Apesar das repercussões da crise  do vírus da "Corona" 19, dos esforços conjuntos dos países da região do Magrebe, a exemplo dos países da União Europeia e das federações internacionais regionais, a Argélia optou para manter uma posição hostil contro o Reino de Marrocos, através  da porta do conflito no saara marroquino.

O presidente da Argélia, Abdel Majid Taboun, durante a cúpula virtual do Grupo de Contato do Movimento de Países Não-Alinhados antecepou  sua posição ao atacar o Marrocos, no contexto do conflito do saara, objeto das terras no qual vivem  sob  a"ocupação", como o caso da questão palestina, uma vez que não existe comparação entre as questões palestina e saaraui. Conforme todas as resoluções internacionais e da ONU.

Em resposta à intervenção de Taboun, o Ministro das Relações Exteriores, da Cooperação Africana e dos Marroquinos Residentes no Exterior, Nasser  Burita confirmou, apesar de todas as atuais circunstâncias excepcionais, a Argélia continua  a "alimentar o separatismo, violando os princípios fundadores do Movimento de Não-Alinhado".

O chefe da diplomacia marroquina esclareceu neste sentido que a Argélia continua a alimentar o separatismo, desviando os recursos de seus habitantes no sentido das iniciativas da desestabilização regional, em referência ao apoio da Argélia ao Polisario.

Um dia após as declarações do presidente Tboun, o exército argelino lançou uma grande manobra militar intitulado "Cumprir o Pacto" na região de Tindouf, onde foi localizado  a Frente  da Polisário, perto da barreira de areia que separa a fronteira marroquina, caracterizado como um ato provocante motivo das discordâncias.

O Ministério da Defesa Nacional da Argélia declarou que o exército argelino realizou, na terça-feira passada, uma manobra tática com munição real no campo, junto ao terreno no sul da cidade de Tindouf, perto da fronteira com Marrocos.

Tal manobra militar foi supervisionda pelos militares, cujo título "Cumprimento da Aliança", pelo qual o Major-General Said Chingriqa, Chefe do Estado-Maior, interino do Exército da Argélia, enquadra tal ação na avaliação da segunda fase do programa de combate pelo ano 2019/2020.

Em relação ao conflito argelino-marroquino na época da crise da "Corona", Moussaoui Al-Ajlawi, professor do Centro para Estudos da África e do Oriente Médio anotou que, enquanto os interesses dos dois países forem contraditórios e conflitantes, as atitudes hostis vão continuar de acordo com os interesses particulares.

Al-Ajlawi explicou que "as relações marroquino-argelinas desde 1962 até os dias de hoje conheceram muito poucas fases de apaziguamento, se não  forem raras, caracterizadas pela tensão contínua de acordo com as peculiaridades de cada fase".

O pesquisador marroquino sublinhou ainda, em uma declaração ao jornal eletrônico Hespress, que a tensão atual é mantida por várias razões, principalmente devido a tentativa da Argélia reconstruir uma nova fachada do estado, mas com base nos mesmos interesses, e entre esses a natureza do relacionamento com Marrocos, tanto no nível militar como político.

Al-Ajlawi explicou que o que se anota nas declarações do presidente que não detém uma decisão, apesar de ocupar uma posição mais alta na pirâmide do estado, suas declarações mudam de acordo com os arranjos da liderança militar e da segurança na Argélia.

Chamando atenção sobre tal anotação, "Desde a morte do general Ahmed Qaid Saleh, vice-ministro de Defesa Nacional e chefe do Estado-Maior do Exército da Argélia, cujas declarações foram de um modo geral, promissoras para com as relações marroquino-argelinas, até o retorno dos antigos falcões calculados do general Tawfiq, tornando-se a relação entre os dois países cada vez mais agitada ".

Al-Ajlawi concluiu dizendo neste sentido que, esta anotação, se refere ao presidente Tabun, na cabeça da pirâmide do estado argelino refletindo os acordos com relação ao estado marroquino, o dossiê do Saara, apesar do fato de o reino ter deixado de interferir nos assuntos do vizinho oriental, durante o período de mobilidade social.

Por outro lado, o especialista em assuntos africanos sublinhou que todas as manobras da Argélia, última terça-feira, ao lado do muro de areia em Tindouf, constituem umas etapas provocativas dirigidas principalmente para o Marrocos, cuja posição geográfica escolhida pela Argélia desta vez diferente dos locais das manobras anteriores, levanta muitas interrogações.

Lahcen EL MOUTAQI

Pesquisador universitário- Rabat- Marrocos