Há uma solidão e um sonho na calçada
Há um mendigo, que dorme ao relento
Não há o amigo caloroso de antes
Não há família! Há abandonos!

Um mendigo sem teto e baixa estima,
Que gênio adormeceu dentro dele?
Quem sabe um cientista ou poeta
O que se sabe é que ele dorme!

Teria a vida lhe negado as oportunidades?
Teria a sorte abandonado esse homem?
O que os "amigos" lhe roubaram?
Que escolhas fez para si...?

Não se queixa de sua dor, que só ele sente
Não nega o sorriso e uma boa conversa
Ele é muito agradável, enquanto sóbrio
Mas, se entristece na noite fria.

Se alguém lhe oferecer pão, ele comerá
Se ninguém o enxergar ele dirá: "ouu..!"
Gostaria de entender sua alma e fome
Basta me entender e eu o entenderei!

Ontem ao passar por ele estava cantando
...."Deixa a vida me levar, vida leva eu..!"
Hoje, assobiava "Foi na Cruz, foi na..!"
Amanhã, me assentarei ao seu lado!

Com as moedas de hoje comprarei pão e café
Forrarei a calçada e ali esqueceremos de nós
Não falaremos de políticas e nem de crises
Aliviaremos nossas saudades contidas.

Falaremos de tudo e de tudo sorriremos..!
Construiremos sonhos e nele o nosso lar
Desprezaremos as razões e nossa sorte
Esqueceremos que somos mendigos.

Por: Lourival Jose Costa 18-04-2017