O discurso de Sua Majestade o Rei Mohammed VI de 30 de Agosto de 2016, dirigido à nação marroquina, pela ocasião do 63º aniversário da Revolução do Rei e do povo, constitui um apelo de esperança. Além de ser uma memória, um apelo preocupante para África  integrar a base fundamental dos "valores e princípios  inspirarados das gerações anteriores e da vontade de construir o presente e olhar para o futuro, com toda confiança". 

É um discurso profundamente inspirado pela fé de um rei em África! Profundamente preocupado pelo futuro do continente Africano, muito marcado pelas seguelas da colonização que hipotecaram seu desenvolvimento e sua segurança, gerando conflitos, migração e proliferação de grupos extremistas, o rei Mohammed VI desejo assim  reviver esse espírito de solidariedade entre os povos que antecederam  a independência no continente Africano, enfretando as causas e os desafios comuns. 

Sua Majestade aspira de facto uma África emancipada, um continente em paz e dono de seu destino, levado ao serviço do desenvolvimento humano e do cidadão Africano; uma África, capaz de lidar com as preocupações comuns no contexto de uma política de solidariedade, de benefício mútuo. 

África tem as capacidades. Determinação, potencial humano e recursos naturais os quais são seus ingredientes. 

Marrocos determinado a investir no seu espaço natural Africano. O Reino ocupou sempre um lugar estratégico, motivado por "sentimentos sinceros de afeição e de consideração, dos laços humanos  e espirituais, bem como de relações de cooperação frutuosa e de solidariedade concreta" que ultrapassam todas as fronteiras  geográficas. 

O retorno de Marrocos ao quadro institucional continental, considerado uma extensão natural e legítimo. Sua Majestade o Rei de Marrocos defende a dignidade do cidadão Africano. Ele acorda uma  especial atenção aos migrantes subsaarianos e apela a uma abordagem integrada que protege seus direitos humanos e sua dignidade. Uma abordagem implementado no âmbito da política de regularização dos migrantes e que pretende defender no Fórum Mundial para a Migração e o Desenvolvimento  2017 e 2018, co-presidido com Alemanha. 

Neste contexto de migração, Sua Majestade o Rei de Marrocos, profundamente preocupado pelo grupo da diáspora marroquina desafiada pelo novo fenómeno do terrorismo jihadista na Europa. 

Deve-se saudar a abordagem de um rei que insta os marroquinos a não ceder a sedução do jihadismo, fundamentalmente contrário aos preceitos do Islão e das tradições seculares marroquinos, abertos sobre o mundo, defendendo os valores da solidariedade, da paz e de viver em conjunto.

Face ao obscurantismo, a autoridade do comandante dos Fiéis tem um papel fundamental a desempenhar na luta contra aqueles que afirmam agir em nome da religião. 

Recordando o significado de Jihad e suas condições, Sua Majestade o Rei Mohammed VI criticou os discursos dos jihadistas, justificando pelos versos do Corão e da ilegalidade, da imoralidade e da descrença dos terroristas. Ele sublinhou que os "terroristas que agem em nome do Islã não são muçulmanos. Sendo que a abordagem da segurança marroquina pela luta contra o terrorismo integra a segurança religiosa e a promoção do Islã esclarecidor baseado no rito Maliki, cujo Rei de Marrocos fiador  constituindo sem dúvida um baluarte contra o extremismo . 

Durante muitos anos que o povo esperou este tipo de discurso.  Muitas vezes o povo alertou do risco da doutrinação da juventude proveniente da imigração marroquina pelos movimentos integristas e fundamentalistas confortavelmente instalados na Europa

Estes grupos  desafiaram as autoridades,  na Europa notadamente na França, na Bélgica, bem como no Marrocos. 

Apoiar este referencial identitário marroquino encarnado pelo Comandante  dos fiéis é tão pouco conhecido  pelos jovens. É hora então de se reconectar com os valores e os princípios do Islã abertos sobre o papel do cristianismo na civilização ocidental portador da modernidade dos valores democráticos e dos direitos fundamentais e das liberdades públicas.

Apoiando as autoridades dos países de residência a obrar com Marrocos aberto e livre para que se possa levar a um Islã europeu, protegendo as gerações de todas as formas de extremismo.

Lahcen EL MOUTAQI

Pesquisador - Ph.D