A religiosidade, após a produção de “Malleus Maleficarum”, obra conhecida como “O Martelo das Bruxas”, conseguiu fortalecer o sentimento de punição aos hereges que acreditava-se buscar apoio do Diabo, estimulando a condenação de milhares de pessoas, sendo a maioria mulheres.

No entanto, o mais interessante desta obra foi a sua influência na esfera antropológica, pois apesar do surgimento do Protestantismo e seu rompimento com a Igreja Católica, um manual contra feiticeiros de origem estritamente católica passou a intermediar o processo de caça às bruxas, decorrente também da parcela protestante da população de diversos países, o que prova que a obra em questão conseguiu ir além das disputas religiosas entre as instituições, assim como das diferenças entre as crenças de calvinistas, luteranos e católicos.

Dessa forma, O Martelo das Bruxas tomou proporções, que podem ser ditas populares, pois independentemente da religião a que as pessoas pertenciam, elas o tomavam como uma leitura esclarecedora, de constatações e de condenação, o que as auxiliava tanto em processos do Tribunal do Santo Ofício da Inquisição, quanto na justiça secular, que era independente da Igreja e dos justiçamentos populares, chegando ao ponto de governantes intervirem para impedirem mortes advindas de interesses econômicos do país, isso devido à tamanha influência desse livro.