Mestre Instrutor e o Emancipador
Publicado em 27 de agosto de 2010 por Giovanni Cordeiro de Souza
Um mestre emancipador, por Jacotot, diferiria radicalmente daquele socrático descrito no Menon. Pois, afirma, que neste mesmo diálogo, o dito escravo, torna-se pronto ao saber, mas de forma alguma emancipação. Para ele o escravo continuaria escravizado dentro de si mesmo; visto que o mestre, socrático, não pretendia que ele aprendesse de fato, mas só confirmasse suas idéias pré concebidas. Socrates, na verdade, apenas o guia até o saber. Mas o escravo, assim mesmo, ainda não andaria pelas próprias pernas.Incapaz.
Esta demonstração de saber socrático é, diz Rancière, uma prova concreta da escravidão permanente do aluno. O mestre, sábio socrático, tenderia a instruir seu aluno, numa "forma de emburrecimento" humano. Parece algo forte de se dizer de um mestre... Eu diria uma "pseudo emancipação". Pois o mestre socrático também não deixa de ser louvável, pelo menos em outros pontos de vista. Mesmo assim seria algo que Jacotot afirma não levar a lugar nenhum.
Já num processo de educação que busca a emancipação mais coerente, o aluno estaria plenamente consciente e capaz de provar o que realmente ele pensa. Mas provando por si mesmo! Alguém que, segundo o educador Paulo Freire, se afastaria cada vez mais de Socrates e inclusive do pensamento do próprio Jacotot. Já que este mestre não seria mais um "emancipador" e sim um grande "ignorante". Outro termo forte e polemico, mas indiscutivelmente coerente.
Se o mestre de fato interroga seu aluno, e quer a emancipação deste, ele o faz para se instruir (mestre) e não para instruí-lo (aluno). Ele, mestre, quer, deseja, aspira a autonomia do pupilo, do indivíduo único no mundo; nunca sua escravidão, dependencia ou limitação.
Parece aqui, que numa educação nem conteudista, tão pouco transmissível, e sem o tal mestre "ensinante", estaríamos mais perto de um processo de profundo e respeitoso diálogo entre iguais. Onde o mestre leva em conta as necessidades de cada indivíduo e seu pequeno grupo afim; algo que Paulo Freire muito valoriza. Atentando mais para as experiências pessoais, evitando a massificação. Que, lembramos, foi tão comum no período ditatorial brasileiro e tende, ainda hoje, ao populismo de alguns governantes e acadêmicos.
Ha de se convir que praticas sócioculturais emancipadoras, que libertam o homem da escravidão, também atingem logo logo o meio. O qué até imperioso, já que "as pessoas se educam entre si mediatizadas pelo mundo" (PF). Penso que isso incomoda e provoca a muitos. Ao mesmo tempo também move a humanidade adiante.
Esta demonstração de saber socrático é, diz Rancière, uma prova concreta da escravidão permanente do aluno. O mestre, sábio socrático, tenderia a instruir seu aluno, numa "forma de emburrecimento" humano. Parece algo forte de se dizer de um mestre... Eu diria uma "pseudo emancipação". Pois o mestre socrático também não deixa de ser louvável, pelo menos em outros pontos de vista. Mesmo assim seria algo que Jacotot afirma não levar a lugar nenhum.
Já num processo de educação que busca a emancipação mais coerente, o aluno estaria plenamente consciente e capaz de provar o que realmente ele pensa. Mas provando por si mesmo! Alguém que, segundo o educador Paulo Freire, se afastaria cada vez mais de Socrates e inclusive do pensamento do próprio Jacotot. Já que este mestre não seria mais um "emancipador" e sim um grande "ignorante". Outro termo forte e polemico, mas indiscutivelmente coerente.
Se o mestre de fato interroga seu aluno, e quer a emancipação deste, ele o faz para se instruir (mestre) e não para instruí-lo (aluno). Ele, mestre, quer, deseja, aspira a autonomia do pupilo, do indivíduo único no mundo; nunca sua escravidão, dependencia ou limitação.
Parece aqui, que numa educação nem conteudista, tão pouco transmissível, e sem o tal mestre "ensinante", estaríamos mais perto de um processo de profundo e respeitoso diálogo entre iguais. Onde o mestre leva em conta as necessidades de cada indivíduo e seu pequeno grupo afim; algo que Paulo Freire muito valoriza. Atentando mais para as experiências pessoais, evitando a massificação. Que, lembramos, foi tão comum no período ditatorial brasileiro e tende, ainda hoje, ao populismo de alguns governantes e acadêmicos.
Ha de se convir que praticas sócioculturais emancipadoras, que libertam o homem da escravidão, também atingem logo logo o meio. O qué até imperioso, já que "as pessoas se educam entre si mediatizadas pelo mundo" (PF). Penso que isso incomoda e provoca a muitos. Ao mesmo tempo também move a humanidade adiante.