Marrocos: Salaheddine Mezouar demissiona da organização patronal
Publicado em 17 de outubro de 2019 por Lahcen EL MOUTAQI
Na margem do encontro internacional, da 12ª edição World Policy Conference (WPC), Sr Mezouar, eleito como presidente das organizações patronais de Marrocos, um ano atrás, a sorte não foi ao seu lado, seus comentários sobre a situação interna na Argélia não agradou o Ministério marroquino de Relações Exteriores e da Cooperação Africana, considerando seus comentários desaprovados e inaceitáveis.
Uma vez sua declaração caracterizada como irresponsável, desajeitada e impensada, pelo governo, o que "pode afectar a classe política e a opinião pública em relação aos desdobramentos dos movimentos e greves na Argélia".
A Confederação Geral de Empresas Marroquina, tomou posição segundo a fonte jornalística, "não se pode substituir o governo ao rei na tomada de posições sobre as questões internacionais, e notadamente nos desdobramentos que ocorrem no país vizinho", tal posição do Reino sobre este assunto ficou "claro e consistente". O país mantém uma "atitude de não interferência" neste país ", abstendo de qualquer comentário sobre Argélia" .
Não deixou alternativa a não ser, tomar posição e conhecer os limites da tomada de decisão, levando a sua demissão imediata da presidência do CGEM, por razões qualificadas de "grande contraste pessoal".
De fato, esse infeliz episódio lembra um outro mais sério, onde o último protagonista se tornou sacrificado devido ao um comentário. Foi em dezembro 2016, quando o própio Salaheddine Mezouar era Ministro de Relações Exteriores e Cooperação, envolvendo os comentários infelizes do ex-secretário-geral do partido Istiqlal sobre um outro País do Magrebe, a Mauritânia.
Os comentários na época do Hamid Shabat, secretário do Partido do Istiqlal, são considerados "compromotidores e irresponsáveis", designados "claramente como uma falta de maturidade", "na mesma lógica dos inimigos da integridade territorial do Reino", " um profundo mal-entendido das diretrizes, da diplomacia marroquina, pelas quais o rei se basea para o respeito da vizinhança, em termos da solidariedade e cooperação ".
Tal comentário, na época, enfraqueceu a posição de Hamid Shabat levando ao seu declínio, mas sem renunciar, uma vez que o partido Istiqlal, indiretamente, se defendeu, argumentando que os comentários dizem respeito ao passado e não ao presente.
Por fim a leitura do governo de Marrocos deve ser explicado no contexto das relações internacionais, sobretudo quando se trata de Argélia, que não reconhece o saara marroquino.
O chefe da diplomacia marroquina tem como justificar a sua posição num contexto "da integridade territorial, um assunto polêmico, que envolveu o patriotismo do Secretário Geral de Istiqlal", diante do Departamento de Relações Exteriores que avalia e categoriza as posições e decisões dos partidos políticos "e", frustra posições que não se alinham a diplomacia conveniente, objeto da escolha de termos e colocações oficiais e adequadas".
Em relação ao Sr Salaheddine Mezouar que não se prevaleceu, diante de um partido no qual ele faz parte, RNI, dos Independentistas, obrigado a deixar este partido para presidir os destinos do CGEM, onde sua eleição não foi nada fácil. Uma vez que o poder dos negócios fizeram dele uma pessoa censurada, parte do mundo de negócios, bem como da política.
Foi, de fato, apesar de algumas incursões nos negócios e na administração pública, bem como na política na qual se brilhou. No início dos anos 80, ele ocupou os cargos de gerente administrativo e financeiro nos conselhos de água e eletricidade de Rabat e Tânger, depois como gerente de projetos no Escritório de Exploração (ODEP) de 1986 a 1991.
Em 8 de junho de 2004, foi nomeado Ministro da Indústria, Comércio e modernização Econômica no governo de Jettou II, 15 de outubro de 2007, bem como Ministro de Economia e Finanças do governo, Abbas El Fassi.
Em 23 de janeiro de 2010, ele foi eleito presidente do Partido Nacional dos Independentes (RNI) e, 2 anos depois, formou a Aliança pela Democracia com outros sete partidos políticos para combater o Partido Justiça e Democracia, bem como os aliados nas eleições legislativas de 25 de novembro 2011.
O fracasso retumbante dessa aliança levará seu partido à oposição durante a formação do governo Benkirane I, mas ele fará parte do executivo no lugar de Benkirane II. Invés de fazer parte do partido Istiqlal, abandonado.
Enfim , em 2013, foi nomeado Ministro de Relações Exteriores e Cooperação e Presidente do Comitê Organizador da COP 22. Por duas vezes, deixou de ser o primeiro-ministro, fracassado nas eleições legislativas de 2011, e 2016, fazendo do partido que liderou o RNI, a primeira força política do país, mas cada vez, ele encontra no partido à frente para se reinventar. Pode fazer isso outra vez?
Lahcen EL MOUTAQI
Professor universitário