Logo instalado pelo rei Mohammed VI, o Conselho Superior de Educação, de Formação e de Pesquisa Científica realizou sua primeira reunião na sede da Academia de Marrocos, um lugar altamente simbólico em relação à missão confiada ao Conselho.

 A primeira pergunta que se coloca é da língua, um dos membro do Conselho pediu ao presidente Omar Azziman a possibilidade de se expressar em Darija. Resposta afirmativa, Azziman precisou que o uso do árabe clássico é desejado, "tanto quanto possível", mas o uso de Darija e de francês são também possíveis. "O mais importante é a mensagem veiculada, pela língua, servindo a transmití-la", explicou o presidente.

 E, bem evidente, os olhos de todos são fixados sobre  Noureddine Ayouch,  homem que quer introduzir a ideia de Darija nos primeiros anos do ensino fundamental. Interrogado sobre a sua ideia, Ayouch respondeu que estava determinado a defender suas convicções e que seu propósito não é de maneira nenhum substituir o árabe clássico por Darija, mas conseguir estabelecer uma língua intermediária.

 "Eu desenvolvi esta idéia com base no trabalho que realizei, convencido de que isso vai acontecer em 5 anos, ou mesmo 10, mas que isto se fará", precisou o empresário e fundador da Fundação Zakoura para a Educação.

 De acordo com o jornal Akhbar Alyoum que informou sobre suas declarações, Ayouch disse que a próxima Constituição de Marrocos poderia muito bem erigir Darija como língua oficial de Marrocos, sabendo que na Suíça há seis línguas oficiais e Índia conta com centenas. Estes comentários irritaram muito o turbulento deputado do PJD Abdelaziz Aftati, porta- revólver do chefe de governamento: "Esta saída de Ayouch indica que ele está lá para servir posições específicas que vão contra o árabe.

 Ayouch está aqui para servir  seus interesses privados. Marroquinos nunca emitiram o desejo para erigir Darija como língua oficial, e falando volta a desperdiçar o árabe clássico e a língua Amazigh e, finalmente, prejudicar a identidade marroquino no  âmbito da Francofonia".

Por sua vez, Omar Azziman desenvolveu sua concepção do Conselho Superior recém-criado; segundo ele, há quatro dimensões na abordagem da questão da educação e da formação neste país.

1, a gestão dos assuntos diários, ligados aos professores e quadros administrativos nas regiões,

2, a governança educativa e a implementação de políticas públicas,  ligado ao governamento,

3, a legislação, cuja responsabilidade recai sobre o governo e parlamento, 

4, a análise estratégica, a avaliação, o monitoramento e controle do sistema como um todo quanto à sua produtividade e qualidade, isso é a tarefa do Conselho superior, presidido por Azziman.

Em outras palavras, o governamento deve levantar a mão, ver lavar as duas, as questoes da educação,  da formação e da pesquisa científica.  Foi o caso, mas com esta profissão de fé de Omar Azziman, o mérito de se tornar oficial se desenha no horizonte.

Lahcen EL MOUTAQI