Na margem do encontro internacional, da 12ª edição World Policy Conference (WPC), Sr Mezouar, eleito como presidente das organizações patronais de Marrocos, um ano atrás, a sorte não foi ao seu lado, seus comentários sobre a situação interna na Argélia não agradou o Ministério marroquino de Relações Exteriores e da Cooperação Africana, considerando seus comentários desaprovados e inaceitáveis.

 Uma vez sua declaração caracterizada como irresponsável, desajeitada e impensada, pelo governo, o que "pode afectar  a classe política e a opinião pública em relação aos desdobramentos dos movimentos e greves na Argélia".

 A Confederação Geral de Empresas Marroquina, tomou posição segundo a fonte jornalística, "não se pode substituir  o governo ao rei na tomada  de posições sobre as questões internacionais, e notadamente nos desdobramentos que ocorrem no país vizinho", tal posição do Reino sobre este assunto ficou "claro e consistente".  O país mantém uma "atitude de não interferência" neste país ", abstendo de qualquer comentário sobre Argélia" .

 Não deixou alternativa a não ser, tomar posição e conhecer os limites da tomada de decisão, levando a sua demissão imediata da presidência do CGEM, por razões qualificadas  de "grande contraste pessoal".

 De fato, esse infeliz episódio lembra um outro mais sério, onde o último protagonista se tornou sacrificado devido ao um comentário. Foi em dezembro 2016, quando o própio Salaheddine Mezouar era Ministro de Relações Exteriores e Cooperação, envolvendo os comentários infelizes do ex-secretário-geral do partido Istiqlal sobre um outro País do Magrebe, a Mauritânia.

 Os comentários na época do Hamid Shabat, secretário do Partido do Istiqlal, são considerados "compromotidores e irresponsáveis",  designados "claramente como uma falta de maturidade", "na mesma lógica dos inimigos da integridade territorial do Reino", " um profundo mal-entendido das diretrizes, da diplomacia marroquina, pelas quais o rei se basea para o respeito da vizinhança, em termos da solidariedade e cooperação ".

 Tal comentário, na época, enfraqueceu a posição de Hamid Shabat levando ao seu declínio, mas sem renunciar, uma vez que o partido Istiqlal, indiretamente, se defendeu, argumentando que os comentários dizem respeito ao passado e não ao presente.

 Por fim a leitura do governo de Marrocos deve ser explicado no contexto das relações internacionais, sobretudo quando se trata de Argélia, que não reconhece o saara marroquino.

O chefe da diplomacia marroquina tem como justificar a sua posição num contexto "da integridade territorial, um assunto polêmico, que envolveu o patriotismo do Secretário Geral de Istiqlal",  diante do Departamento de Relações Exteriores que  avalia e categoriza as posições e decisões dos partidos políticos "e", frustra posições que não se alinham a diplomacia conveniente, objeto da escolha de termos e colocações oficiais e adequadas".

 Em relação ao Sr Salaheddine Mezouar que não se prevaleceu, diante de um partido no qual ele faz parte, RNI, dos Independentistas, obrigado a deixar este partido para presidir os destinos do CGEM, onde sua eleição não foi nada fácil. Uma vez que o poder dos negócios fizeram dele uma pessoa  censurada, parte do mundo de negócios, bem como da política.

 Foi, de fato, apesar de algumas incursões nos negócios e na administração pública, bem como na política na qual se brilhou.  No início dos anos 80, ele ocupou os cargos de gerente administrativo e financeiro nos conselhos de água e eletricidade de Rabat e Tânger, depois como gerente de projetos no Escritório de Exploração (ODEP) de 1986 a 1991.

Em 8 de junho de 2004, foi nomeado Ministro da Indústria, Comércio e modernização Econômica no governo de Jettou II, 15 de outubro de 2007, bem como Ministro de Economia e Finanças do governo, Abbas El Fassi.

Em 23 de janeiro de 2010, ele foi eleito presidente do Partido Nacional dos Independentes (RNI) e, 2 anos depois, formou a Aliança pela Democracia com outros sete partidos políticos para combater o Partido Justiça e Democracia, bem como os aliados nas eleições legislativas de 25 de novembro 2011.

O fracasso retumbante dessa aliança levará seu partido à oposição durante a formação do governo Benkirane I, mas ele fará parte do executivo no lugar de Benkirane II. Invés de fazer parte do partido Istiqlal, abandonado.

 Enfim , em 2013, foi nomeado Ministro de Relações Exteriores e Cooperação e Presidente do Comitê Organizador da COP 22. Por duas vezes, deixou de ser o primeiro-ministro, fracassado nas eleições legislativas de 2011, e  2016, fazendo do partido que liderou o RNI, a primeira força política do país, mas cada vez, ele encontra no partido à frente para se reinventar. Pode fazer isso outra vez?

Lahcen EL MOUTAQI

Professor universitário