A MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

[1] Micheli Evangelista Rodrigues

[2] Elenir Ferreira Pereira

[3] Luzia Ferreira Lima

INTRODUÇÃO:

A numeração e a contagem são de extrema relevância na atualidade  principalmente devido ao mundo globalizado em que vivemos, faz-se cada vez mais necessário dominar a leitura, a escrita, a interpretação, também conseguir raciocinar matematicamente. Pensando nesse âmbito, é fato que a matemática desenvolve o pensamento no ser humano e que sua importância na primeira infância e educação infantil é ímpar, ainda, auxiliando-nos a entrar em diferentes mundos de maneira interdisciplinar.

 O lúdico no auxílio do ensino matemático é ferramenta importante na mediação do conhecimento estimulando à criança de maneira facilitadora e com entusiasmo, aguçando-a de maneira desafiadora, pois, o infante aprende brincando; o brincar enriquece também as relações sociais e fortalece a relação entre o ser que ensina e o ser que aprende, tornando a criança um sujeito ativo e que constroi seu próprio conhecimento, deixando-o adquirir sua autonomia, indispensável na contemporaneidade. Os jogos nos auxiliam no trabalho lúdico trabalhando de forma prazerosa e facilitadora, arquitetando a matemática de modo a raciocinar construindo o conhecimento lógico, não mecanicamente. O professor é peça fundamental nesse processo, sendo o mediador e estimulador desse processo essencial do desenvolvimento intelectual humano.

A MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Atualmente, frente às necessidades sociais e a avançada tecnologia e sua essencialidade são raros os momentos em que na sociedade não está inserida a matemática; portanto, é fato que a matemática é uma necessidade imperativa. Ela está presente até mesmo nos momentos dos quais nunca imaginávamos que estaria, logo que a criança inicia seus primeiros movimentos corpóreos ela está desenvolvendo um tipo de jogo matemático, onde o descobrir das mãos, pés, o próprio movimento de suas pernas são calculados inconscientemente, mas puramente matemáticos.

O professor é peça chave, importante elo educacional é o mediador e estimulador no processo de aprendizagem, possui sua função é propiciar às crianças um ambiente em que possam explorar diferentes ideias matemáticas, que não sejam apenas numéricas, mas também referentes à geometria, às medidas e às noções de estatística, de forma prazerosa e que possam compreender a matemática como fator inserido na vida. (KAMII, 1990)

Na educação infantil, deve-se iniciar, portanto, os primeiros conceitos matemáticos, pois é nessa fase que a criança aprende e assimila o aprendizado com maior facilidade, no entanto, o professor deve ter um conhecimento amplo para não equivocar-se em seus objetivos. Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil:

“A Educação Infantil é a primeira etapa da educação básica, oferecida em creches e pré-escolas, estas podem se caracterizar como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos educacionais que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade, podendo ser públicas ou privadas, no período diurno ou vespertino, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e submetidos a controle social. O Estado tem o dever de garantir a oferta da Educação Infantil pública, gratuita e de qualidade, sem requisito de seleção.” (BRASIL, 2010, p.12).

Nessa etapa da criança o brincar e a ludicidade devem ser o ápice do aprendizado, as atividade devem ser prazerosas e motivadoras, também devem ajudar a criança a refletir o tempo todo, construindo por si mesma a sua matemática. A ludicidade deve ser aplicada com objetivos pertinentes, pois, permite sua adequação para as demais áreas do conhecimento, representadas nesse contexto pela Matemática. A interação, a socialização de ideias e a troca de informações são elementos indispensáveis nas aulas de matemática em todas as fases de escolaridade.

                A matemática é utilizada no nosso cotidiano assim como no da criança, deve ser trabalhado o que faz parte desse universo infantil como a idade, o corpo, os brinquedos, as músicas, comparações, os jogos e brincadeiras. Ela deve ser ensinada como instrumento para interpretação das coisas que rodeiam nossas vidas e o mundo, formando assim pessoas conscientes para a cidadania e a criatividade e não somente como memorização, alienação e exclusão.( KAMII, 1990)

Existem muitas formas de conceber e trabalhar com a matemática na Educação Infantil. A matemática está presente na arte, na música, em histórias, na forma como organizamos o pensamento, nas brincadeiras e jogos infantis. O importante é que o professor perceba que pode trabalhar a matemática na Educação Infantil sem se preocupar tanto com a representação dos números ou com o registro no papel, pode colocar em contato com a matemática crianças de todas as idades, desde bebês. A criança é um ser em formação. Deve-se cuidar para que essa formação seja natural e a mais rica possível em termo de possibilidades.

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil:

“A Educação Infantil é colocada como a primeira etapa da Educação Básica, devendo ser ofertada pelo Estado com qualidade garantida.”

Desde seu nascimento a criança vive num mundo cheio de conhecimentos matemáticos, que são parte integrante de sua vida mesmo que ela não a perceba, a matemática está presente em tudo em nossas vidas, desde o momento que colocamos água em um copo o suficiente para que ele não transborde, ou, quando reparto uma bolacha com um amigo.

Pensando nesse âmbito a Educação Infantil representa uma etapa importantíssima no processo de ensino e aprendizagem na vida do aluno, é esse contato riquíssimo social, cultural e porque não dizer “conteudístico” que irá gerar vários aprendizados na primeira infância.

