O protesto social continuo,  terça-feira em Jerada, antiga cidade mineira do Nordeste de Marrocos, apesar de um plano de emergência proposto para atender às expectativas dos habitantes, de acordo com as autoridades locais e ativistas.

Este movimento foi provocado pela morte acidental, no final de dezembro, de dois irmãos presos num poço em estado de desuso, onde buscavam o carvão. Desde então, as manifestações pacíficas denunciam regularmente o "abandono" desta cidade economicamente drenada desde o fechamento destas minas em 1998.

De acordo com as  imagens publicadas na página do Facebook dos ativistas, uma multidão de manifestantes reuniu-se na praça central de Jerada, alguns com emplastros colados em suas bocas.

Os manifestantes ainda estão muito mobilizados de acordo com os ativistas. Mas as autoridades locais, que confirmaram o protesto de quarta-feira, dizem que são cada vez menos.

Os manifestantes consideram insuficiente  o plano de emergência proposto pelas autoridades locais,  o que pode aumentar  as tenções.  

.Estes manifestantes pedem que as ações sejam realizadas no nível governamental e não no nível local, uma vez  que as propostas para o emprego de jovens foram  insuficientes, de acordo com os habitantes.

O plano inclui medidas que envolvem o sector de  água e eletricidade, bem como os meios para a  criação de emprego, e a exploração de sumidouros de carvão abandonados e em estado de degradação ambiental, de acordo com a agência de informaçao local.

Uma delegação ministerial foi enviada no início de janeiro para aliviar as tensões, sem convencer os manifestantes que continuaram a se mobilizar pedindo "projetos concretos de desenvolvimento".

Terça-feira passada, no dia seguinte à apresentação do plano de emergência, uma grande marcha foi organizada pela cidade vizinha de Hassi Bilal até Jerada para exigir emprego, conforme  às propostas das autoridades regionais, e de acordo com Vídeos publicados em páginas do Facebook.

O Marrocos conheceu  nos últimos meses dois outros movimentos de protesto social, no Rif (norte) após a morte de um comerciante de peixe em outubro  2016 e no sul após cortes de água relacionados à sobreexploração da agricultura 

Lahcen EL MOUTAQI, Pesquisador universitário