Memorial Descritivo

 

Natanael Vicente Pires[1]

 

Meu nome é Natanael Vicente Pires, tenho 32 anos e vou, de uma forma resumida, explanar minha trajetória acadêmica e profissional.

Não tenho que reclamar de minha infância, mesmo sendo de uma família humilde, meus pais nunca me deixaram faltar nada, principalmente os estudos, pelo contrário, incentivavam-me a estar sempre presente na escola, respeitando e absorvendo ao máximo, os conteúdos abordados por meus professores; isso acabou moldando meu pensar a respeito da multiplicação do conhecimento e agiu diretamente no final, em minha vida profissional.

Mesmo antes de iniciar meus estudos, em uma instituição de ensino, tive o privilégio de iniciar minha alfabetização com o apoio de minha família. Não tenho como listar todos que me ajudaram ora me ensinando, ora me apoiando. Mas, com toda certeza, minha prima Ana Maria teve um papel fundamental para mim, nesse processo, e a ela sou muito grato. Posso destacar que, em minha infância, minha educação indireta, foi apoiada com a proximidade a leituras, como: revistas, gibis e livros que tinha a meu alcance, tanto em minha própria residência quanto das instituições de ensino que passei.     

Iniciei minha jornada rumo ao conhecimento, na Escola Estadual Horácio Ribeiro dos Reis. Ali cursei da 1ª a 5ª série, lembro que ao chegarmos logo de manhãzinha, os alunos eram separados, as turmas iniciais em um bloco e as demais em outro bloco, pois estudavam turmas da 1ª série até à 8ª série, o que não durou muito tempo, pois a escola tornou - se municipal, comportando apenas alunos até à 5ª série, nesse processo seu nome foi alterado para professora Maria dos Prazeres Neris Silva. Muitos anos depois, tive o prazer de levar minhas filhas para iniciarem seus estudos na mesma escola que iniciei os meus, e ao vê-las nas filas, cantando as músicas e orando antes de ir para a sala de aula, ali eu me via, inclusive algumas canções ainda eram as mesmas de quando eu estava ali.

Nesse período, tive duas experiências que nunca esqueci e provam que o modo que os profissionais da educação trabalham, pode direcionar de uma forma produtiva o caminho de seus aprendizes. A primeira, foi uma atividade que uma de minhas professoras nos dava uma semente de uma árvore e pedia para que a plantássemos, explicando quanto tempo ela iria demorar para iniciar sua produção e com quantos anos estaríamos aproximadamente. A outra atividade, essa lembro até que foi na 4ª série, tínhamos que sair da sala, no corredor da escola tinha um espelho e, olhando para ele, devíamos definir que tipo de profissional víamos no reflexo. Eu vi um advogado, realmente não foi a profissão que escolhi, mas acredito que essas atividades ajudaram-me a olhar a educação de uma forma diferente, pois ali eu estava aprendendo a plantar árvores e visualizar o futuro que queria para minha pessoa.    

Ao concluir esse primeiro ciclo dos meus estudos e sendo aprovado para a 6ª série, passei a frequentar o Colégio Estadual Horácio Ribeiro dos Reis. Se não estou enganado, a antiga escola que frequentava tinha o mesmo nome, porém o estado acabara de concluir a construção de uma instituição de ensino, no mesmo ano que eu atingia a série para frequentá-la, sentia-me um privilegiado e ainda continuava estudando em um colégio que possuía o mesmo nome da escola que antes eu frequentava.  

A priori, o impacto na nova forma de estruturação escolar foi grande. Agora, eu tinha que sair da sala a cada toque do sino e procurar a sala correspondente à próxima disciplina. Aumentaram, expressivamente, as matérias, e os conteúdos ficaram realmente mais complicados, nesse momento comecei a observar vários tipos de docentes. Uns que estavam definitivamente empenhados em ensinar, outros que chegavam na sala de aula e mandavam os alunos resumirem vários capítulos do livro didático, como se fossemos resumir, apenas sublinhavam parte do conteúdo e transcreviam para o caderno, e até alguns que levavam violão para a sala e cantavam, pois tinha alergia ao giz. Naquele tempo, usava-se giz e o quadro tinha uma tonalidade verde escuro, mas inspirei-me nos que executavam a profissão com amor e dedicação e assim fora até minha 8ª série.

