MEMORIAL DESCRITIVO

AUGUSTO CÉSAR FALCÃO SAMPAIO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Requisito parcial para a disciplina de Concepções de Currículo na Educação Profissional para obtenção do título de Especialização em Docência para a Educação Profissional, Científica e Tecnológica, oferecido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Campus - Itaituba.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Santarém - PA

Março de 2017.

  1. Introdução

 

Quando nos é incumbido de falar sobre nós mesmos parece ser fácil, mas percebo que esta primeira impressão é extremamente errônea. Primeiro, porque poucas vezes em nossa vida paramos para refletir ou mesmo relembrar o que já vivemos. Assim, muitas coisas acabam passando despercebidos ou sendo esquecidas com o passar do tempo. Segundo, porque escrever requer muito mais do que lembranças e é, na maioria das vezes, um processo doloroso, principalmente para quem passou por uma educação rigorosa, baseada na memorização e não na construção de conhecimentos. A nossa vida nada mais é do que um livro por escrever. Assim, a cada dia, escrevemos uma página deste livro e são algumas destas páginas que desejo compartilhar, relembrando aspectos da minha história que possam ilustrar um pouco da trajetória da minha vida, com destaque para o processo de minha formação pessoal e experiência profissional.

  1. Remetendo-se ao Passado e Presente

 

Sou Augusto César Falcão Sampaio, o derradeiro filho de José Roberto e Maria José Falcão. Meu pai, de origem humilde do cariri paraibano, residindo na cidade de Boa Vista – PB, comungando em origem de minha mãe uma dos quatorze filhos de José Marinho, exímio criador de vacas leiteiras. Meu pai chegou a completar o primário, na perspectiva de seguir seu sonho em ser caminhoneiro, seguindo os passos de seu irmão Dogival e minha mãe chegou a concluir o ginásio, com a esperança de galgar melhores oportunidades em Campina Grande – PB, ambos não possuíam uma bagagem cultural rica, mas sempre incentivaram os filhos a estudarem. Quando jovem passava a maior parte do tempo em companhia de minha mãe, pois meu pai passava a maior parte do tempo viajando para São Paulo – SP, ficava para Maria José criar e educar os filhos.

Cresci vendo minha mãe fazer o impossível para seus filhos ter uma educação digna, fazendo enxovais de bebês para gerar uma renda para pagar os passes de ônibus que nos levavam para escola, e sempre.

Desta forma, a escola sempre foi o foco das minhas atenções, meu segundo lar, na verdade. Meus pais sempre nos davam sermões de quanto a educação era importante para elevação do ser, o que me estimulou o gosto pelo saber e pela busca de conhecimentos que me movem até hoje. Tenho registrado até hoje as palavras que meus pais que costumava dizer: “O estudo é muito importante!”, “Você é capaz!”, “Enquanto não conseguir o que deseja não desanime e continue lutando!”. Não tenho muitas recordações do meu período durante a Pré-escola até o ingresso do Ensino Fundamental, mas aprendi como conviver fora do laço da família.

Durante todo esse período escolar sempre tive dificuldades, pois não me via motivado em dar o melhor de mim, pois nunca tive ajuda dentro de casa e sempre fui muito cobrado por meus pais; não sabia em prática se o esforço em ser melhor aluno dentro de sala de aula me levaria a algum lugar melhor. Em suma, sempre era cobrado em casa, mas nunca me perguntavam como foi na escola e nunca estimulado. Isto causou umas sucessivas transferências de escolas, pois buscava um lugar em que me sentisse estimulado em ter a vida focada nos estudos.

Uma das melhores escolhas da minha vida foi o ingresso no Ensino Médio no Colégio Agrícola Vidal de Negreiros; foi o divisor de águas de minha existência, ingressei nesta escola quando surgiu o convite realizado pelo meu primo Thales Marinho, que iria fazer o exame admissional para o colégio; de imediato teve meu aceite pelo fato de ser colégio interno na cidade de Bananeiras - PB. Nesta escola de 2º grau, com habilitação para o Técnico em Agropecuária, de 2004 a 2007.

