Resumo

 

O presente artigo vai falar de Marx e Engels: A lógica do capitalismo, de forma que a redenção não pela cruz, mas, pela forma que a sociedade se organizasse, principalmente a classe trabalhadora, criando uma visão de mundo materialista a partir da história, com isso, foi decretando que o fundamento da sociedade reside na via material, por uma visão nada otimista do trabalho e sua apropriação, de forma indevida e conflitante. Só seria possível a emancipação humana por completo se as forças opressivas fossem derrotadas por completa, transformando o homem abstrato e o seu trabalho em uma consciência coletiva, libertando o cidadão da besta (animal) do patrão, criando novas relações sociais e de trabalho, só assim, o trabalho será visto como uma satisfação e não mais como um fardo. Nascendo assim, todo o ideal de revolução, o homem seria libertado das amarras capitalistas, se organizando e lutando.

Palavras-chave: Materialista, social, capitalismo, trabalho e Revolução.

 

Introdução

Os pressupostos metodológicos são de cunho bibliográfico e que se fundamentam nos escritos de Karl Marx e Friedrich Engels, considerados por muitos, como os dois mais renomados pensadores da modernidade. Será desenvolvido em três capítulos, sendo abordados conceitos e aspectos da filosofia marxista, a religião e o processo histórico das mudanças sociais, as lutas de classe, e os aspectos materiais que influenciam tais lutas.

As informações procedentes serão analisadas sobre vários aspectos, buscando seus pontos interessantes, fazendo com que se possa ter uma real posição sobre o movimento social, histórico, econômico e por fim filosófico, das lutas entre classe e da visão pessimista que Marx tinha da sociedade de seu tempo. 

O princípio materialista caminha para um tratado sobre as lutas de classes, entre duas classes antagônicas, uma fortalecida pela força do seu capital, apropriação do trabalho e a outra sufocada por condições históricas, foi a partir deste prisma que os filósofos deram inicio a vários questionamentos acerca da realidade econômica da sociedade moderna.

A partir de uma leitura do movimento filosófico a concepção material é a única que caminha para o entendimento da realidade, sem intenção de transformá-la. É assim, que nasce o pensamento marxista, tentando entender os por quês de tanta desigualdade entre classes tão distintas e tão antigas quanto a noção de humanidade.

Analisando os elementos filosóficos na tentativa de estabelecer padrões legítimos de liberdade e o fim de uma exploração explicita no ceio de toda a humanidade, já que o homem é o grande culpado por seus atos. Demonstrando que o conceito de alienação tem uma utilidade tanto para o bem quanto para o mal. Analisando os fatores históricos para o surgimento de duas classes sociais e a luta pela sobrevivência.

O problema de um valor para determinada sociedade consiste em saber qual o valor de Deus perante a realidade do homem? Qual a concepção de alienação do homem? Qual o papel das religiões na realidade do homem? Quais as bases materiais que formam o corpo social de toda uma sociedade? Como o modo de produção da sociedade contribuiu na transformação e na libertação da sociedade oprimida?

Marxismo e ideologia

O marxismo não é um simples sistema político-econômico consumido pelos seus erros do passado. A sua força teórica e literária espalhou-se por todo o mundo, e criou raízes profundas no pensamento e nas escolas pós-modernas, ressurgindo a partir de interação entre leituras e a vida prática das pessoas.

Surgindo a partir de então movimentos socialista-comunistas, nascendo assim, novas polemicas em torno de defuntos que pareciam enterrados pela história e pela religião de mistério, ressurgindo novos conflitos, mas, com inimigos históricos Segundo Marx & Engels (2007, p. 35) “o que, porém pretende o comunismo é suprimir estas verdades eternas e extirpar a religião e a moral ao invés de lhe dar forma nova”. Um sistema de pensamento que tinha como sentença banir a ideia de conforto social em torno da existência das religiões, que criara Deus para contemporizar as mazelas sociais.

É possível distinguir os homens dos animais pela consciência, pela religião, ou pelo que quer que seja. Mas eles mesmos começam a se distinguir dos animais logo que principiam a produzir seus meios de subsistência, um passo que é condicionado por sua organização corporal. Produzindo seus meios de subsistência, os homens estão produzindo, indiretamente, sua própria vida material (MARCONDES, 1999, p. 139).

