Mãe natureza

Mãe natureza... Perdão.
Eu não sabiaque fazia.
Polui seus rioscontaminei suas águasmatei seus peixes.
Tornei o ar irrespirável.
Acabei com a fertilidade da terraCortei suas árvores.
Maculei seu sol...
Sequer me dei conta de que assim fazendo, era a mim que mais prejudicava.
Você permanecia quieta. Olhando-me... Observando-me,
Para ver até onde eu poderia chegar...
Até onde ia a minha falta de visão em não ver a nossa interdependência.
Para ver até onde poderia chegarminha intervenção destrutiva.
Agora tenho sedetenho fomenão sei como fazer para reverter tal situação.
-me sua mão Mãe Natureza... Cuida de mim... Que colaborei para causardor do mundo.
Cuida de mim que não soube cuidar de vocêque não percebi em minha insanidade, o mal que faziaSem querersem saber.
Não soube como cuidar do quemim foi dado sem que eu pedisse.
Fui inconsequente ou ignorante?
Quando nasci tudo  estava pronto para me receber.
Eu apenas quis que tudo ficasse melhor para mim... Ou menos trabalhoso, talvez.
Tudo quemuito era feito manualmenteeu quis tornar mais fácil.
As máquinas começaramtrabalhar para mim. Eu as construí.
Agora delas sou prisioneirocontinuoquerer aperfeiçoá-las.
Quero mais para fazer menos.
Porque não usufruir das facilidades quevidamim apresentava?
Minha existência estáserviço da tecnologiaPorque ficar preso a um passado arcáico?
Eu queria mais tempo livre para fazer não sei o que. E consegui...
Mas agora, o que é que eu faço?
Quero e não posso abandonar meu conforto ilusório.
Assim vou devastando o planeta...
Não sei como parar.