Marrocos / França : Rei de Marrocos anuncia o fim das caças reservadas em Africa

Por Lahcen EL MOUTAQI | 02/03/2014 | Crescimento

Aparentemente, a tensão diplomática entre Marrocos e França não resultou simplesmente das queixas contra o patrão da DGST, Abdellatif Hammouch. As palavras do rei Mohammed VI, pronunciadas em Abidjan, refrendo ao fim das caças reservadas em África deixaram entender que a crise entre Raba e Paris seria mais profunda.

A crise diplomática com a França é fortemente caracterizada no discurso do rei Mohammed VI, em Abidjan, na abertura do fórum econômico Marrocos - marfinense. Insistindo no fortalecimento da cooperação Sul-Sul, o monarca evocou ainda a sua maneira as atuais tensões com Paris.

O rei decreta o fim das caças reservadas em África O discurso real soava como uma acusação contra uma ideia muito divulgada em certos lugares franceses, fazendo do continente negro um quintal da França. A África vai continuar a desenvolver suas relações frutuosas dos países com os quais têm as mais profundas relações históricas e mais afinidades. Mas, apesar de serem vantagens, esses lacos não são mais suficientes, frisou o rei.

Ele acrescentou que estes laços devem ser acompanhados por uma ação credível e um compromisso constante. Não há mais espaços, nem caças preservadas. Seria uma ilusão acreditar o contrário. A mensagem real é claramente identificada. Trata-se naturalmente da França. Uma cirse profunda entre Marrocos e França?

Os ditos do rei deixaram entender que a crise com as autoridades françeces seria profunda. Por conseguinte, ela poderia ser discrita além de uma mera deposito das queixas de denúncias contra o patrão da DGS, Abdellatif Hammouch por cumplicidade em tortura e linguagem pejurativa sobre Marrocos atribuída a um diplomata francês durante uma conversa particular com o ator espanhol Javier Bardem.

Isso não é a primeira vez que um alto representante do Estado marroquino é denunciado no exterior por causa de tortura. A justiça espanhola instruiu durante anos queixas de « tortura » e de genocídio no Saara Ocidental , envolvendo altos responsaveis da Frente do Polisario. Mas isso acabou  suscitando  vivas reações da Argélia que provoca. Resulta disso Marrocos convocou o embaixador espanhol para consultas e Mohammed VI deixou de participar a cimeira França-África

Estas novas declaraçoes réais sobre o fim das caças reservadas inscrevem-se na estratégia da diplomacia mais ofensiva do monarca. Para os Diplomatas, advogados e especialistas o rol é  empenhar no sentido de pressionar para corrigir as lacunas nos textos para que esses "incidentes" atentatórios à dignidade do Estado marroquino e violação dos acordos bilaterais não se reproduzam. Sem dúvida, o governo francês, Elysee e todas as partes deste caso possam perceber o sentido da abordagem do Reino. Quando um prejuízo cometido, as palavras de apaziguamento e os sermões de amizade não sao mais suficientes. Somente as ações contam...

Lahcen EL MOUTAQI