula, no entanto essa atividade deve ser pensada como um recurso que será trabalhado de forma efetiva e não apenas como uma construção que será esquecida logo após ser exposta, a maquete objetiva identificar os objetos que compõe a sala de aula, sua distribuição, formas, dimensão, quantidades, realizando  a passagem da tridimensionalidade para a bi dimensionalidade, da visão lateral para a vertical.

Uma atividade também considerada no texto é a leitura de mapas sobrepostos, esta deve ser desenvolvida com alunos que já consigam ler um mapa e construir texto a partir dessa leitura. Os objetivos das autoras é dar alguns encaminhamentos metodológicos a fim de despertar no professor a criatividade e o interesse por aulas mais criativas, interessantes e produtivas.

Sobre a alfabetização cartográfica, as autoras foram muito felizes ao trabalhar esse assunto, pois para o componente de Geografia, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) propõe que todos os estudantes desenvolvam a capacidade de ler e interpretar mapas. A BNCC defende a interação da criança com diferentes formas de representação da realidade, para que essa criança consiga desenvolver o raciocínio capaz de resolver problemas e posicionarem-se de forma ativa diante das mais diversas questões da sociedade. E quanto a isso, Fantin e Tauscheck trouxeram inúmeras sugestões de atividades que se colocadas em praticas permitirão o desenvolvimento dessas capacidades.

No último capítulo as autoras fazem uma abordagem sobre recursos e metodologias para o ensino de Geografia, objetivando provocar reflexões acerca da prática cotidiana docente na elaboração das aulas e compromisso com a educação. Foram discutidas questões sobre a metodologia de ensino, com foco no planejamento das aulas e no encaminhamento metodológico com conteúdos de estudo que contemplem a mobilização para o conhecimento, possibilitando o vínculo significativo entre sujeito e objeto.

A construção do conhecimento é o momento da análise, devendo o aluno ter a oportunidade de pensar, refletir, elaborar perguntas e problematizar o objeto de estudo, e finalmente elaborar e expressar por escrito, oralmente ou por meio das mais diversas linguagens, a síntese do conhecimento construído. As autoras defendem a participação do aluno na construção do saber passando de mero espectador a ser pensante, que pensam os elementos que irão compor o espaço geográfico.

As autoras defendem a ideia da superação das velhas práticas escolares pelas novas metodologias, nessa perspectiva apresentam possibilidades de praticas e metodologias que consideram pertinentes no desenvolvimento do conhecimento geográfico, como filmes, fotografias e músicas, enfatizando que é necessário uma criatividade para se utilizar essas linguagens diferenciadas como recurso.

Diante do posicionamento das autoras conclui-se que para que a Geografia cumpra com o seu papel transformador é necessário que o professor atualize suas práticas e metodologias pedagógicas, de forma a ampliar os horizontes de análise, da compreensão e da visão do universo escolar particularmente do meio geográfico.

No entanto, muito ainda precisa ser feito para melhorar a situação do docente. Falta ainda que o Governo invista incansavelmente na capacitação desses profissionais e que não só o professor seja cobrado no processo ensino-aprendizagem, mas que toda comunidade escolar esteja engajada nesse processo.

 

Considerações finais

 

De acordo com o estudo do texto, entende-se que a Geografia é a ciência que estuda o espaço geográfico e suas relações políticas, econômicas e sociais. Observa-se que ao longo do tempo o estudo da Geografia sofreu grandes transformações conceituais, fazendo emergi conteúdos e práticas que se contrapõe ao modelo tradicional de ensino. Sob essa perspectiva busca-se na educação básica que o ensino de Geografia desenvolva no aluno a compreensão de espaço nas suas mais variadas formas.

Quanto ao caminho teórico metodológico, podemos observar que para se desenvolver um pensamento espacial é necessário construir a noção de espacialidade. Além disso, tem-se que explorar a leitura cartográfica, onde o professor deverá buscar desenvolver relações espaciais topológicas, projetivas e euclidianas, ou seja, o espaço vivido, percebido e concebido do aluno, também se faz necessário se ter os conceitos geográficos, tais como território, região, lugar e paisagem.

Isso tudo é importante, se observarmos essa formação de conceitos geográficos que se dará por meio dos conteúdos geográficos. O professor mediador ensina os conteúdos e os próprios alunos formam os seus próprios conceitos. Isso ocorre, segundo Lev Vygotsky, pois o mesmo fala que, o conceito não se forma na cabeça da criança quando lhe é ensinado. Ele é elaborado à medida que os alunos o constroem.

Conclui-se que assim como as outras disciplinas, a Geografia também é de fato muito importante, se analisarmos nós acharemos muitas temáticas que envolvem a Geografia e muitos são os estudos e as preocupações que abrangem o ensino dessa ciência. Nesse sentido, torna-se oportuno compreender as implicações didático-pedagógicas da reflexão acerca da utilização de conceitos geográficos no trabalho docente dos anos iniciais, a fim de que possam ampliar as vivências e concepções de mundo dos educandos por meio da ciência geográfica.