Marcondes decreta, assim como os filósofos (Marx e Engels) que o fundamento da sociedade reside na via material, onde o homem produz, domina e modifica a natureza através do trabalho, criando satisfação pessoal e lazer, pelo trabalho, o homem produz a si mesmo. Dentro da concepção materialista o material é o real, afastando a forma de se buscar conhecimento a partir da ideia, que é subjetiva e suscetível ao erro ou engano. É na vida material que o homem vive a sua vida, aspira sonhos e etc.. Passando a modificar a natureza e dominando-a.

A conduta humana passa a denotar preocupação, principalmente em relação a construção da vida social, sendo modificada a partir dela o trabalho. É por isso, que é necessário se buscar referencias dentro da história e da cultura, desde que não esteja a serviço da opressão burguesa, por que a sociedade está sem referenciais e vivendo tempos sombrios.

Dentro de uma concepção marxista a principal luta era contra todo e qualquer tipo de alienação, contra as formas de ideologias burguesas:

Marx descobriu que temos a ilusão de estarmos pensando e agindo com nossa própria cabeça e por nossa própria vontade, racional e livremente, de acordo com nosso entendimento e nossa liberdade, porque desconhecemos um poder invisível que nos força a pensar como pensamos e agir como agimos. A esse poder — que é social — ele deu o nome de ideologia (CHAUÍ, 2002, p. 37).

Uma das principais formas de ideologias que lutava o marxismo era a das religiões de mistérios, sem nenhuma validade científica, servia apenas para manter a população entretida, confortar e escravizar a mente dos fieis. Toda forma de se vender Deus, criada pelo cristianismo era errado, o socialismo só poderia sobrevier com a destruição de toda e qualquer forma de alienação do cidadão.

Marx via no cristianismo uma religião de conformismo social, visto que a recompensa oferecida pela Igreja era em um mundo imaterial (do além), e os cristãos não lutavam para modificarem a realidade social, pois, estavam a espera do Messias, salvador, o homem não tinha domínio da sua situação social.

Como é sabido, o ataque marxista não é exclusivamente ao cristianismo, mas, a toda e qualquer forma de alienação humana por meio da fé ou por meio do pensamento idealista da realidade. Só existe a matéria e tudo o mais, além disso, eram invenções das classes dominantes para manter sua supremacia, como afirma Marcondes (1999, p. 134):

“Até hoje o homem têm criado para si, constantemente, concepções falsas sobre si mesmo, sobre o que eles são e o que devem ser. Organizando as relações humanas de acordo com suas idéias de Deus, de homem normal etc”.

O homem criou o cristianismo como ilusão a partir das situações econômicas, é um inimigo a ser vencido. Esta forma de se viver é conflitante com a visão materialista por que só tem sentido enquanto ideia, e não pode ser posta em prática na vida social. O cristianismo é uma forma de alienação por que vende apenas Deus como o único capaz de libertar o homem de suas mazelas e confortador da realidade.

Eles não desejavam produzir um mero conhecimento sobre as novas condições de vida geradas pela revolução industrial, mas procuravam extrair dele orientações para a ação, tanto para manter, como para reformar ou modificar radicalmente a sociedade de seu tempo (MARTINS, 2007, p. 13).

Martins fala sobre as condições de vida gerada por causa do capitalismo na época da revolução industrial, este tipo de situação só poderia ser modificado por meio da revolução social, só assim, extraíram uma valorosa lição que transformaram em ação e reação a situação histórica.

Portanto, o problema do homem não era o pecado, Deus ou o diabo, mas a sua condição de alienação histórica, que determinava a sua condição social. A redenção não viria pela cruz, mas pela mudança da sociedade, pelo modo de produção, a revolução seria um dos pilares da mudança, sairia a visão de mundo ou, o modo de produção capitalista e entraria o sistema socialista-comunista.

