VAI UMA MEIA SOLA? (a reciclagem espiritual)

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Fazer do evangelho um remendo para a vida é algo que não somente está na mente das pessoas em geral, mas também já se tornou objeto de mensagens supostamente bíblicas.

Para isso basta que alguém selecione elementos isolados da Palavra, atribuindo a eles poderes especiais e permanentes de realizar "milagres", nos mesmos termos em que o "santo gral", taça na qual Jesus teria bebido a última ceia, foi alçada à categoria de símbolo do cristianismo.

Não existem "padrões" de benção, ou seja, não é porque Jesus untou os olhos do cego com lama, feita do barro da terra onde cuspira, que devemos colocar esse "santo ungüento" em todos os que vierem pedir a benção da visão.

O fogo de Gideão, as serpentes de Moisés levantadas no deserto, o peitoral de doze pedras utilizado pelo sumo sacerdote para entrar no santo dos santos, são elementos estáticos que tiveram sua função dirigida para um tempo e um local, e não são práticas na vida espiritual de hoje.

A Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes, mas ela tem que ser entendida segundo o Espírito de Deus, uma vez que a letra mata (II Cor 3:6).

A posição correta diante da realidade divina nesta dispensação da graça é um tanto diferente, como nos instrui o Mestre, mesmo porque Cristo não veio para dar "bons exemplos" que permitíssemos melhorar nosso desempenho, dia a dia. Jesus veio, sim, buscar e salvar o que estava perdido, e isso por meio de uma transformação completa e permanente de vida.

Observe este famoso trecho bíblico:

"Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei".

Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrarei descanso para as vossas almas.

Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve".(Mateus 11: 28-30)

Certamente você, que tem freqüentado a igreja há algum tempo, já ouviu um "zilhão" de mensagens baseadas nesse tema, em que o pregador afirma a "liberação total dos males" para os que vierem aos cultos e buscarem com todo o esforço e concentração as bênçãos divinas.

Na realidade, embora muitas sejam as narrativas de benção imediata e curas que não implicam "continuidade", resultado exclusivo da misericórdia de Deus, não há verdadeira libertação sem transformação interior.

Como exemplos do receber o imediato, sem garantir o eterno, poderemos citar:

1. Naamã curado de lepra voltou para sua terra com afirmações de temor ao Deus que o curara, não sem deixar um "espacinho" para cultuar aos deuses de seu rei, e não temos notícias posteriores a seu respeito (II Reis 5).

2. Os leprosos foram curados por Jesus, mas nem sequer voltaram para agradecer (Lucas 17: 12-19).

3. Lázaro, amigo de Jesus, ressuscitou no maior milagre que aconteceu no ministério de Cristo, morreu novamente e tem como garantia somente a fé (Jo 11).

4. Judas foi chamado por Cristo, andou com ele, presenciou maravilhas, guardou a bolsa do grupo de discípulos e dela subtraiu valores, traiu a Jesus e perdeu sua alma após ter se enforcado (·Mateus 27: 1-10).

5. O povo de Israel saiu do Egito, passou quarenta anos recebendo água, comida, proteção, saúde e prosperidade, pois nem suas sandálias se desgastaram, mas não entraram na terra prometida (Salmos 95:11).

As coisas que vem a nós nesta terra podem ser boas, ótimas, mas ficam aqui, e é por isso que a mensagem de Jesus não pára no "vinde para receber descanso", mas vai para o aprender Dele, não a forma de ter tudo, mas de continuar em paz mesmo não tendo nada além do mínimo necessário, pois Deus conserva em paz os que estão focados nele.

Buscar o reino de Deus e sua justiça, para que aquilo de que precisamos nos seja acrescentado, representa a chave para uma vida "feliz", por mais subjetivo que isso possa parecer (Lc 12:31).

Aquele homem que foi à noite ter com Jesus para identificar o mecanismo que poderia levá-lo a possuir a vida eterna, partindo dos "sinais" que contemplara, recebeu uma resposta pela qual jamais poderia esperar:

"... Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tua fazes, se Deus não for com ele. (1)".

Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.

Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer sendo velho? ... (2).

Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água (Palavra) e do Espírito (Santo), não pode entrar no reino de Deus."(3)

João 3: 1-21

  1. Sinais é tudo o que os homens querem (

Lucas 11:16; Mt 12:39; Lucas 23:8; João 2:23; Mc 8:11) ·.

  1. A idéia de "remendar" a pessoa para fazê-la melhor

(3) Transformação que surge pela ação do ouvir a palavra, que gera a fé na ação do Espírito de Deus que nos convence do pecado da justiça e do juízo.

(João 16:8).

Tão profundo é esse conceito de "reciclagem" na mente dos homens, e tão sábio é o nosso Deus, que a esse respeito ficou registrada uma clara advertência bíblica:

"Ninguém deita remendo de pano novo em vestido velho, porque semelhante remendo rompe o vestido, e faz-se maior a ruptura".

Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás, rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam."(1).

Mateus 9: 16-17

  1. O verdadeiro salvo conserva-se a si mesmo.

Conclusão

Certamente é mais fácil dar um "jeitinho" na vida do que assumir uma mudança radical. Nós geralmente somos avessos às mudanças e somente recorremos a elas quando o "status quo" está péssimo.

Ocorre, todavia, que as adaptações tão usadas no dia-a- dia da vida terrena não se aplicam à esfera espiritual, mesmo porque Deus não quer nos dar um pouquinho, mas sim nos fazer co-herdeiros com Cristo, o que exige uma natureza especial.

Aqueles que tentarem reter em suas vidas as bênçãos espirituais utilizando como base a estrutura humana, frágil, velha e condenada, irão descobrir que isso somente será possível por uma fração de tempo porque, depois, o poder divino, que é imenso, romperá o que é passageiro e carnal.

De certa forma, isso reforça a informação divina de que ninguém pode servir, simultaneamente, a dois senhores. Optar por Deus representa abandonar o que é velho e corrompido (Mateus 6: 24).

Aceitar a realidade de Cristo significa renovar:

"Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo". (II Cor 5:17)

Essa não é uma mensagem de advertência, mas sim de apresentação de oportunidades.

Se você ainda não aceitou a Cristo como Salvador, este é o momento de fazê-lo, para que sua vida seja, não somente melhorada, mas inteiramente transformada.

Caso já tenha passado pela extraordinária experiência de aceitar a Cristo e já seja uma nova criatura, permanece a possibilidade de crescer, e isso acontece com a renovação permanente das nossas mentes com um culto racional a Deus.

"Rogo-vos, pois irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a, Deus que é o vosso culto racional".

E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimentei qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.". (Romanos 12: 1-2)

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