MANIFESTO DA DOR

 

Eu estou com dor. Vou ao médico.

A primeira coisa que ele pergunta é:

- O que você está sentindo?

E, eu respondo:

-Dor.

Após um rápido exame, ele me receita uma medicação para solucionar o problema da dor.

Solucionado o problema... devo retirar-me da sala , pois fora resolvido.

Resolvido para quem?

Que Medicina é está?

A dor é a voz do nosso  corpo dizendo que algo não está bem.

Mas, como é uma dor suportável,  ainda que constante, não é uma emergência.

Resolvido o problema? De quem, do paciente ou do médico?

A elite da sociedade brasileira, espera que alguns de seus filhos, sejam graduados em Medicina, uma profissão de status.

 Mas que Medicina é está?

Onde o médico não busca a origem dos sintomas, mas dá-se por satisfeito em aliviar a dor dos seus pacientes?

Paracetamol, Ibuprofeno, Dipirona, etc...

Estudaram tanto. Graduaram-se. Realizaram o sonho de suas vidas.

Agora são doutores.

Afinal eles são competente, possuem os saberes para tratar as doenças e aliviar as dores.

Uma relação desigual é esta, paciente e médico.

O médico sabe muito, o paciente não sabe nadaç.

Mas, para receitar analgésicos?!

É este o saber que os diferencia?

“O Ministério da Saúde adverte: evite a auto –medicação, procure um médico.”

 

Sai daquela emergência médica com uma receita nas mãos: analgésico, anti-alérgico, e a orientação de colocar calor no local da dor, na cervical e na lombar.

Resolvido o problema? É certo que não!

Ainda lembro-me de ouvir o óbvio, mas nas palavras de um médico, ganha ares de profundo saber: “Esta dor é crônica, deves Procurar a UBS de Referência.

Ao entrar na Emergência existe uma classificação de risco: azul verde, amarelo e vermelho.

O atendimento segue um “protocolo”.

Resignada vou buscar atendimento no Posto de Saúde, afinal de contas o meu caso não era grave.

Após ser avaliada por uma enfermeira, recebo um papelzinho com a data da consulta com o Clínico Geral. Levaria alguma semanas, pois o médico estava de férias.

Aliás, férias merecidas.

E, digo isto, porque, reconheço nele as qualidade de um médico comprometido em solucionar a causa dos mais diversos problemas de saúde que se apresentam.

E, não somente suas manifestações.

Mas, ainda estou com dor...

Dor possivelmente crônica, de acordo com o rápido diagnóstico médico na Emergência.

Dor que de tempos e tempos aparece.

Mas se piorar, ainda poderei buscar a Emergência Médica do Posto 24 hs.

Possivelmente serei avaliada por uma técnica de enfermagem e, se os sinais vitais estiverem estáveis, receberei uma pulseira azul.

Aguardarei de três a cinco horas, para ser atendida por um médico que, provavelmente, me fará a pergunta de praxe:

- O que você está sentindo?

Agora me vem à memória aquele pensamento: “É melhor prevenir, do que remediar.” Não sei em que contexto foi dita pela primeira vez esta expressão, porém de uma coisa tenho certeza absoluta, os nossos médicos não estão suficiente habilitados para tratar as doenças.

Uma avaliação superficial, um diagnóstico impreciso, um tratamento paliativo.

Este é o quadro que se apresenta!

Por favor vamos buscar “a raiz  do problema”!!!

Façam seus diagnósticos baseados nas causas e, não somente, em suas manifestações. Do contrário, vocês podem ser até eficientes, mas nunca serão eficazes.

Alguns hão de se valer do velho jargão: “A culpa não é nossa. A culpa é do Sistema.” Seria engraçado, se não fosse trágico.

Prevenir para remediar...

O atendimento de emergência, também deveria ser “preventivo”.

Seria uma utopia, esperar como assistimos em algumas séries americanas, onde o médico e sua equipe, atendem o paciente de uma forma digna e humana. Onde a busca pela causa da doença se sobrepõe ao tratamento dos sintomas.

Antes de perguntar o que você está sentindo. O médico deveria avaliar o paciente, baseado em seu conhecimento científico, mas também baseado em uma profunda avaliação clínica.

Até por que a dor, enquanto