Religião e Alienação

A história política e econômica do mundo não caminhou no caminho da revolução, mas, a revolução ainda desperta uma curiosidade nas pessoas, levando inúmeros homens a proclamarem o renascimento de Marx, mas, de forma equivocada. A tão sonhada evolução não aconteceu, o marxismo vive apenas nas sombrias páginas da história e nos sonhos de alguns admiradores fervorosos por novos ideais e razoes para viver. Não seria o marxismo uma forma avançada de ideologia social?

Após algumas crises alguns ainda tentam ressuscitar o marxismo, afirmando que seria o momento ideal para se fazer a revolução social, mas, a morte ainda ronda toda ideologia marxista. A proclamação da morte do marxismo foi um duro golpe para uma ideologia que em setenta anos influenciara de forma ampla o pensamento de uma boa parte da comunidade das nações.

Feuerbach parte do fato da auto-alienação religiosa, da duplicação do mundo em religioso e terreno, seu trabalho consiste em dissolver o mundo religioso em seu fundamento terreno. Mas o fato de que este fundamento se eleve de si mesmo e se fixe nas nuvens como um reino autônomo só pode ser fundamentado pelo autodilaceramento e pela autocontradição desse fundamento terreno. Este deve, pois em si mesmo, tanto ser compreendido em sua contradição, como revolucionário praticamente. Assim, é segredo da sagrada família, é a primeira que deve ser teórica e praticamente aniquilada (MARX e ENGELS, 2007, p. 112).

Se o marxismo é ou não uma alienação não importa, o que importa é a sua luta é contra as formas plurais de ideologia em massa, contra as formas mais agressivas de alienação que possa existir, por isso, que o cristianismo não passava de uma ilusão criada pelas condições econômicas, é um inimigo a ser vencido, existindo um antagonismo entre marxismo e cristianismo, é por isso, que todos os governos estabelecidos com base no marxismo tiveram como inimigos implacáveis a religião, a religião é o ópio do povo, esta frase é suficiente para sintetizar sua posição sobre a mesma e de todos.

O marxismo se transformaria no Deus, na religião oficial e dominante de toda a sociedade decadente. O conceito de Deus que o cristianismo criou é muito pessoal, e seria substituído por um pensamento coletivo, que fosse capaz de dar conta da vida material, modificando a organização social do homem a partir de uma natureza e do processo histórico e cultural, esse processo denominado de comunismo seria inevitável.

O trabalho alienado

Quando Marx introduz sua teoria marxista sobre os valores sociais, ele argumenta principalmente na forma como a burguesia se apropria do esforço físico denominado trabalho, observando que a troca entre força física em determinada ação e o valor pago por ela era desigual e injusta, logo, que determinados objetos eram caros e super valorizados, enquanto que objetos de primeira necessidade, que era necessário empregar um enorme esforço físico eram pouco valorizados, e aí está o ponto central da crítica marxista ao capitalismo.

Esta alienação ocorre não na relação do trabalhador com o produto de seu esforço para o trabalho, e também na própria atividade produtiva, mas, na valorização de certos produtos em relação à mão-de-obra empregada na fabricação do produto, é desigual, o trabalhador vende o seu trabalho por um valor bem menor daquele que realmente merece.

No capitalismo o trabalho é alienação por que o trabalho não pertence à natureza do trabalhador, mas, é condição para que esse sobreviva minimamente, sendo obrigado a se adequar a determinadas condições de trabalho que lhe são impostas pela prática patronal. Por isso, que no capitalismo existe o domínio dos meios de produção pelo víeis da alienação do trabalho.

O trabalhador não se realiza com ente, apenas mantém sobre controle as suas necessidades básicas como alimentação e moradia, existe uma plenitude física e mental a se realizar. No capitalismo o trabalho não transforma a satisfação de uma necessidade, mas apenas um meio de satisfazer outras necessidades.

Portanto, o proletariado vendeu seu tempo, sentimento, força e aspirações pelo dinheiro, em troca de uma vida alienada, e aspirações no além, trocando seu esforço físico e mental por mercadorias não duráveis, gerando o consumismo em massa.

