Basicamente, mercantilismo foi um conjunto de ideias que reis e governantes aderiram para aumentar o fluxo do comércio de seus países a fim de se enriquecerem. Essa fase da história aconteceu de 1453 e foi até 1789, que correspondem aos 300 anos que o Brasil estava sendo colonizado por Portugal. Lembrando que a revolução industrial aconteceria aproximadamente 200 anos depois que as práticas mercantilistas começaram a serem postas em vigor.

Metalismo: Ouro, prata e metais no mercantilismo.

Metalismo

Uma das características mais marcantes do mercantilismo foi o Metalismo, que pregava que a riqueza de uma nação era determinada pela quantidade de ouro e prata que ela podia acumular. Para um país mostrar para seu vizinho que ele era poderoso ele tinha que ter muito metal, ouro e prata; então podemos dizer que Metalismo foi uma fase do mercantilismo onde a burguesia tinha um desejo descontrolado pela moeda. Em decorrência dessa ganância pelo acúmulo de riquezas, os países aderiram a um sistema chamado balança comercial favorável, que acontece quando uma nação mais exporta do que importa. Os países que aderiram ao mercantilismo queriam acumular o vil metal em seus países retendo essa moeda na forma de ouro e prata, basicamente, esses países queria vender para os outros, mas não comprar nada deles. Como nenhum país queriam comprar produtos dos outros, eles começaram a vender o que os outros não queriam para suas colônias, foi nesse momento que surgiu o pacto colonial, se é que podemos chamar um das piores explorações coloniais da historia de pacto.

As metrópoles começaram a obrigar que suas colônias fizessem apenas negócios com elas, que comprassem seus produtos pelo preço que elas estipulassem e vendesse seus produtos manufaturado pelo preço que as metrópoles quisessem comprar. Enquanto o Brasil era explorado por Portugal, algumas ideias geradas pelo mercantilismo estavam sendo colocadas em pratica sem se importar com a vida alheia. O escravismo correspondia a esse capitalismo selvagem, os burgueses acreditavam que se escravizar alguém fosse deixar eles mais ricos, então que assim seja.

Monopólios

O sistema de monopólios pode ser até algo criticado hoje em dia, mas na época dos grandes negócios era algo corriqueiro. Quando uma empresa domina todo um setor da economia  podemos dizer que este setor está sendo monopolizado, com esse monopólio, os donos podem controlar a economia de um pais e estipularem o preço do produto já que não existe concorrência. Podemos levar essa ideia nos dias de hoje quando pensamos na Petrobras, umas das maiores empresas petrolíferas do mundo. Controlada pelo governo, ela é a única autorizada a retirar o petróleo do fundo do mar, revender para outros países na forma bruta para que eles nos vendam novamente refinado. Contudo, mesmo o Brasil tendo uma das maiores jazidas de petróleo do mundo; temos a gasolina mais cara. Isso acontece porque ela sendo a única detentora de todas as fontes de petróleo do país, ela pode o vender pelo preço que ela quer, e se você quiser ainda andar de carro você é obrigado a pagar. Na próxima vez que seu amigo militante te disser que o petróleo é nosso, pergunta pra ele quantas vezes ela abasteceu o carro sem pagar nada.

Protecionismo

Uma das propostas mercantilista que ainda perdura até hoje é o protecionismo. Para proteger seus produtos da concorrência, os governantes aumentaram as taxas alfandegarias a fim de encarecer os produtos importados e consequentemente aumentar a preferencia das pessoas pelos produtos nacionais. No entanto, essa proposta faz mais sentido na época do que agora, pense no Brasil (novamente) onde a carga tributaria é altíssima para produtos eletrônicos, o governos diz que esses impostos servem para proteger o mercado nacional, mas se pensarmos bem, o Brasil não produz computadores, jogos e celulares; como um país pode proteger seus produtos locais do importado sendo que eles não produzem nem metade dos produtos eletrônicos que compramos.

Intervencionismo

A útima característica do mercantilismo é o intervencionismo, que simplesmente é a intervenção total do estado na economia estipulando o que as pessoas devem comprar, por quanto os comerciantes devem vender e por quanto nos temos que pagar. A intervenção pode ser vista também como estatização; no Brasil, por exemplo, vários setores da economia são controlados pelo governo e alguns têm a gerência direta do presidente e de pessoas sem competência com ligações politicas, são as famigeradas estatais. O liberalismo comercial de Adam Smith já dizia que empresas controladas pelo governo era um preludio para o caos, sabemos hoje olhando para a Petrobras que Adam Smith nunca esteve tão certo.

Para finalizar, temos que perceber que no meio desse momento de acúmulo ostensivo de capital e fluxo intenso comercial, havia também uma tímida revanche entre os burgueses e a nobreza, contudo ainda havia um equilíbrios que será quebrado décadas mais tarde na revolução gloriosa. Mas para percebemos o começo que precede o fim do equilíbrio, temos que entender que a burguesia não gostava da nobreza porque ela ganhava muito dinheiro sem precisar trabalhar, e a nobreza não aceitava que alguém que não fosse nobre tivesse tanto dinheiro como ela. Essa revanche entre duas classes tão poderosas politicamente com economicamente vai ser o estopim para diversos revoluções que mudaram e de certa forma moldaram o mundo que vemos hoje.

Paulo Henrique Alves fialho
Escrito independente