Marxismo

Wanderson Vitor Boareto

Graduado em História e Bacharel em Direito, Pós Graduado em História e Construção Social do Brasil, Docência do Ensino Superior e Educação Empreendedora.

Resumo

A modernidade está passando por um novo momento histórico, as mudanças sociais, políticas, culturais e econômicas provocam novas e velhas discussões. Entre elas o pensamento de Marx, que é motivo de estudos e discussões entre todas as esferas da sociedade. Nesse sentido, a releitura das obras de Karl Marx é uma forma segura de entender a sociedade Pós Moderna de hoje, e repensar as formas de produzir e reproduzir as formas básicas de subsistência.

Palavras Chaves

Capitalismo, Marxismo, Classes Sociais, Burguesia.

As inúmeras manifestações de protesto que se estendeu por todo Brasil nessas últimas semanas, fez o povo brasileiro repensar sua forma de produzir e reproduzir suas formas básicas de sobrevivência. Isso inspira as manifestações que são legítimas em suas essências, mas deturpadas na sua praticidade, devido à destruição de patrimônio público e privado, o aumento da violência por parte de alguns manifestantes e pela polícia, que não está bem preparada para vivenciar este tipo de situação. Sendo assim, esse tipo de protesto é uma vergonha ao Estado Democrático de Direito. Já que a base para a manifestação é a ordem e não a desordem que está presente em muitos agrupamentos de manifestantes.

Em uma sociedade de classes não existe uma distribuição justa das riquezas, isso leva grande parte da população a viver em condições desumanas de misérias e de falta do básico (moradia, alimentação, educação, saúde). Nesse modelo de economia os níveis de violência se multiplicam todos os dias. Esta violência é física, psicológica e moral. Sendo assim, nossa sociedade está caótica já que mais da metade dos brasileiros não tem perspectiva de vida. No entanto, o capital prega uma mentira ilusória para estimular e dominar seus escravos ideológicos. Esta ilusão está nos jogos de riqueza que faz um milionário a cada semana. Esta possibilidade de poder está bem perto dos brasileiros, bem ali na esquina perto da sua casa, na casa lotérica, onde milhões de brasileiros, toda semana, tenta sua sorte na esperança de riqueza fácil. E com isso renova suas forças para mais uma semana de trabalho e de adestramento. Isso é fantástico no sentido da ideologia da prosperidade fornecida pela elite hipócrita que dirige nossa sociedade. 

“Hegel se contenta com o fato de que, no Estado – que ele representa como a existência autoconsciente do espirito ético – esse espirito ético seja o determinante apenas em si, segundo a ideia universal. Ele não deixa que a sociedade se torne apenas o determinante real, pois para isso é necessário um sujeito real e ele possui apenas um sujeito abstrato, uma imaginação.” (MARX, Pg. 136).

Esta analise dos jogos que são fundamentais para o controle das perspectivas de dias melhores, de possibilidade de um futuro brilhante, não quer dizer que isso seja bom ou ruim e sim uma forma de pensar nas armadilhas do sistema. O próprio São Tomas de Aquino nós ensina que o “homem tem que sonhar”, sendo assim a busca por uma vida melhor deve ser pensado. Que vida é essa que eu desejo. O professor Doutor Mario Sergio Cortella ensina que na vida nada temos já que nada levamos o verdadeiro conhecimento do bem viver esta no que vamos deixar para nossos entes queridos, e isso não esta ligado a dinheiro o bens materiais, e sim a valores, caráter, postura, tudo aquilo que o dinheiro não compra.

 Alguns professores e alunos afirmam que Marx está ultrapassado, já que o capitalismo é um verdadeiro mutante e vem se transformando desde a Revolução Burguesa do século XIX. No entanto, tem vários intelectuais sérios rescrevendo Marx, entre eles o ilustre Frei Betto, que mostra em sua obra Dialoga da Esperança que o Marxismo nunca esteve tão moderno e atualizado devido à crise social e a luta de classes que esta presente no Brasil e em todo mundo.

Quando Marx analisa as linhas de produção da Europa do Século XIX, percebe que as, mas condições de vida dos trabalhadores e a diferença do burguês que é dono dos meios de produção, e do trabalhador que vende sua força de trabalho e assustadora, ou seja, a prole só tem sua força de trabalho, e com isso sofre todos os métodos de exploração, entre elas a exploração ideológica que escraviza a maneira de pensar e de viver do povo, que é fruto de uma elite que se acha no direito de ditar o que as massas vão pensar, vestir e fazer durante a sua existência neste plante terra, que como diz frei Betto deveria se chamar agua, devido ter mais agua do que terra.  

É claro que o novo modelo do capitalismo é ainda mais perverso, a elite continua sendo controladoras dos meios de produção e das riquezas deste mundo. E as massas vivem com as migalhas que são distribuídas através de baixos salários, bolsas do governo e ajuda de algumas entidades. Com isso os brasileiros entregam sua dignidade entronca de esmolas.

“Os homens fracos colocam – se sob a proteção dos fortes, estabelendo – se contrato que são o fundamento do feudalismo, que estipulam as obrigações dos servos para com os senhores e a proteção destes sobre aqueles. É verdade que o cristianismo proclama os direitos e deveres essenciais da pessoa humana, mas, quando surgem os primeiros Estados, é sob a forma de monarquia absolutista, onde apenas a igreja tempera um pouco o despotismo dos reis, obtendo um mínimo de liberdade para os indivíduos. Essa liberdade, porem, é inorgânica, desaparece ao capricho dos príncipes e a opressão é a regra geral.” (AZAMBUJA,Pg 186)

No entanto, existe a ilusão que esta tudo bem. Se isso fosse verdade os índices de violência não seria tão auto e tão assustador.  Segundo o professor Doutor Aristides Ribas de Andrade Filho professor de Filosofia e Ética da faculdade de Direito de Varginha – MG (FADIVA), “o melhor termômetro social é a violência, ela é o verdadeiro indicador que as coisas não andam bem”. Pensando assim o marxismo é ainda uma forma teórica segura de analisar a sociedade Pós – Moderna, é claro que não é a única forma, existe outras. Sendo assim vale lembrar que não existe uma verdade absoluta, como ensina Marx “tudo que é solido se desmancha pelo ar”.

Bibliografia

BETTO, Frei, Sobre a Esperança Diálogo, Ed 7 Mares, 2009, Campinas, SP;

MADEIRA, Miguel Carlos, Sou Professor Universitário; e agora? Ed Sarvier, 2008, São Paulo, SP;

AZAMBUJA, Darcy, Introdução a Ciência Política, Ed Globo, 2008, São Paulo, SP;

MARX, Karl, Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, Ed Boitempo, 2005, São Paulo, SP;

FERRAZ, Tercio Sampaio Jr, Introdução ao Estudo do Direito, Ed Atlas, 2003, São Paulo, SP;

PERELMAN, Chaim, Ética e Direito, Ed Martins Fontes, 2000, São Paulo, SP;

BETTO, Frei, Batismo de Sangue, Ed Civilização Brasileira, 1983, Rio de Janeiro, RJ;