Marketing Viral: Sabendo Utilizar o Desconhecido
Por Rodrigo Colombo | 26/10/2009 | TecnologiaMarketing viral ou publicidade viral referem-se a técnicas de marketing
que tentam explorar redes sociais pré-existentes para produzir aumentos
exponenciais em conhecimento de marca, com processos similares à
extensão de uma epidemia. A definição de marketing viral foi cunhada
originalmente para descrever a prática de vários serviços livres de
email de adicionar publicidade às mensagens que saem de seus usuários.
O que se assume é que se tal anúncio ao alcança um usuário
"susceptível", esse usuário será "infectado" e reenviará o email a
outras pessoas susceptíveis, "infectando-as" também. Enquanto cada
usuário infectado envia um email a mais do que um usuário susceptível,
em média (ou seja, a taxa reprodutiva básica é maior do que um), os
resultados padrão em epidemiologia implicam que o número de usuários
infectados crescerá segundo uma curva logística, cujo segmento inicial
é exponencial.
De forma mais geral, o marketing viral se utiliza às vezes para descrever alguns tipos de campanhas de marketing baseadas na internet, incluindo o uso deblogues, de sites aparentemente amadores, e de outras formas de astroturfing
para criar o rumor de um novo produto ou serviço. O termo "publicidade
viral" se refere à idéia de que as pessoas passarão e compartilharão
conteúdos divertidos. Esta técnica muitas vezes está patrocinada por
uma marca, que busca construir conhecimento de um produto ou serviço.
Os anúncios virais tomam muitas vezes a forma de divertidos Flash interativos, imagens e inclusive textos.
O marketing viral funciona como veículo
de venda?
O conceito viral é
antigo: passar adiante uma mensagem que "contamine"
o receptor e o faça simplesmente passar a mesma
mensagem adiante ou fazer isso em conjunto com
outras ações, como comprar algo ou se inscrever
em algum serviço. As famosas correntes, as
antigas cartas com orações promessas de
bênção ou ameaças de maldição, já traziam
em si o aspecto viral. Com a Internet o conceito
cresceu e se potencializou. Agora cada pessoa
envolvida pode "contaminar" centenas ou
milhares de correspondentes.
Uma das primeiras ações de marketing viral na
Internet foi usada pelo Hotmail, que incluía um
convite para assinar o serviço no final de cada
e-mail enviado por alguém que já era assinante.
O serviço de mensagens instantâneas ICQ também
promoveu ações de marketing viral levando cada
novo usuário a convidar a baixar o software
qualquer pessoa com quem ele quisesse conversar.
Outros serviços fizeram o mesmo. Porém o que
existe de comum nesses serviços é que todos
são gratuitos e a venda ocorre em outro nível,
geralmente para patrocinadores que queiram se
comunicar com o imenso público que esses
serviços geram.
O marketing viral estaria
trazendo publicitários e empresas de volta aos
tempos do boca-a-boca?
De certo modo sim. A
técnica do marketing viral é contaminar as
redes de relacionamento atingindo pessoas com
interesses comuns e depois se concentrar em
vender algo com base no perfil demográfico desse
grupo.
Porém o marketing viral não fica apenas na
propagação voluntária, como nos convite para
um amigo participar de um site de relacionamento,
ou compulsória, como propaganda acrescentada no
final de mensagens de e-mail. Em alguns casos o
que se busca é criar rumor sobre algum produto
ou serviço com algo tão atraente que as pessoas
se sintam motivadas a compartilhar isso com
amigos.
Um caso clássico foi a forma como os produtores
do filme "A Bruxa de Blair" utilizaram
para divulgar o filme com um orçamento limitado.
A princípio contrataram alguns estudantes para
fazer um trabalho de panfletagem em portas de
escola. A mensagem dos impressos geravam
curiosidade e levavam os adolescentes a visitarem
o site do filme na Internet. Criado para parecer
um caso real de desaparecimento de adolescentes,
cada visitante ficava logo eletrizado pelo que
via e sentia necessidade de enviar o link para
amigos. Milhões de pessoas foram atingidas dessa
maneira, divulgando o filme a custo zero para os
produtores.
Mas a estratégia não parou aí. Criado o rumor
e o interesse, o próximo passo foi limitar o
lançamento a poucas salas de cinema espalhadas
pelos Estados Unidos. Com um interesse maior que
o número de lugares disponíveis, logo se
formaram filas intermináveis nas portas dos
cinemas, o que obviamente causou tumultos e
atraiu a mídia. Neste estágio o contágio viral
chegou até os meios de comunicação que
divulgaram o filme na forma de notícia das
aglomerações. Esta é também uma das variantes
ou conseqüências do marketing viral depois de
criar rumor: conseguir publicidade grátis na
mídia convencional.