Mamãe aos 30 e poucos...

Antigamente, assim que um casal estabelecia matrimônio, logo, logo as famílias dos cônjuges começavam aquele interrogatório e pressão para que o recente casal tivesse herdeiros ou, pelo menos, que este estabelecesse uma meta para realizar tal tarefa.

Nos dias de hoje, é mais comum que os casais se programem.... E, apesar de muitas vezes continuarem essa mesma cobrança, muitos casais estão buscando a realização profissional, para só posteriormente, aumentar o número de integrantes da família.

Quando eu tive meu primeiro filho, aos 19 anos, eu não estava preparada para tal responsabilidade....

Apesar de estar casada e de gostar do meu então marido, eu não me sentia pronta para ser mãe.

Apesar de ter ficado contente com a minha gestação inesperada (sem camisinha não é tão inesperada assim…rs. Não façam isso!), eu, dentro de mim, não sentia que era minha hora...

No ano de 2000, tive meu primeiro filho aos 19 anos. Fiquei muito feliz. Aquele bebe era fruto de um casamento, foi feito com muito amor e foi, desde o princípio, querido por todos. Entretanto, ali, junto com o bebe, não nasceu uma mãe...

Sei lá...eu tinha aquela coisa de mau humor, ficar triste por não dormir direito, troca fralda, mamadeira…aff! Era muita coisa para mim.

Minha grande preocupação a época era voltar a ter o corpo que tinha antes da gestação, afinal, eu dançava e não poderia ficar muito acima do peso.

Os anos se passaram, comecei um novo relacionamento... e meu marido, desde o início do nosso relacionamento, aliás, até antes de começarmos efetivamente a namorar, já falava em ter um filho...

Eu, cabe salientar, nunca tinha pensado em ter outro filho. Já tinha um menino que se tornara um rapaz de 15 anos, e eu nunca pensei em começar tudo novamente...

Mas, ao me casar novamente, e vendo o desejo enorme do meu marido ter um outro filho (sim, ele já tinha um), em constituir uma família com mais filhos, querendo uma casa cheia…me rendi (graças a Deus) a essa vontade do meu amado

Então, resolvemos providenciar o bebe logo....rs!

E, depois de 2 meses, lá estava eu......GRÁVIDA!

Ficamos muito felizes e apreensivos.

Felizes, porque estávamos começando a realizar nosso sonho de ter mais um rebento, e apreensivos de as pessoas mais próximas criticasse-nos por termos engravidado tão cedo…3 meses pós casório)!

Quando contamos, todo mundo que nos conhecia ficou com aquela expressão de: tão cedo!!!!rs

Todos ficaram felizes. Só contamos a novidade as pessoas mais próximas… (Graças a Deus).

Logo depois, marcamos uma Ultrassonografia para ver nosso pequeno. E para nossa surpresa...a cara do médico não foi das melhores.... Ele tentou disfarçar, e, diante da nossa euforia ele falou com certo cuidado: Tem alguma coisa errada...

Eu e meu marido nos olhamos... me deu um enjoo na mesma hora, e o Dr. (Paulo) pediu para que sentássemos para conversar. Ele começou a explicar que no meu útero havia o saco gestacional, mas que esse estava vazio, sem embrião dentro. É o chamado "ovo cego", ou seja, o óvulo fertilizado implantou-se no útero, mas o embrião não se desenvolveu. Mas ele ainda nos deu um fio de esperança...disse que haviam casos que depois de um tempo a gestação poderia se desenvolver...que poderia ser que a gravidez estava recente, que eu podia ter errado nas minhas contas…passou alguns remédios, e pediu para que em 15 dias voltássemos para repetir a ultra. Assim fizemos e....NADA! Era mesmo uma gravidez anembrionada! Um balde de água fria!!! Eu logo pensei: Isso de gravidez não é mais para mim.... Ainda no consultório do Dr. Paulo, disse para meu marido que não queria mais engravidar…que se não tinha dado certo, era porque Deus não quis…que deveríamos mudar nossos planos.... Ele, prontamente me disse: ” não! Eu quero sim um filho com você! Tenha calma e vamos tentar depois! ” (Graças a Deus ele teve essa atitude!!!) Pronto! Lá fui eu para a curetagem. O clima de tristeza se abateu em nós 2....

Procuramos uma explicação para a gravidez ter sido anembrionada: minha obesidade, minha idade, minha anemia que não me larga…eu, eu, eu.... Fiquei péssima! Me culpei muito!!! Vendo minha tristeza, meu marido me presenteou com um lindo cachorrinho (Billy) ...que é “meu filho” também! Rs Minha curetagem foi dia 28 de julho de 2014, em setembro, engravidei novamente! (Não é o ideal! Recomenda-se que espere pelo menos 6 meses para engravidar novamente!) Até a primeira ultrassonografia, o medo nos consumia! O fantasma da gravidez anembrionada nos rondava...será que passaríamos por tudo aquilo novamente? Esperamos muito tempo até fazermos a primeira ultrassonografia (acho que estava tentando viver aquele sonho de estar grávida por um tempo pelo menos). Até que a fizemos! E lá estava ele!!! Graças a Deus o “bebezinho” estava lá! Firme e forte, já com 3 meses! A felicidade transbordou!!!! Durante a gestação muitos problemas aconteceram…de cunho emocional, físicos, pessoais…mas meu coração continuava feliz em ter meu filho no meu ventre.... Cada mês que passava, era uma vitória! Cada ultrassom, uma alegria e um alívio em ver meu bebe perfeito!!! Agora era a agonia gostosa de saber o sexo.... Nos primeiros ultrassons, MENINA! Mas logo depois soubemos que era um MENINÃO!!!! (Outro menino! Eu já tinha um menino (lindo!) e meu marido já tinha um também). Graças a Deus tudo transcorreu bem...apesar da minha pressão alta. Tive um parto maravilhoso, apesar de ter sido um parto cesáreo! Meu filho nasceu lindo! Incrivelmente lindo! Sim, sou coruja!!!! Rsrs Foi amor à primeira vista! É impressionante o bem que meu filho ARTHUR me fez ao nascer. Independentemente de qualquer problema que possa aparecer em minha vida, ao olhar para ele...tudo fica lindo! Sinto a presença de Deus em minha vida! Sinto que Deus me ama de uma forma maravilhosa! Ter 2 meninos lindos e saudáveis é realmente uma dádiva divina! Agradeço ao meu Deus todos os dias...

Sinto que a maternidade ao 34 foi muito mais intensa que a minha aos 19 anos! Sinto-me mais preparada para cuidar do meu filho. As noites perdidas não são nem lamentadas…Diante da alegria de tê-lo em minha vida! Perceber que aquele pequeno precisa de mim, do meu amor e do meu cuidado...ver no rosto dele a expressão do amor mais puro.... A maturidade me fez me sentir segura, mãe de verdade, inteira...sei que isso é muito relativo...a maturidade não necessariamente esta correlacionada diretamente com a idade. Mas no meu caso, foi muito bom ser mãe aos 30 e poucos....

Amanda Serravalle