Máximas e aforismo: a renovação

Noticiários

Um homem – cantor, compositor, poeta, pensador – já dizia no século XX (1959), em sua música, que queria “... dormir ao som do chocalho e acordar com a passarada, sem rádio e sem notícia das terras civilizadas, sem rádio e sem notícia das terras civilizadas...”. Hoje é que ele não queria saber mesmo das notícias das terras civilizadas, pois uma das coisas que os noticiários mais têm para exibir são notícias insalubres ou perniciosas para os cidadãos; aqueles que de fato o são, não os que se disfarçam e são travestidos com títulos e ternos com gravatas.

 

Imensuráveis

Existem alguns que acreditam que o Universo tem um deus criador dele, enquanto outros – conforme a origem e filosofia – acreditam que o próprio Universo, na verdade, seria este Deus. Seja lá como for os homens não sabem ainda sobre a totalidade dos seres, forças, formas e substâncias do verso, que é imensurável, imaginem querem saber sobre a plenitude ou totalidade do Uno, que é intangível e insondável.

 

Cuidados

Muitos sabem que a coluna dos seres humanos é o sustentáculo de tudo que a nele, inclusive do cérebro que foi divinalmente colado na coluna cervical e, desta forma, quem sabe, um pescoço mal apoiado, num travesseiro desapropriado, não seja um dos seus pesadelos, podendo causar insônia, estresse, falta de concentração e, até mesmo, quiçá, uma depressão, logo sendo importante possuir alguns cuidados ao se deitar para repousar.

 

Submissão

Alguns desejaram ser príncipes apenas para submeter aos seus súditos; outros quiseram ser nobres para dominar ou humilhar aos plebeus; muitos outros sonharam em ser general para jugular a todos os outros subordinados ou soldados; outros mais desejaram ser presidentes apenas para alcançar um título, levar a submissão a um povo e satisfazer seus anseios; assim como outros buscaram ser sacerdotes para ocultarem suas pechas e, dentre outras coisas, imporem suas doutrinas aos mais leigos (ainda que com mais dinheiros) e os dominarem; e mais alguns se desesperaram para ser juízes apenas para declarar que juiz eram ou foram, mesmo que julgando com injustiças, sobretudo aos mais impotentes. Infelizmente, todos buscando o ofício equivocado, pois cada um deles, certamente, exige qualidades, dons ou destrezas apropriados e naturais, assim como na natureza ao fogo é inerente aquecer, à luz iluminar e à água tornar úmido; ou caber às plantas medicinais curarem, às plantas ornamentais enfeitarem e às plantas comestíveis alimentarem.

 

Criadores

Os homens, sacerdotes, desde os momentos mais primitivos – e todos aqueles que os seguiram sem refletir, sem pensar – se passaram para dizer que existe um deus assim; outros disseram que ele era “assado”; outros, ainda, disseram que ele não é nem de uma forma nem da outra e sim desta ou daquela forma. Todos equivocados, pois Deus – aquele que de fato É, pode e sabe – nunca declarou nem declarará a homem algum como Ele É, não passando tudo de conjecturas ou presunções sacerdotais. Afinal de contas todos os deuses máximos – e divindades menores – dos assírios (Assur), dos babilônicos (Marduque, ou Marduc), dos egípcios (Rá), dos fenícios (Baal), dos gregos (Zeus), dos romanos (Júpiter), dos nórdicos (Odim) foram apenas criações das civilizações; assim como tudo que seguiu depois, sem exceção, onde um foi imitando o outro. Logo, os homens criaram seus deuses conforme suas origens, culturas, anseios, desventuras e temores.

 

Grandezas

Os homens, uma parte deles, apresentaram seus títulos, poderes, riquezas e grandezas e esqueceram-se quem são e o que são, não percebendo, às vezes, que não podem impedir sequer que suas unhas cresçam, suas barbas encham e seus cabelos embranqueçam, pois mais do que qualquer mortal podem a Natureza que germina (cria, transformar, deforma, reforma) e o Universo que a tudo comporta e submete. Afinal de contas um simples soprar do vento (tufão, furacão, tornado etc.) pode açoitar ou arrastar exércitos inteiros, tornando homens e máquinas impotentes.

