Memória de um anjo

Lagrimas de um delírio sem fim

 Sou eu em discórdia 

 Mente e corpo.

Choro em soluço

 O que fazer

 Pensamentos vagueiam                                                    

Cansaço em desespero constante

 Vejo alguém em minha direção

 Aceno braços em declínios.

Paro e penso: será que digo o que estou

Sentindo?

 Em vão, não olham!

Apenas eu, em delírio da minha idade.

 Volto para casa  entro ao banheiro e logo saiu...

 Aos prantos não sei onde estou...

 Olho minhas mãos!

Estão sujas!

 Acabei de sair de onde?

 Será que tomei banho?

E meu remédio! Não sei se tomei!

 Todos na sala...

Parecem sentir o mesmo que eu!

 Alguém ensaia um sorriso

 Ao meu sofrer... 

 Não estou só...

 Busco forças e digo em voz cansada

 Sinto dores!  Não sei se tomei o meu remédio filha querida!

 Mãozinha! está na sua mão direita.

 Vontade de  lembrar  o que é mão  direita !

 Abraço meu lencinho   e uma lagrima  em declínio

 Sobre minhas vestes

Tão  seca , pingo real

 No tecido sem cor... 

Qualquer momento será minha veste

 Eterna.

Em fim adormeço

Na angustia 

De não saber  qual o meu quarto.

Vejo todos, mas ninguém me ver!

Suave vento    de um céu azul

A rezar  o meu sono

 Mãos  que elevo ao meu roto frio  quase sem vida...

 Olhar em declínio.

Livro de cabeceira

 Lembranças profundas  ali está  a me consolar...

Pálpebras dilaceradas!

Leve sono chegou!

Deixei me levar

       Pra onde não sei...

 Poetisa: Enazilde  Pinheiro Machado