Mesmice
Por Blau Rodrigues | 15/03/2011 | PoesiasMESMICE
Um dia é igual a outro, nasce o sol pela manhã e se põe à tarde.
Mudam apenas as situações pelas quais as pessoas passam,
Mas as vinte e quatro horas continuam as mesmas; e a Terra a girar.
Quatro estações, bem definidas ou não, estão previstas para todos os anos.
Trabalhar, ganhar dinheiro e suprir as necessidades;
Nos períodos livres descansar ou se divertir.
Procriar é um fator quase automático que a humanidade faz.
Alguns legados são inevitáveis desde o começo da civilização.
O final do ano chega, e com ele o desejo de melhora para o próximo:
Tudo hipocrisia, é só mais um motivo de se fazer festa.
Ninguém escapa aos bons e aos maus momentos da vida.
Nasce o esperado "feliz ano novo", morre a "novidade mágica".
A virtude sempre buscou a permanência no coração do ser humano,
E a imoralidade sempre atrapalhou a morada definitiva.
O transcendental sempre foi uma necessidade para nos apoiar.
Sempre quisemos saber de onde viemos, quem somos, para onde iremos.
Ter superstição, acreditar em amuletos para darem sorte e nos livrarem do mal.
Querer privilégios pensando que é diferente: é igual sem consciência.
Agir sem pensar, pensar sem agir: ser instintivo, ser estacionário.
Usar violência para progredir, praticar a paz até quando agüentar.
Aparentemente tudo está numa permanente transformação:
É só a forma, mas o conteúdo é a mesmice;
Da outra maneira que poderia ser não teria como, a mesma seria.
Porém, a mesmice é a mãe das diferenças que existem no mesmo.