Finalmente, o Ensino Médio, o mesmo colégio, os mesmos professores, tudo parecia prosseguir normalmente, mas por uma situação do destino eu que sempre fui apaixonado pelos meus estudos, acabei não cursando o último ano do Ensino Médio. Parecia que ali findava minha carreira acadêmica, e não concluiria em 2001, como havia planejado inúmeras vezes. Alguns anos se passaram e não desisti, até tentei voltar para o colégio, mas não achei mais meu lugar, então resolvi cursar uma modalidade de ensino diferente, o CEEBEJA que se baseava em estudar em casa e apenas ir para a instituição de ensino fazer as provas. Assim, em 2005, concluí o Ensino Médio.

Mas, meus objetivos iam além do Ensino Médio, eu queria ir um pouco mais além, almejava ter um diploma de Graduação, foi aí que em 2008, iniciei com muita dificuldade minha graduação em Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela Unível – Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas de Cascavel, porém essa dificuldade não era referente a assimilar o conteúdo, pelo contrário,  identifiquei-me tanto com o curso, que não tive problemas em ser aprovado, mas para poder tornar o meu sonho realidade, cheguei por um período, além de estudar, a trabalhar em dois empregos e não era de se esperar o contrário, em 2010 conclui essa adorável fase da minha vida, sendo outorgado Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. 

            Já minha história profissional, irei resumir um pouco e focar no período em que estava cursando minha Graduação até os dias atuais, não que desvalorize alguns dos trabalhos que já executei, pelo contrário, todos me fizeram crescer como profissional e como pessoa. Dos meus 16 aos 24 anos, trabalhei como estagiário em uma clínica de Fisioterapia, auxiliar de serviços gerais, auxiliar de serigrafia, armazenista, entregador de mercadorias, expedidor de embutidos, produção de embutidos, segurança armado, segurança de eventos, garçom, cobrador de transporte coletivo, e quando estava ainda no segundo ano da minha Graduação, fui contratado por um de meus professores para trabalhar como programador trainee em sua empresa, Tecinco de Informática. E ali, iniciei uma nova caminhada ao conhecimento, pois colocaria na prática profissional, o que estava aprendendo na faculdade.

            Pouco mais de dois anos, o meu tempo na Tecinco se encerrou, deixei lá parte da minha história e amigos, mas já com mais experiência ampliei meus horizontes e consegui aplicar um pouco mais meus conhecimentos, agora como analista de sistema na empresa DASA – Diagnósticos da América, sendo aí o último lugar em que trabalhei no estado do Paraná.

            Novamente, minha vida passava por uma reviravolta gigantesca e eu me via saído do estado em que nasci, e vivia até aquele momento para residir em Rondônia. Voltando a falar sobre minha vida profissional, estava indo para tão longe para vender tênis, mas nem vou me aprofundar, pois ao chegar ao novo estado, troquei essa ideia para gerenciar a empresa Alpha Software. Mesmo assim, faltava algo profissionalmente, pois sempre tive vontade de estar no serviço público, atribuo isso a meu pai que se aposentou trabalhando para o estado. Como ele dizia: servindo como agente de segurança na UNIOESTE – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, mas, na época, eu era muito jovem e para provocá-lo o chamava de guardinha, porém respeito muito essa profissão.

            Mas, não foi com a profissão do meu pai que iniciei minha carreira no serviço público, até porque, atualmente essa categoria está sendo terceirizada. Minha carreira de gerente de empresa de Informática teve um final precoce e, com apenas três meses, deu lugar a de professor do Ensino Técnico e Tecnológico temporário do Instituto Federal de Rondônia, iniciando aí o que podemos chamar de uma história de amor em ensinar e aprender junto aos meus alunos, que se tornou em casamento no momento em que fui aprovado no concurso público no Instituto Federal do Pará, e se iniciou no dia 23 de dezembro de 2015, e espero que dure por um bom tempo.

            Mas, espere aí, ainda não acabou. Hoje, dia 09 de março de 2017, estou escrevendo mais um capítulo desta história para ampliar meus conhecimentos, estou na cidade de Santarém, cursando a Especialização em Docência para a Educação Profissional, Cientifica e Tecnológica, e espero que não pare por aí, pois almejo um Mestrado em Educação e um Doutorado na área de Informática.

 

[1] Servidor do IFPA –Campus de Óbidos-Pará. Pós-Graduando da Especialização Lato Senso em Docência para o Magistério Profissional do Programa de Pós –graduação do Campus de Itaituba-Pará.