Estudante: Claudio José Bezerra de Aguiar

Tarefa: Texto como base em questionário.

Obra: KIRST, Nelson. Liturgiain: Teologia Prática na AL. São Leopoldo: Sinodal, 1998.

Liturgia local

  Falar de liturgia é uma questão de extrema importância. Olhando para as Escrituras percebe-se que a igreja (onde congrego) tem se afastado do modelo litúrgico apresentado por ela. Uma volta os princípios tornaria a igreja mais próxima dos seus objetivos principais. Por isso, o aprofundamento do termo liturgia, se torna relevante para comunidade presente.

  O termo liturgia designa a maneira como é realizado um culto a Deus. O Novo Testamento (NT) deixa claro o porquê se deve realizar um culto. Primeiro, porque Deus se faz presente onde seu povo está reunido. Segundo, porque Deus deseja que a igreja tenha um encontro com Ele, e terceiro porque a Deus deixou meios para se experimentar sua presença frequentemente, como a Santa ceia. Outro ponto, que o pelo NT fica destacado é a maneira como era realizado esse culto. Iniciava-se com leitura da Palavra, interpretações e orações intercessórias, e o final era seguido pela Eucaristia.

  Com o emanar da história muitas coisas foram acrescentadas a liturgia, assim como depois muitas se fizeram necessárias ser tiradas. A igreja do NT esteve sob influência do culto judaico, do qual muito foi aderido na liturgia cristã. Sendo que a igreja estava assim, até no século III, quando Constantino confere a igreja a liberdade e o cristianismo passa a ser a religião do império. Após esse passo que a igreja abrolha, ela começa a incutir dentro da liturgia coisas desnecessárias. E começa obter poder, riquezas e culmina na mistura entre  religião e estado. Até a reforma no século XVI a igreja havia deixado totalmente seu papel de anunciadora da salvação gratuita conquistada por Jesus Cristo na cruz, para se tornar uma arrecadadora de dinheiro dos povos. Mas com Lutero aconteceu a chamada reforma, que foi uma volta aos princípios iniciais da igreja e uma divisão do estado e igreja. Partindo de Lutero surgem vários seguimentos evangélicos. E a igreja (a que congrego) referida está dentro de uns destes seguimentos, que é o movimento Pentecostal. Esse movimento esta influenciado pelas teologias americanas, e a sua liturgia segue este parâmetro. Começa com um período de oração, seguido por hinos de louvor para abertura do culto. Após vem os hinos tradicionais, os chamados hinos da harpa cristã. Na sequência ocorre a leitura de uma passagem das Escrituras. Decorrente passa para hinos especiais, que são entoados para louvar a Deus. Seguido ocorre a ministração da Palavra de Deus. No final se realiza uma oração de despedida. Durante as liturgias ocorrem orações intercessórias conforme as necessidades que aparecem no momento. A Santa Ceia ocorre uma vez por mês.

  Os cultos seguem essa ritualização, que de certa forma é boa, pois trás organização, ajuda as pessoas a terem um entendimento melhor o que ocorre dentro da igreja. No entanto a questão é a seguinte. O quanto está parecida com a liturgia apresentada no NT. Ao que se mostra, eles estavam preocupados com leitura, interpretação, e oração de intercessão, tendo em todas as reuniões a pratica da Santa Ceia. Suas mensagens estavam totalmente relacionadas com a salvação do homem perdido. Com tudo, a igreja atual aderiu certas coisas na liturgia que até são boas, como os hinos de abertura, normalmente são hinos que proclamam a Glória de Deus, que levam o homem a se reconhecer como pecador e que depende só de Cristo. Esses hinos têm por objetivo abrir o coração do ouvinte para estar pronto com o que vai se passar no decorrer do culto. No entanto, quando se tem a primeira leitura não se passa nenhuma interpretação ao ouvinte. O que levam eles a interpretarem da maneira que lhes convém. Após ocorrem os hinos especiais, que infelizmente raras vezes levam a pessoas a meditarem em sua vida de comunhão com Deus, no sacrifício de Jesus. Pelo contrario normalmente tratam de elevar o ego o homem, garantido vitória, que vai pisar no teu inimigo, que vão ser envergonhado aqueles que se levantarem contra a pessoa, e assim por diante. É triste, porque assim como no inicio, esta era para ser uma hora para preparar os corações para ouvir a Palavra de Deus. Na verdade esta preparando para ouvir a prédica que vai se seguir, porque as mensagens também perderam o seu foco. Difícil é ouvir uma prédica que trate de arrependimento, de salvação, de arrebatamento.

  A sociedade está preocupada com o presente, com sua vida aqui nesta terra. Se esquecem, que um dia de tudo vai ter que se dar conta. São pessoas cada dia mais preocupadas com seu bem estar e conforto, trabalham horas excessivas, muitos fraudam, e fazem o que podem para ganhar dinheiro em busca de uma aparente felicidade. E a igreja, que era para estar proclamando salvação, entra nessa onda e coloca as pessoas em busca de um Deus que apenas está preocupado com suas vidas terrenas. Fazendo que as pessoas busquem a Deus não pelo que Ele é, mas pelo que Ele pode oferecer.

  Este é o quadro da igreja atual, e muita coisas deveriam ser mudada. A direção da igreja poderia deixar de falar e fazer aquilo que a igreja quer, ou que ela gosta de ouvir. Porque na realidade que não gosta de ouvir que vai triunfar, que vai ter uma vida boa, que agora os problemas vão acabar. Mas será, que e só isso que Deus quer dar par sua igreja. Não, com certeza Ele tem coisas mais grandiosas, coisas que não são corruptíveis, não são temporais, mais sim eternas, vivificantes, e de um valor inacessível amente humana.  E a igreja não tem se apercebido disso, e ficam se preocupando com essas coisas que um dia vão passar. Além do mais a igreja tem perdido sua voz profética neste mundo. A igreja precisa se despertar e anunciar esse Jesus que um dia morreu por ela, e não exigiu nada, a não ser fé, naquele que purifica e limpa de todos os pecados. E que está disposto a ter um contato, a se encontrar com as pessoas onde elas se reunirem com esse objetivo.