LULA POTTER E O ENIGMA DO PRINCIPE

(Autor: Antonio Brás Constante)

 

Há algum tempo atrás escrevi o texto “Lula Potter e a reeleição de fogo” (disponível em: recantodasletras.uol.com.br/autores/abrasc), onde um certo bruxinho brasileiro enfrentava mil perigos ao lado de seus aliados, em busca da reeleição. Resolvi pegar a mesma ideia e escrever um novo texto ainda falando sobre este mundo mágico com ares de reinado (já que a monarquia ainda resiste em alguns estados brasileiros), conhecido como política.

 

Lula e Potter têm muitas coisas em comum, por exemplo, ambos tiveram uma origem humilde, cercada de preconceito e perseguições contra eles. Potter tem milhões de leitores, Lula de eleitores. Harry usa diversos encantamentos para alcançar seus objetivos, Lula dispõe de vários programas (bolsa família, etc) para encantar a população (muito mais eficaz que qualquer poção do amor).

 

Nesta nova fase da história podemos perceber muitas mudanças nos personagens. Mudanças físicas (provenientes de plásticas e afins) e de comportamento. Lula passa a desempenhar um papel mais de Dumbledore, o mago supremo, e sua aliada Dilma Hermione, ganha o papel de Dilma Potter a escolhida (que também usa um par de óculos redondinho, se parecendo ainda mais com o famoso bruxinho). Enquanto isso, no jogo de quadrilhabol político, muitos aliados e adversários continuam caindo de suas vassouras.

 

O que chama a atenção de quem assiste a tudo que se desenrola tanto no cenário político quanto no filme do bruxinho, é que em meio a ataques mortíferos entre os oponentes, muitos trambiques e falcatruas acabam sendo descobertos, mas ninguém é pego ou termina preso. A propósito, quem precisa do manto da invisibilidade quando se tem o manto da impunidade a sua disposição?

 

Lula continua enfrentando as forças das trevas e, em muitos momentos, o seu envolvimento com essas forças é tão intenso que parece que ele passou realmente para o outro lado, ao menos é o que muitos sentem ao vê-lo defendendo certos cavalheiros (ou seriam Calheiros?), ou arrumando Sarneys para se coçar. Tudo bem que lá no fundo, bem lá no fundo (provavelmente no fundo monetário), mesmo os mais podres parecem ser pessoas de bem (ou seria de bens?), mas também ele não precisa ficar fazendo cafuné na cabeça e “gute-gute” nas bochechas deles, muito menos defendê-los.

 

Na dança entre mocinhos e vilões onde nunca sabemos se existem mesmo mocinhos, vemos agora um novo episódio acontecer: Lula Potter e o ato secreto. Neste filme, Lulinha não é o ator principal, mas defensor de um dos “Comensais da Morte”. Um comensal que anda envolvido em vários atos secretos e tenta se proteger dando a entender que apesar de todos nascermos iguais, uns ganham poderes especiais junto com o mandato de senador, não podendo mais ser tratados como meros “trouxas” (denominação utilizada para definir as pessoas comuns nos filmes de Harry Potter).

 

Nesta paródia onde a graça dá lugar a desgraça, nós vemos inúmeros eleitos se esbaldando no dinheiro público para viverem como príncipes, algo que para pessoas conscientes (com um mínimo de honestidade), seria entendido como roubo. Estes “príncipes” parecem não se importar em agir como ladrões, e assassinos (visto que muitas pessoas morrem pela falta de investimentos em áreas públicas, que são desviados por esses déspotas). O enigma está em se conseguir entender como esta falta generalizada de caráter toma conta tão facilmente dessas ilustres figuras.

 

O que acontecerá no desenrolar desta história não poderei contar, para não estragar a surpresa (e porque também não sei), mas a decisão final sempre cabe aos “trouxas” que tanto no filme como na vida real acabam sendo coadjuvantes anônimos que pagam caro para participarem deste filme. E quanto ao Lorde Voldemort? Bem, em um mundo repleto de crises econômicas, pandemias, guerras e tanta corrupção, quem precisa de um arquiinimigo?

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