Mudanças na sociedade capitalista: luta de classe

O comunismo seria a doutrina dominante, após a revolução feita pelo proletariado, seria apenas substituída uma ideologia por outra. Os principais conceitos de Marx é resultado da análise das lutas de classes, entre os burgueses (classe dominante) e os operários (classe que detinha apenas a força de seu trabalho, e por isso, era oprimida). Segundo Marx e Engels (2007, p. 45) “a história de todas as sociedades que existem até hoje é a história de lutas de classes”. E existiam em constantes conflitos e oposições. É o que Marx reconhecia como luta desigual pelo poder.

As lutas geralmente são históricas. Desde quando a sociedade começou a se organizar em sociedade e conviver em comunidade, guiada por vínculos afetivos ou não, dividiu-se em classes diferentes e antagônicas, onde sempre estiveram em constante oposição em busca do poder, no qual foram estabelecidos processos históricos e culturais.

Com o mesmo propósito do feudalismo, surgiu a burguesia, nascida da decadência econômica e religiosa de uma Europa arruinada por constantes crises, surgiu com o mesmo propósito que o feudalismo, transformando a religião, a arte e os modos de produção para poder lograr êxito, tendo o apoio do Estado, por que o mesmo enxergava uma boa oportunidade de conseguir a independência dos dogmas da Igreja Católica.

Os jovens filósofos acusam a classe burguesa de explorar os proletariados, com uma economia baseada na produção e nos meios de trocas, dessa forma o homem era explorado pelo próprio homem.

Vimos, portanto, que os meios de produção e de troca à base dos quais veio se construindo a burguesia foram produzidos no interior da sociedade feudal. Num certo estágio de desenvolvimento desses meios de produção e de troca, as condições nas quais a sociedade feudal produzia e trocava, quer dizer, a organização feudal da agricultura e da manufatura, numa palavra, as relações feudais de propriedade, deixaram de corresponder às forças produtivas já desenvolvidas (MARX e ENGELS, 2007, p. 50).

Argumenta Marx que:

Conforme aumentava a riqueza da sociedade, os operários passavam a sonhar com uma sociedade sem classe, em que a abolição da propriedade privada garantiria a todos a satisfação de suas necessidades [...] o Manifesto comunista insiste na necessidade de substituir o programa contra a propriedade privada em geral pelo projeto da apropriação coletiva dos meios de produção, atingindo, pois, pela raiz, tanto o funcionamento do modo de produção capitalista, quanto a fonte de alienação do homem que vive numa sociedade desse tipo (MARX, 2005, p. 13).

Foi no interior da sociedade feudal que se projetou a burguesia, devido a modificação dos meios de produção, o sistema de comércio do feudalismo era a base de troca, e no capitalismo por sua vez era baseado na fortificando os seus meios de produção e produtos. Segundo Marx e Engels (2007, p. 49) “Através da exploração do mercado mundial, a burguesia deu um caráter cosmopolita à produção e ao consumo de todos os países”. Criando um nefasto sistema de produção e comércio, nascendo também um monstruoso instrumento de destruição dela mesmo. Segundo Marx e Engels (2007, p. 51) “as armas de que se servil a burguesia para abater o feudalismo voltam-se agora contra a própria burguesia”.

Mas a burguesia não forjou apenas as armas que lhe trarão a morte; produziu também os homens que empunharão essas armas—os operários modernos, os proletários. Na mesma proporção em que se desenvolve a burguesia, ou seja, o capital, desenvolve-se também o proletariado, a classe dos operários modernos (MARX e ENGELS, 2007, p. 51).

O produto final, derivado do trabalho é chamado por Marx de Mais-Valia, a classe proletária era fortemente explorada pela burguesia, o valor final da mercadoria refletia diretamente no preço da mão-de-obra (força física) que fora empregada na fabricação de um determinado produto.

Devido a sua forma de exploração era impossível a construção de uma nação socialista sem a destruição do capitalismo, por isso, tinha que ser superada e aniquilada.

É somente através da revolução operária que a classe trabalhadora irá tomar o poder e estabelecer o Estado Socialista, destruindo não só a burguesia, mas, a sua forma de apropriação do trabalho proletário.