 

Palavras

Excomunhão, salvação, purgatório, sacramentos, condenação (sem ser a de ordem jurídica), absolvição, herege, pecado e tantas outras palavras inventadas, pelas conjecturas e imaginação humana (dos sacerdotes), usadas e atribuídas sem verdadeira serventia ou utilidade universal; a não ser para aqueles que foram convencidos que elas têm importância e são de origem divina.

 

Artes

Muitos são os talentos e os artistas, cada qual com seus dons, faculdades e artes, encantando aqui e ali, desta ou daquela forma, ainda que alguns sejam colocados na condição de marginal – mesmo sem nunca o terem sido. Pela literatura (desde que de qualidade, sem ser qualquer porcaria ou bagatela), a pintura, o grafite, a escultura, os desenhos das tatuagens, as obras dos artesãos... tudo manifesta uma forma de arte, própria de cada “gênio” humano ou estado espírito. Pois que engenheiro ou arquiteto, médico ou matemático, astrônomo ou astronauta etc. conseguiria esculpir, pintar, grafitar, tatuar – ou apenas talhar com a mestria de um carpinteiro ou de um notável marceneiro – se um destes dons ele também não possuísse além de sua ciência?

 

Encantados

Um grande cantor, compositor, filósofo, e outras coisas mais, diz em um dos seus trabalhos que “quem não ama o sorriso feminino desconhece a poesia de Cervantes.” E uma coisa percebida é que o sorriso feminino tem tamanha força que encantou até mesmo aos seres celestiais, ou angelicais, pois deuses e anjos se apaixonaram, ou se encantaram, com a beleza feminina, conforme a fêmea, e com as fêmeas vindo-se comunicarem, gracejarem, amarem e deitarem, de forma que os livros tidos como sagrados, ou não-sagrados, por alguns, estão aí para comprovarem, desde a antiguidade.

 

Governança

Tudo leva a crer que Marco Aurélio, o imperador filósofo, foi o único general que possuiu habilidades tanto para presidir, civis, como para comandar, militares, já que não existem registros históricos – ou não conhecemos nenhum – de algum general que tenha presidido uma República, fazendo uso da arte da política (que não deve ser confundida com politicagem, corrupção, “prostituição do poder”), segundo as lições de Aristóteles, para o bem-estar social de todos, pois combater e abater, ou executar (com sucesso) é a principal instrução, objetivo e foco deste ofício, o generalato, uma vez que foram homens adestrados para o combate armado ou a guerra; e esta é sinônimo de hecatombe, carnificina, mortandade, morticínio etc., de modo que, quem disto hesitar, pode se questionar sobre qual é o cerne ou essência do militarismo, desde os tempos mais primitivos. Diferente de ser treinado ou capacitado para conduzir e presidir a res publica com sucesso, na condução do povo e na administração dos seus bens públicos.

 

Modernização

Houve um tempo que os processos de dominação e alienação das populações e de disseminação de falsidades e fantasias para as multidões se dava apenas pela televisão, de forma que hoje também se dá através da palma da mão, isto graças à modernização das tecnologias e a desorientação sobre o uso apropriado delas.

 

Erotismo (benevolências)

O sexo, como ato de coito (uma das doçuras e delícias deste mundo) – desde que não seja o meio pelo qual os homens multiplicam as “nações” de famintos e famulentos e aumentam seus sofrimentos – é algo vital e essencial, prazeroso também, cumulativamente, ou separadamente, conforme a situação e necessidades de cada ser humano, nas mais variadas relações que são construídas. A uns ele conforta; a outros ele delicia; e a alguns, além de confortar e deliciar, o sexo também vai curar.