“VOCÊ SABE DA ÚLTIMA”?...

Esta é uma pergunta feita quase sempre quando alguém quer fazer uma fofoca. Mas também pode ser relacionada quando se quer dar uma notícia em primeira mão. O que quase ninguém percebe ou se conscientiza é que ao fazer tal indagação a interlocutora, mesmo que não esteja interessada em saber da nada, já tem a palavrinha ‘não’ na ponta da língua. E após isto é só ouvir o que a outra pessoa tem que falar ou fofocar, o que é mais provável. Eis algumas delas: 1 – Sabe fulano? Bateu o carro. 2 – Sabe aquela menina que dava uma de santinha? Pois é, está grávida! 3 – Quem diria que aquele casal que parecia tão certinho, carinhoso, etc.. Iria se separar? 4 – Aquele vizinho nosso foi pego roubando, pode? 5 – E aquela esposa toda certinha, sabe quem é? Traiu o marido na maior cara de pau. E assim sucessivamente. O rosário ou a ladainha de calúnia ou impropérios vão se proliferando à proporção que tal pessoa sempre encontra alguém disposta a ouvi-los, mesmo à sua revelia. O certo é que por falar em sabe da última, dificilmente as pessoas tidas como fofoqueiras interpelam as outras pessoas para fazer tal pergunta e em seguida diz: 1 – fulano de tal ganhou na loteria, comprou um carro, uma casa, arrumou um bom emprego, casou etc. Parece até que as boas notícias não dão prazer ou alegria para ninguém divulgá-las aos quatro cantos do mundo... Só as más, as tristes ou violentas. Veja o exemplo da mídia, parece que só tem boa audiência uma notícia de atropelamento, morte, desabamento, incêndio etc. Isto é profundamente lamentável. Mas é a pura verdade ou não?