Os operários começaram a formar coalizões contra os burgueses [...] O verdadeiro resultado de suas lutas não é o êxito imediato, mas a visão cada vez mais ampla dos operários (MARX e ENGELS, 2007, p. 54).

Os operários começam a se organizar, é com esta afirmação que surge a ideologia socialista, o comunismo, que seria capaz de suprir a classe de proletariados de incentivo e combustível necessário para lutarem contra os burgueses, é a revolução e não tem mais volta, é questão de tempo para o capitalismo ser suprimido por ele mesmo, por que não é capaz de conduzir a humanidade a um novo futuro e principalmente à igualdades.  

Foi proposto através do manifesto que o poder se concentraria nas mãos do proletariado, abolindo a concentração de poder, dinheiro e produção da iniciativa privada, coletivizando todos os segmentos da economia.

Portanto, seriam assegurados os direitos e interesses da coletividade, acabando com o individualismo nefasto do capitalismo, decretando o fim da propriedade privada, as riquezas seriam divididas, gerando igualdade e satisfação social, com isso, seria criada uma sociedade sem classe, todos seriam iguais perante a hegemonia social e a existência.

Estado e igreja: no mundo da produção capitalista

Quando o assunto é a função do Estado perante a sociedade, existe uma dicotomia entre o real e o ideal, pelo menos na visão de Marx e Engels, se existiam lutas de classe é por que o agente regulador não criava mecanismo de defesa para a classe mais fraca e oprimida. Segundo Marx e Engels (2007, p. 45) “A história de todas as sociedades que existiam até hoje é a história de lutas de classes”. O Estado estava falido, era corrupto e se inclinava à defesa e adesão do capitalismo, em suma, era liberal. É decretado o fim do Estado, ele é totalitário, não garante o direito de forma igualitária a todas as pessoas, a grande coletividade.

Existia ainda a influencia da Igreja nas decisões do Estado, tanto Igreja quanto Estado protegiam a burguesia e seus meios de apropriação do trabalho, foi a partir do fim do feudalismo que começou a proteção á classe burguesa, através de interesses sociais e jurídicos.

O processo de construção do Estado burguês decretaria o fim das forças desiguais de apropriação do poder, se tornando uma ciência, que construiria e aplicaria as leis mais gerais, o restante seria através da consciência coletiva. Construindo um caminho seguro para a aplicação do método comunista, ou seja, em primeiro lugar o homem tem que: comer, beber, vestir-se, abrigar-se, etc., ou seja, reproduzir suas condições materiais de vida, sobrevivendo no mundo.

É assim, que se desenvolve o capitalismo, em diferentes povos e épocas, por meio das instituições políticas, as aspirações jurídicas, a alienação da arte, como um produto que possuísse um certo valor econômico e, por último as religiões que seriam o pilar do capitalismo, como mais um modo de produção e alienação em massa, vamos destruir as Igrejas e construir cassas, o Deus criado pelo marxismo não precisa de dinheiro, ele doa o que tem entre seus filhos.

Na visão do marxismo, o homem faz a religião, a religião não faz o homem, ou seja, a religião é uma criação humana que visa alienar o homem, criando um mundo ilusório, para confortá-lo da realidade dura e cruel. O homem é o mundo do Estado e da sociedade, portanto, a luta contra Deus é indiretamente a luta contra aquele mundo cujo aroma espiritual é a religião e o conformismo espiritual.

Portanto, as religiões serão permanentemente substituídas pelas forças sociais de produção, amparada pela grande máquina estatal, substituindo as formas capitalistas de produção, que são desiguais e ilusórias, modificando assim, a maneira de todos ganharem a vida e as relações sociais, de comércio, educação e saúde.

A evolução e revolução do capitalismo: no mundo do trabalho e da produção

Durante a sua maior parte do tempo as relações comerciais sofreram algumas transformações, algumas delas por força da sua evolução científica e outras por determinação de sua própria sobrevivência. O certo é que tanto o feudalismo quanto o capitalismo usaram a tecnologia existente para se revolucionarem e dominarem as suas épocas de existência, de forma direta ou indireta.