O método usado pela escola, no período da manhã, ficava a cargo do Ensino Técnico, que eram abrangidas aulas práticas e teóricas das Ciências Agrárias. Lembro-me da atmosfera acadêmica proporcionada pela Universidade Federal da Paraíba que estava inserida na escola, a qual se diferenciava das outras escolas de ensino. Esses três anos de aulas teóricas que contemplaram os conteúdos gerais do Ensino Médio e ao mesmo tempo aulas específicas para a formação profissional foram importantíssimos para mim, pois vivenciei uma mudança em meu comportamento escolar e, principalmente, comportamento individual, onde comunguei muitas situações de vida no internato que me fez crescer bastante. Assim, ao mesmo tempo em que me formava intelectualmente, fui construindo a minha cultura de conviver com pessoas diferentes. Além de me envolver academicamente em projetos de pesquisa e extensão, ao longo dos dois anos de internato, que perdurou de 2005 a 2006, fui contemplado com bolsa durante todo esse período, participando de encontros dentro da Universidade Federal com projetos de pesquisa e extensão no qual fui premiado com o projeto de extensão que estava desenvolvendo no ano de 2006.

No final do Ensino Médio, ingressei no curso superior em Agronomia na Universidade Federal de Campina Grande, na cidade de Pombal, período que passei apenas um semestre, por motivo cívico militar em 2008, quando fui convocado para prestar o serviço obrigatório militar pelo Exército Brasileiro na cidade de Campina Grande – PB, durante um ano. Neste período, desempenhei várias atribuições militares que foram realizadas com honraria e tive a oportunidade de vislumbrar a possibilidade de um Brasil que dá certo, partindo do princípio de hierarquia, ordem e honra à pátria, desenvolvi a habilidade de cumprir metas, por sua vez, chamadas missões. Portanto, no cumprimento das mesmas fui condecorado com um Certificado de Honra ao Mérito pelo 31º Batalhão de Infantaria Motorizada.

O retorno à academia foi por meio de outro vestibular prestado em 2009, em que ingressei na Universidade Federal da Paraíba, na cidade de Areia - PB, lugar de minha maior realização pessoal, onde eu galgava há muito tempo ingressar nesta instituição, campus que conheci o verdadeiro significado de pesquisa cientifica, foi no Centro de Ciências Agrárias que depositei cinco anos de minha vida os quais perduraram de 2010 a 2015, desempenhando pesquisas na ciências do solo, área que me identifiquei bastante, desempenhando análises laboratoriais em Química e Microbiologia do solo no laboratório e Matéria Orgânica do Solo. Pouco antes de concluir o curso de Agronomia, ingressei no curso de Mestrado oferecido pela Pós-Graduação em Agronomia, pertencente à Universidade Federal de Roraima no ano de 2015.

O trabalho não foi fácil, pois lá encontrei dificuldades de executar meu projeto de pesquisa de Mestrado, devido à especialidade de meu orientador que era Pedologia do Solo em que ele planejava estudar os efeitos da queima no solo, mas, com calma, fui mostrando a minha filosofia de pesquisa, que envolvia a utilização de sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta para recuperar áreas degradadas sob manejo convencional e os efeitos sobre a microbiota do solo após anos de sistemas agroflorestais. Uma vez conhecendo meu desejo de trabalhar com a Biologia do Solo, o Edmilson Evangelista, pesquisador da Embrapa Roraima, aceitou fazer parte de minha Co – orientação, já que ele estava já desempenhando esse tipo de pesquisa em Roraima, cuidou logo de engajar-me no projeto de pesquisa e fazer parte com corpo de estagiários da Embrapa Roraima, no ano de 2016. Uma vez incorporado, fiquei incumbido de reestruturar o Laboratório de Estudos em Matéria Orgânica do Solo, lugar onde realizei várias análises de meu projeto de dissertação.

Surgiu então a oportunidade de prestar concurso para laboratorista no Instituto Federal do Pará, para o qual fui admitido, antes de minha conclusão de Mestrado, no qual estou encontrando dificuldades de ter uma ocupação do cargo no qual fui aprovado, por falta de laboratório. Hoje, estou fazendo parte de comissões que não fazem parte das atribuições em que fui aprovado por concurso público, sinto muita dificuldade de conseguir liberação para poder defender minha dissertação de Mestrado.