Otário, maior blefe, maior guela...

E agora José,

E eu como é que fico,

Como é  que é?

E agora João,

Só no sapatinho no meu coração?

E agora moço?

Me  meteu num poço

Tão escuro,  tão profundo...

Perdi meu céu, perdi meu mundo...

E agora cara,

E essa dor, esta saudade,

Ferida que não sara?

E ái malandro,

Usou abusou e jogou num canto?

E  aí meu camarada

E aquela baboseira,

Amontoado de besteira,

Que me deixou toda bolada,

Sobrou nada?

E aí meu irmão,

E o que,  que eu faço

Com esta porcaria de paixão?  

Então fica assim,

Você nem liga,

já esqueceu de mim.

Esqueceu?

Tudo bem tá limpo, valeu!

Seu otário, seu Mané,

Circulando, circulando,

E vê se não engata a marcha ré.

Rapa fora.

 Vê se me erra,

Vai, vai, vai embora.

Vai mesmo, né?

Já tá indo?

 Não se importa?

Nada quer?

Mas quem fica aqui é a tua mulher,

Tá sabendo, oh siri?

Tua companheira,

pro que der e vier.

Ah, mas essa você já perdeu.

Sai, sai,

sai saindo.

Valeu?

Eu vou ficar aqui, coração apertado,

No mesmo lugar, te esperando,

Tá  ligado?

Não?

Então se liga, meu irmão.

Chega aí, oh, me beija, me joga no chão,

Vê que é só teu, pô cara,  o meu coração,

Seu malandro otário, vacilão!