O que leva uma pessoa a mentir? Várias são as justificativas desde aquelas de caráter pessoal de quem mente até aquelas de quem quer acreditar na mentira ou nos fazer crer que se um determinado fato for falso, a mentira foi necessária. As pessoas habituadas a mentir, acabam por se confundir ao contar um fato com  versões diferenciadas para interlocutores vários, sem se dar conta de que as pessoas trocam informações entre si e que fatalmente haverá quem descubra suas mentiras.

          Para evitar que alguém sofra ao saber de um fato verídico, conta-se a mentira piedosa. Para evitar um dano maior  numa situação já complicada, conta-se a mentira necessária. Para gerar pânico, conta-se a mentira alarmista. Para eliminar uma culpa, conta-se a mentira com a nossa versão dos fatos. Para se obter ganhos de qualquer espécie, conta-se a mentira convincente. Para massagear o ego, há o mentiroso contumaz, aquele que leva vantagem em tudo, mas há também o sofredor permanente, para este nada dá certo.  O mentiroso por vício acaba por acreditar nas próprias mentiras.

          Não há quem possa dizer que nunca mentiu, estando enquadrado em qualquer uma das situações. Omitir, é de certa forma, permitir-se uma mentira. Pior que qualquer mentira é a mistificação porque é planejada, preparada de modo a convencer a todos que a ouvem de que é a mais pura verdade apresentada com dados e informações que forjam sua concretude.

          Mentir é inerente ao ser humano e, talvez por isso, no mundo de hoje se reproduzam informações sem uma análise conseqüente daquilo que é transmitido. A mentira pode ser ampliada, substituída por outra mentira ou por uma verdade, mas dificilmente se estará convencido da verdadeira verdade dos fatos.

          Seja falso ou verdadeiro, o que se ouve, diz ou faz, temos as nossas verdades que só pertencem a nós e que convivem conosco seja para o bem ou para o mal.