É esperado que todos nós em algum momento da vida entremos em contato com a
morte de um ente querido, essa experiência faz parte vida e nos lembra da finitude da nossa
própria existência e da impotência perante o inevitável. A morte por si só é uma experiência
impactante que acarreta mudanças comportamentais, físicas, afetivas, sociais e cognitivas no
indivíduo, tais mudanças devem ser elaboradas e resignificadas através do processo de luto
(MAZORRA, 2009).

O luto é inevitável no processo da elaboração de uma perda, todos os indivíduos
tendem a passar por esse processo quando perdem um ente querido. Perdas repentinas
demanda um maior grau de dificuldade para aceitação do ocorrido, assim podendo haver uma
interferência incapacitaria do indivíduo de elaborar esta perda, levando-o a um funcionamento
disfuncional em resposta à recente perda (BASSO, 2011).

As perdas acarretam prejuízos as pessoas que as vivenciam, afetando – as e seu
dia a dia, em contrapartida deve ser levado em conta como ocorreu o óbito, o grau de
parentesco, os vínculos afetivos presentes. É importante salientar que o luto tido como normal
é considerado uma resposta saudável de um fator estressante, que neste caso é a perda de um
filho, a resposta saudável é a capacidade do sujeito em expressar sua dor, que podem
apresentar – se na forma de reconhecimento ou ainda estabelecendo novos vínculos afetivos.
Quando não há recursos suficientes para a elaboração do luto saudável, pode levar o indivíduo
ao luto complicado, onde há manifestações de sintomas físicos e mentais (BASSO, 2011).
Mães que perderam seus filhos repentinamente, tem tendência a se sentirem mais
entorpecidas, chorosos e ter mais saudades do filho que se foi, um exemplo é a perda por
acidentes automobilismo, que proporciona maior risco de depressão, culpa, raiva e
consequentemente um agravamento na saúde, além de lembranças dolorosas do filho falecido,
já filhos que veio a falecer de alguma doença conhecida previamente, seria como houvesse
uma preparação antecipatória, dessa forma o luto aconteceria de maneira mais branda. Assim,
pode-se considerar que a morte inesperada e repentina é mais complicada para elaboração do
processo de luto saudável, gerando vários problemas psicológicos à mãe enlutada (BASSO,
2011).

Por tanto, faz-se necessário a interrogativa: Como o apoio psicológico pode

amenizar o processo de luto materno?

Apresentando como objetivo geral desse presente estudo, compreender os

benefícios das intervenções psicológicas em processos de luto materno.

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Dessa forma, o estudo tem o propósito de: 1- descrever as etapas do luto; 2-
identificar como o luto é vivenciado pela mãe; 3- Analisar como o apoio psicológico pode
contribuir para amenizar o sofrimento do luto materno.

Sendo assim, justifica-se o estudo academicamente, visando a importância desse
tema, e a produção de novos estudos científicos acerca do luto materno. Tendo em vista que
um dos papéis da psicologia no processo de luto materno é a identificação disfuncional dos
pais que perderam seus filhos, cabe a ela mesma o auxílio aos pais e familiares para se
apropriar da situação, para que assim possa haver assimilação do ocorrido e posteriormente
aceitação (MUZA, 2013).

O estudo se faz necessário socialmente, tendo em vista a necessidade de se
conversar sobre a temática, conhecendo as fases que o indivíduo passa perante um luto,
especificamente sobre o luto desadaptativo e suas consequências sociais, mentais e biológicas.
Como justificativa pessoal, posso enfatizar a necessidade de uma maior discussão
acerca da temática, levando a conhecimento de profissionais da área da saúde que o processo
é muitas vezes lento, e que haverá mães que necessitarão de um acompanhamento psicológico
para passar por um processo tão doloroso como a perda de um filho.