Israel Izidoro Pacifico[1]

Aos que sabem tirar alegria e prazer em viver com base nas coisas mais simples; dedico estas memórias.

Olhando eu pela janela do meu quarto, pude contemplar um casal de passarinhos se alimentando entre a folhas de uma parreira de pé de maracujá, a qual fica bem próximo da janela, o que me permitiu apreciar tanto a beleza daquele casal de pássaro, quanto à destreza dos mesmos em conquistar seu alimento percorrendo as dimensões dos ramos da parreira nos quais tinham pequenas lagartas das quais se alimentavam.

 Tal cena despertou-me lembranças de um passado inocente aonde inexistia a frenética corrida por possuir, sendo valorizado mais o que já se era conquista, e posse de fato, que é o dom da vida o qual deve ser prestigiado em seu máximo usufruir, visto que as coisas criadas devem estar a favor da vida e não a vida escravizada pelas coisas criadas.

Um despertar mediado pelo canto do galo, uma prenda dada pelo vizinho por cima da cerca; despertando tanto sorrisos quantas palavras cordiais, suscitando com isso uma sensação de humanidade e de dependência mútua, a qual tal fato era brindado com uma estrutura física menos propensas a psicoses e outras patologias característica da vida contemporânea.

Sim! Memórias são memórias. Mas pensemos numa coisa? Lembra do casal de pássaros no inicio desta leitura? Eles preservam sua essência, habilidades, e por estas, ainda que pareçam tão simples e primitivas, porém garante-lhes sobrevivência.

Aliais! Viva, mas não perca a sua essência.

[1] Pastor, Teólogo graduado pela UMESP São Bernardo do Campo e Psicopedagogo Institucional.