Maria vai  com  as outras.

 Maria vai com as outras não tem opinião formada a respeito de nada. Mas pensa tê-la. Quando influenciada aponta os erros e defeitos de uns e qualidades de outros, sem se ater à veracidade do que diz.

Entende a opinião alheia como melhor que a sua, inferiorizada que se sente frente a quem imagina ser mais importante, mais inteligente, mais tudo que ela. E são tantos que o são... Poucas palavras bastam para que ela transforme seu pensar, incapaz que é de decidir que caminho tomar. Não se posiciona quando frente ao que discorda. Muda logo de lado, pois é o que lhe parece melhor, o que mais lhe convém.

Não quer ser desagradável e acaba sendo, quando toma como suas as palavras do outro. Pensa evitar conflitos,  mas dele se desvia tão somente quando quer se apropriar do que o outro pensa, do que fala.

A cada bate papo, a cada leitura feita, arvora-se em dona da verdade e sai falando, falando, usando as palavras alheias como se suas fossem. Afinal, se as leu ou as ouviu, suas são, para usá-las a seu bel prazer. Como se possível fosse...

O elogio do outro é muito importante para ela, que tão baixa autoestima possui. Insegura que é não se conhece por inteiro. Não se monitora interiormente. A assertividade passa ao longe, quando deprecia um, em detrimento do outro.

Segue caminhos abertos  e vai em frente, poderosa que se imagina como juíza no tribunal da vida, que pensa entender melhor do que ninguém. Pensa. Tão somente pensa, pobre coitada que é e não sabe. Ou não quer saber.                                                                                      Precisa de aprovação, e quando a tem, sente muita angustia interna. E não entende por quê.

Procura sempre diminuir aqueles dos quais falam, comentam, julgam, levantando uma bandeira que não é a sua. Mas pensa ser.

Segue pela vida através de rastros alheios sem questionar. Mais uma na multidão que segue a roda viva da vida.                                                                                                      Maria... Vem como se não tivesse vindo e vai embora como se nunca tivesse chegado.