No feudalismo, a figura do artesão é glorificada, a produção é quase que escrava, o velho moinho a braço dará a sociedade a dimensão do poder do suserano, mas, logo será substituída pelo moinho a vapor, criando um novo contesto econômico e social, baseado nas relações de apropriação da força física como trabalho que gere lucros e dividendo, o Capitalismo industrial. Tal capitalismo é fruto do determinismo econômico, que é muito rigoroso e ao mesmo tempo abstrato.

Por isso, que o capitalismo é impossível, devido a sua forma de organização e apropriação do trabalho, gerando desigualdade e criando uma sociedade de classes, de forma que essas classes sejam antagônicas historicamente, gerando um Estado fraco, e um mercado forte, que sobrevive da especulação do capital e atua diretamente dentro da estrutura e política de Governo e Estado. Então o capitalismo determina as condições econômicas de toda uma sociedade.

No mundo do capitalismo o seu poder está concentrado na forma como a sua produção de bens e serviços se organizam, em função da concentração da força econômica, do acumulo de posses e dividendos, como: terra, imóveis e técnicas de produção em grande escala, os instrumentos de trabalho, as matérias-primas e o maquinário. Enfim, as forças que contribuem para o desenvolvimento da produção. O exemplo a ser citado é a forma como a indústria automobilística se organizou e expandiu o seu poder no inicio do século passado (toyotismo e fordismo), alavancando a economia de duas potencias econômicas.

Na economia capitalista os homens se organizam socialmente de acordo com os modos de produção, e as pessoas são tratadas como membros do processo de produção, peças ou componentes do maquinário da fábrica, diminuindo o seu sentido de Ser humano. Diante deste processo o trabalho perde seu caráter de socialização e cria o sentido de alienação e apropriação do Ser.

A revolução social aconteceu devido a forma como uma sociedade organiza o seu modo de produção e se relaciona com suas forças produtivas, criando uma relação plural de produção e apropriação do trabalho. Ao se desenvolver o capitalismo criou um desenvolvimento ilusório, a partir da desigualdade entre classes.

CONCLUSÃO

Portanto, é a intenção do pensamento marxista tirar a religião do campo da especulação e religar o homem a Deus através de artifícios sociais, levando a igualdade entre classe, a religião estará para terra assim como o homem necessita do trabalho para sobreviver, e com isso, o diabo não é mais causador dos males metafísicos e sim sociais, o mau agora é o capitalismo e os burgueses são causadores de maldades.

A sua critica em relação a existência de Deus gira na controvérsia tese de que não foi Deus quem criará o homem a sua imagem e semelhança, mas, o homem que forjou um ídolo de barro, provisório, que está para satisfazer os seus caprichos e necessidades, por isso, no mundo do socialismo é impossível existir um Deus religioso (das religiões), negando de forma definitiva os valores do cristianismo.

Deus é uma inclinação humana na busca, projeção de poder e domínio. Em relação ao cristianismo era fato de que as situações econômicas sempre foram acompanhadas de um sistema doutrinário religiosos, o feudalismo se apossou do cristianismo, o capitalismo das teorias protestantes, criando uma nova moral, baseada na aquisição de valores econômicos.

No mundo religioso, segundo o pensamento marxista é impossível a existência de uma vida religiosa, por que ela é um ópio, criando a ilusão de uma vida contemplativa do mundo do além, dando esperança de uma vida futura que não existe socialmente, tornando os homens coniventes com as mazelas sociais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS

CHAUÍ, Marilena. Filosofia. São Paulo-SP, 1 ed. Ática. 2002

MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. Manifesto do partido comunista. Tradução: Pietro Nassetti. Martin Claret. São Paulo. 2007.

MARX, Karl. Para a crítica da economia política. Do capital. O rendimento e suas fontes. Tradução: Edgar Malagodi. Nova cultural. São Paulo. 2005.

MARX, Karl. Prefácio da Contribuição à crítica da economia política. São Paulo. Ed. Martins Fontes, 1972.

MARCONDES, Danilo. Textos básicos de filosofia/Dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro, Jorge Zahar editor, 4 ed., 1999.

MARTINS, Carlos Benedito. O que é sociologia—São Paulo. Brasiliense, 2007.

HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro, Jorge Zahar editor. 1983.