Muitas pessoas falam que a maturidade se adquire com a idade, outras comentam até que as mulheres amadurecem mais rápido do que os homens. Alguns, ainda definem que maturidade é o espaço de tempo de vida compreendido entre a juventude e a velhice, ou seja, a tal da “idade madura”.

Recentemente, me peguei refletindo sobre ela. Em especial sobre a maturidade do ser humano e, especialmente sobre á minha própria experiência no processo do meu desenvolvimento pessoal como um todo. E uma das conclusões que cheguei com maior convicção foi a seguinte:  Não são os  graus de escolaridade que medem nossa inteligência, como também não é a idade que define a maturidade humana. 

Segundo o IPE (Instituto de Pesquisas Evolutivas) a maturidade não é algo estático, mas uma atitude interior, uma disposição de ânimo que torna o homem capaz de expressar as suas faculdades mais elevadas, a conquistar valores para poder expressar sua virtude. Uma definição que concordo plenamente. Adicionaria apenas que tem muito a ver com nossos valores, muito a ver com nossa base lá de trás, no início dos primeiros anos de nossas vidas, enquanto estávamos sendo moldados para o convívio em sociedade. E olhando por esse prisma, entao... como sabemos se estamos amadurecendo? Creio que só entendemos e conseguimos aplicar tais conceitos e exemplos quando observamos situações e nos deparamos com decisões, ações e reações que enfrentamos no nosso dia-a-dia. Muitas vezes tudo passa tão despercebido que nem nos damos conta. Os exemplos de vida que desde que éramos crianças escutávamos nossos pais e avós evocarem quem sabe nos tocariam com um sentido maior, porém na maioria das vezes e reitero: não nos damos conta. É claro que o estresse que nos acompanha diariamente exerce um enorme impacto nisso, como também não estamos dispostos a entender por mera falta de atenção ou, simplesmente, por falta de “tempo” que não paramos para refletir sobre nós mesmos.

Sim, tempo... O tempo nos auxilia, nos educa e nos molda para o mundo.  Considero o “tempo” uma das sábias criações de Deus, um redemoinho linear que torna a nossa existência tão linda e tão complexa e que muitas vezes não “nos damos conta” do privilegio que cada dia nos traz e nos ensina.

 Sempre que ouvia dizer que “o tempo cura tudo”, minha reação, principalmente hoje em dia, e minha interpretação é de que e “o tempo revela tudo”. O tempo na nossa vida não é apenas crucial e valioso, é um momento que não volta jamais. É simples assim. Uma benção Divina, cedida para que possamos aprender mais e evoluirmos.  E muitas vezes não percebemos o quanto o “tempo” é tão importante até o momento que nos damos conta, olhamos para trás e percebermos “o que deveríamos ter feito quando compreendemos e lidamos com nossos próprios arrependimentos e lições”. Só assim é que percebemos o valor do tempo em nosso processo de amadurecimento e aprendizagem de vida. Só então que as nossas reflexões sobre o amadurecimento começam a fazer sentido, trazendo à tona alguns fatores importantes que vão se tornando cada vez mais claros e coerentes. Foi assim que cheguei a uma conclusão que me pareceu a mais lógica: tempo e aprendizado juntos com o elemento paciência formam os fatores ou etapas definidoras no nosso processo de amadurecimento. Uma combinação tripla de fatores que muitas vezes não aproveitamos como deveríamos. A paciência, em diversos livros e culturas é citada como uma das maiores virtudes humana. Sinal de autocontrole, autoconhecimento e equilíbrio emocional. Claro que não é uma tarefa fácil atingir um nível razoavelmente elevado de paciência no mundo de hoje, mas deve sempre servir como uma meta a ser alcançada, não é mesmo?

Atualmente, na minha vida preservo o tempo, o autorespeito ou amor próprio e minha saúde física e, é claro, principalmente não permitindo que vampiros de energia me afetem ou suguem minha positividade. Também percebo, especialmente no meu caso em particular, no meu processo de amadurecimento pessoal, o quanto é importante muitas vezes , nos calar manter o silêncio e refletir. Sim , silêncio para refletir e silêncio para observar .

Em algum lugar, nao lembro bem onde, mas ainda lembro ter lido,  que silenciar enquanto o outro espera que você grite e um dos maiores benefícios da maturidade. Tao simples e tao certo e porque nao dizer , muitas vezes tao eficaz. Onde percebo tambem o detalhe e é exatamente onde se abre o espaço para a paciência. Ou seja um conjunto de fatores sabios e poderosos.

Nesse caso, cheguei a uma conclusão pessoal. Creio que além de estar na “fase madura”, finalmente começo a entender com mais clareza o que diziam meus pais e avós. Porém, adicionando alguns outros detalhes do meu coração, detalhes que aprendi com minhas próprias experiências vivendo tantos anos fora do meu país de origem e pela força de situações que enfrentei e sobrevivi. E, sobretudo acrescentei um grande fator no meu processo de amadurecimento: a gratidão.

Uma das maiores descobertas que fiz, após anos de sofrimentos no pós-terrorismo e anos depois dos estudos na minha formação profissional, e sempre em busca do perfeito acordo comercial no mundo de importação e exportação, no ramo de commodities que estava entrando... foi que o “tempo“, sim o “tempo” é a maior commodity do mundo.

E que o silencio fala mais do que mil palavras e gritar não é garantia de que será ouvido.

Então, termino esta pequena crônica com uma frase que gosto muito para que possamos refletir.

“Existe no silêncio, uma tão profunda sabedoria que às vezes ele se transforma na mais perfeita resposta. (Fernando Pessoa)”.

Sorria para o mundo e para você.

(AM)