Na Educação Infantil, o trabalho com noções matemáticas deve atender, por um lado, às necessidades da própria criança de construir conhecimentos que incidam nos mais variados domínios do pensamento e, por outro, precisa corresponder a uma necessidade social, isto é, o aprendizado para a vida, participar e compreender um mundo que exige diferentes conhecimentos e habilidades. Mas, faz-se necessário saber na educação infantil onde se quer chegar com “tal” conhecimento, saber aonde se quer chegar para escolher os caminhos a seguir, daí a necessidade de um planejamento e de estabelecer às razões de se trabalhar as idéias matemáticas na educação infantil, um momento que serve para alicerçar a construção dos conceitos matemáticos. (PAROLIN, 2002)

A criança precisa aprender a reconhecer as diferenças e semelhanças, como por exemplo, entre um quadrado e um círculo; um círculo e uma esfera, entre outros. Trabalhando a matemática, estará se trabalhando aquilo que a criança realmente irá usar fora da escola. Não importa se ela acerta ou erra, na verdade nessa idade não há acertos ou erros uma vez que a criança está em fase de assimilação do conhecimento, portanto, não há como errar e sim, aprender, assimilar, e o conhecimento é produzido através de construções sucessivas, e quando a criança busca caminhos para encontrar respostas para os problemas, então acontece o conhecimento.  Nesse contexto, o professor possui uma função importante que é propiciar às crianças um ambiente em que possam explorar diferentes ideias matemáticas, mas a matemática não são apenas numerais, adicionar ou subtrair o importante é trabalhar a matemática de modo que não sejam apenas ideias numéricas, mas também referentes à geometria, às medidas e às noções de estatística, de forma prazerosa e que possam compreender a matemática como fator inserido na vida: É necessário que as crianças sintam – se participantes num ambiente que tenha sentido para elas, para que possam se engajar em sua própria aprendizagem. (PAROLIN, 2002)

O ambiente da sala de aula pode ser visto como uma oficina de trabalho de professores e alunos podendo transformar – se num espaço estimulante, acolhedor, de trabalho sério, organizado e alegre, ou seja, é de suma importância criar um espaço escolar para estimular a capacidade de aprender a gostar da matemática, com diversas maneiras através de brincadeiras, jogos. Brincando, jogando, cantando, ouvindo histórias, e estas ao contrário do que se pensa são riquíssimas em matemática, livros sequenciados, que falam quantidades (“Os três porquinhos”, “Branca de Neve e os sete anões”, entre outros) o aluno estabelece conexões entre seu dia a dia, seu cotidiano e a Matemática, e entre a Matemática e as demais áreas. Frisando sempre que atividades no papel devem ser trabalhadas de maneira sequencial, mas não são o único meio de aprendizado na Educação Infantil, na verdade o papel deveria ser deixado de lado no quesito sequência numérica, pois há maneiras mais divertidas, prazerosas e eficazes de se trabalhar esse conteúdo.

O professor deve conhecer muito bem o seu papel, e conhecer melhor ainda os conteúdos a ser ministrados, isso é importantíssimo. As regras e técnicas referentes a Matemática sempre devem ser contempladas, mas não podem ser as únicas formas e estratégias de ensino. A tecnologia tão atual e atrativa dá razão especial ao ensino da matemática, recursos como: computadores e tablets devem ser utilizados sempre, porém com o cuidado em relação aos seus objetivos e de acordo com a realidade do ambiente escolar. Quando o aluno é motivado por esses mecanismos ele assimila com maior facilidade os conteúdos, pois o aprender é prazeroso.

Mesmo o professor da Educação infantil deve ter conhecimento desse tipo de informação, pois, caso a necessidade do uso de uma nomenclatura surja ele saberá se posicionar em relação a isso, visto que nessa etapa da vida criança (Educação Infantil), a criança aprende com maior facilidade absorvendo tudo a sua volta. A matemática está presente em vários elementos sociais, por esse motivo ela está inserida na escola, a escola deve suprir as necessidades sociais uma vez que formamos na escola cidadãos que fazem parte da sociedade. A tarefa do ensino é tornar a matemática uma ligação viva entre a relação Matemática-aluno de forma contextualizada, favorecendo dessa forma o conhecimento.

Considerações finais:

Pode-se considerar, portanto, que a matemática é parte integrante da vida do homem e deve ser trabalhada inicialmente desde a infância uma vez que se trata de algo vital e essencial a vida social humana.

A matemática deve ser estimulada precocemente, porém de maneira lúdica e mais essencial ainda de maneira contextualizada e atrativa; com o auxílio de jogos bem objetivados e contextualizados pelo professor a Matemática se torna lúdica, atrativa, e ainda simplifica a aquisição do conhecimento; os jogos são uma das chaves para a prendizagem, uma vez que eles atingem praticamente todos os alunos em sua diversidade social, cultural e intelectual.  Para finalizar, vale a pena ressaltar que o bem mais precioso no trabalho matemáticos são os jogos, as brincadeiras, cantigas e todo o encantamento presente nos mesmos, o desafio, o fazer pensar, o refletir, andam lado a lado com o professor na busca da aprendizagem, este, mediador, auxiliador do conhecimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. v. III. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Secretaria de Educação Média e Tecnológica, Brasília: MEC/SEMT, 1999.

KAMII, Constance. A criança e o número: implicações educacionais da teoria de Piaget para a atuação com escolares de 4 a 6 anos. Campinas: Papirus, 1990.

PAROLIN, Isabel Cristina H.; SALVADOR, Lia Helena Schaeffer. Odeio matemática: um olhar psicopedagógico para o ensino da matemática e suas articulações sociais. Revista da Associação Brasileira de Psicopedagogia, n. 59, p. 31-42, 2002.

[1] Graduada em Pedagogia pela Faculdade Uninove.

[2] Graduada em Pedagogia pela Ufms.