MALA VIAJANTE: PROJETO DE LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

Solange dos Santos Melo (SEMECETEL/NO) – [email protected]

 

Resumo:

O presente artigo nos faz refletir como a literatura infantil contribui para a formação de leitores, analisando como família e escola podem contribuir nesse processo, aborda também o relato de experiência do projeto de leitura “Mala viajante”, desenvolvido com as tumas de Educação infantil da escola Maria Aparecida Cavalini Soares Mozar em Nova Olimpia-MT, cujo objetivo foi  proporcionar momentos de leitura interativa entre aluno e família, para tanto foram  confeccionadas malas decoradas nas quais os alunos levaram as histórias para casa, um por vez. Na maleta constavam um livro de história clássica, fábula, revista, gibis ou conto, além de uma caixa de lápis de cor, lápis de escrever, borracha e uma ficha para avaliar a história e fazer o reconto através do desenho. Quanto aos resultados obtidos, foram satisfatórios, pois, além de aumentar significativamente o interesse dos alunos pela leitura, a família tornou-se cada vez mais presente e mais participativa na vida escolar dos filhos.

Palavras-chave: Educação infantil. Leitura. Contação de históris. Família.

 

1 Introdução

 

Considerando que a educação infantil é definida pela Lei Das diretrizes e bases da Educação Nacional (LDB, Lei 9394/96 – art. 29) como a primeira etapa da educação básica, é nela que acontece a interação com o ambiente escolar, sendo assim, é nessa fase que o lúdico é presença constante no cotidiano da sala de aula. A brincadeira, os jogos, o faz de conta e a fantasia  estão presentes no imaginário infantil. É nesse contexto da imaginação que entram as histórias infantis para despertar e desenvolver o gosto pela leitura. Portanto, o artigo a seguir nos leva a refletir como a literatura infantil contribui para a formação de leitores, analisando como família e escola podem contribuir nesse processo.

É importante salientar que a família influencia e contribui no desenvolvimento do hábito de ler, por isso é pertinente essa discussão com a relação familiar. É sabido que as crianças têm a tendência de imitar seus pais, sendo assim se as elas vêem os pais lendo em casa, constantemente, elas terão a tendência de imitá-los. Já aquelas que não possuem os pais presentes, nem preocupados com sua atividade escolar, podem afastar-se de suas responsabilidades e também da leitura, pois não criam vínculos efetivos com esta.

             Nesse sentido, considera-se que a literatura faz parte do desenvolvimento escolar e da formação humana, pois através do hábito da leitura e contação de histórias, possibilita- se que a criança desenvolva habilidades e competências, preparando-as para os desafios do mundo atual. Essa reflexão sobre a importância da literatura infantil e como ela contribui para a formação de leitores, ganha força no momento em que faz compreender o quanto é importante incentivar a leitura desde cedo através da contação de histórias, possibilitando que a criança tenha um contato maior com o mundo da leitura.

2 Relato de experiência

 

             Partindo dos pressupostos acima citados foi desenvolvido na escola Maria Aparecida Cavalini Soares Mozar em Nova Olimpia-MT, o projeto de leitura intitulado “Mala Viajante” tendo como objetivo proporcionar momentos de leitura interativa entre aluno e família, além disso, estimular nos alunos o hábito de ler.

            Para tanto foram confeccionadas maletas decoradas em EVA, nas quais ao alunos levaram as histórias para casa, um por vez. Na maleta constavam um livro de história clássica, fábula, revista, gibis ou conto, além de uma caixa de lápis de cor, lápis de escrever, borracha e uma ficha para avaliar a história e em seguida fazer o reconto através do desenho.

Em casa os pais ou responsáveis deveriam ler a história para a criança e fazer-lhes  perguntas tais como: Qual o nome da história? Quem eram as personagens? Qual parte da história você gostou mais, por quê? O que você entendeu da história? E assim por diante.

É importante salientar que na família, muitas vezes, a criança tem seu primeiro contato com o livro manualmente, olha as ilustrações e às vezes fica sem entender o que se passa naquela história. Nesse momento é importante que os pais estejam junto com a criança, enquanto ela olha o livro e identifica as figuras que nele aparecem. A presença dos pais torna-se necessária uma vez que este pode auxiliar a criança no entendimento das imagens observadas.

Assim como Muneveck (2010, p.25), acredito que,

 

As escolas, os professores muito têm feito para aproximar as crianças dos livros de histórias, tentando despertar nelas o prazer da leitura. Mas tudo será mais fácil se começar na família. Por mais simpáticos e atenciosos que sejam os profissionais do livro, nada substitui a relação afetiva entre pais e filhos no momento da leitura, pois eles são a base da instituição familiar, depende deles que a família tenha boa estrutura.

             Portanto, é necessário que a criança tenha e mantenha esse contato com o livro desde bem pequenas, além de os pais contarem histórias dos livros infantis, proporciona também aquele aconchego, carinho, afeto e atenção que se dá e se desenvolve nessa hora, é aí que a criança desenvolve seu mundo mágico da imaginação. Em sala a professora explorou aspectos como: quem contou a história para você, o papai, a mamãe, a vovó? Onde vocês sentaram? Qual foi o dia? Qual o horário? Quem mais estava com vocês?

             É importante frisar, que o professor precisa possibilitar estes espaços, fazendo com que a criança sinta atração pela leitura. Durante a leitura pode-se trabalhar a hora certa de falar e ouvir, permitindo que o aluno compreenda a importância dos limites em determinadas situações. (BUSATTO, 2003)

             Estimular o hábito da leitura através dessas simples estratégias permite possibilitar o desenvolvimento deste hábito, de maneira saudável e leve, sem que o aluno sinta-se pressionado ou obrigado a ler.

             Nesse sentido, acredita-se que, para conseguir formar bons leitores, é necessário que primeiramente tenha-se esse hábito em família, seguidamente dos professores nas escolas, e consequentemente que a criança frequente a biblioteca, e que tenha experiências diferentes, contatos com livros diferentes, e que lhe proporcionem novas descobertas.

 

3 Considerações finais

 

A literatura deve estar presente cotidianamente na vida da criança, tanto em casa, com o auxílio dos pais, contando histórias, ou também deixar com que a criança conte sua própria versão, fazendo sua leitura com as imagens que o livro às remete, como na escola, com contação de histórias, idas à biblioteca, leituras individuais e coletivas. Enfim é desta maneira que se cria o hábito e o gosto pela leitura, e se formam bons leitores.

Os resultados obtidos com a realização do projeto foram muito satisfatórios, pois, além de aumentar significativamente o interesse dos alunos pela leitura, a família tornou-se cada vez mais presente e mais participativa na vida escolar dos filhos.

 

Referências

AROEIRA, Maria Luisa Campos. Projetos para a educação infantil. Belo Horizonte: Dimensão, 2004.

BUSATTO, Cléo. Contar e encantar: Pequenos segredos da narrativa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.

MUNEVECK, Aurora Grasiela. Literatura Infantil: Entre o real e a fantasia. 2010. 63p. Monografia d e Conclusão do Curso (Pedagogia) - FAI Faculdades, Itapiranga, 2010.