“ Elegância é quando o interior é tão belo quanto o exterior.” 

Faz tempo que esta afirmação caiu em desuso ou mesmo tornou-se piegas em um mundo influenciado pela ditadura da moda.  Ditadura -  com “D” maiúsculo, diga-se de passagem. No Século XIX o padrão perfeito – acredite – passava longe de medidas curvilíneas; muito antes pelo contrário, mulheres da classe burguesa rechonchudas e de bochechas rosadas, transmitiam um aspecto saudável, que representava a beleza e ostentação. Com a evolução dos tempos, o perfil da mulher começa a mudar especialmente influenciado pela mídia, que por sua vez, contabiliza lucros estratosféricos com espaços cedidos para a indústria. Não há limites. Mulheres belas, altas, magras, tipificam a mulher poderosa. O conceito da mulher ideal vai além dos pesos e medidas, mas transita pela moda e os “frufrus” da linguagem do mundo da cosmética, das técnicas de maquiagem, ou melhor, do make-up e suas expressões - face foundation, primer, eyeshadow, BB cream, eyeliner, lip brush, false lashes, lipstick, lip gloss, são exemplos da linguagem da mulher antenada - por favor esqueça o pó de arroz!

            O concurso Miss Brasil impera há cinco décadas com o famoso padrão de medidas de 90x60x90cm de quadril, cintura, busto, nesta ordem, para concorrer ao desejado título da mulher mais linda do Brasil, o que dificilmente seria alcançado por grande parte das mulheres. No concurso de 2015 a representante do Mato grosso apontada como preferida pela mídia, disse que foi prejudicada. Segundo a jovem, o padrão clássico para o porte de miss adotado até o ano passado, mudou para “top Model”, dificultando a performance das misses no momento do desfile. Mais uma vez a influência da ditadura da beleza. A pergunta que invade a mente de milhares de mulheres “normais” é: Afinal, qual é a medida certa?  Ao meu ver, parece que  existem dois mundos; sendo um idealizado pelas princesas contemporâneas com seus castelos fictícios, onde impera a beleza surreal e eterna, e outro constituído por mulheres conscientes de seus “defeitos”, e digamos assim, “aceitas” pela sociedade politicamente correta.

Vejamos as escrituras sagradas. Em Lucas 3 está escrito: “E aconteceu, depois disso, que andava (Jesus), de cidade em Cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do Reino de Deus; e os doze iam com ele, e também algumas mulheres...” - Que lindo! Quando conhecemos o amor de Jesus por nós, entendemos que muitas outras coisas perdem o seu valor. Nos tornamos livres e poderosas dos sistemas engessados e mentirosos que nos imputa valores, regras e normas contidos nos rótulos criados nas mentes fabris.

Kris Vallotton em seu livro - Modeladas para reinar – diz que “Mulheres devem ser igualmente poderosas e contudo, distintamente diferentes”. Que tal citarmos exemplos de mulheres poderosas que influenciaram uma geração tais como, Joana D’arc, Madre Tereza, Rosa Parks, Princesa Isabel e outros nomes com grande vulto na história. Longe de qualquer bandeira feminista ortodoxa, aliás, “mulheres poderosas não necessariamente são feministas”-  entendo que não somos reféns de uma sociedade que nos imputa conceitos advindos da modernidade desenfreada, pelo contrário, queremos repetir o padrão da pecadora que ungiu os pés de Cristo com lágrimas e enxugou com os seus cabelos. Ela sim, encontrou a medida certa – O amor dele por nós.