literatura popular - O MENINO QUE MORREU E NO CÉU E RECEBEU A VISITA DE PADRE CÍCERO E O CANGACEIRO LAMPIÃO
Publicado em 01 de setembro de 2020 por Jose Wilamy Carneiro Vasconcelos
O MENINO QUE MORREU E NO CÉU RECEBEU A VISITA DE PADRE CÍCERO E O CANGACEIRO LAMPIÃO
Essa é uma história engraçada
Conta um causo de um amor
Entre o menino danado
E seu maior admirador.
Um já foi muito destemido
Desafiado até por governador.
Nele teve sua idolatria
Grande era sua admiração
Brincava o menino de valente,
De ser o Virgulino Lampião!
Vestia-se como o tal,
Buscando até inspiração.
Nas ruas da cidade
O garoto era especial,
Tinha intuito de homenagear
Seu herói nacional!
Chamava-se Virgulino
De maneira sem igual.
A história do passado
Acontecera no sertão
Homem do cangaço
Nordeste: a Região
Assim era Padre Cícero...
A quem tinha devoção.
O tempo não se apaga
Na memória se ouvia falar
Nos livros e na escola.
Entre sertão e o mar!
Nele: Viu dois heróis,
Até chegar do lado de cá.
Virgulino Lampião!
Andava por mundo afora
Desbravando serra e sertão
Buscava igualdade.
Em todo cidadão,
Lutou com seus súditos...
Com muita precisão.
Sua tropa era destemida
Povo muito feroz
Comandada por um cangaço.
Chefe bem veloz
Ao pegar o inimigo,
Prendia o algoz.
Um dia deste
No médico foi se consultar
O menino tinha uma doença,
Daquela de se amedrontar,
Seus pais choravam muitos
A notícia: Não há de se curar!
A cidade ficou perplexa
Da triste situação,
O menino era querido
Tinha um sonho: ser Lampião!
Sua mãe ficou muito triste,
Fez uma enorme procissão.
Seus amiguinhos ficaram tristes
Em sua casa foram visitar
Contaram muitas histórias,
Pra sua dor abafar!
O menino ficou feliz,
E começou a chorar.
Tinha ele muita fé
Recebia com emoção,
A benção do padre da paróquia
Atendia todos com precisão.
Seguia seu novo destino,
Com fé e devoção.
Mas nem tudo é alegria
O menino só piorava,
Apegou-se com Padre Cícero!
A doença se agravava,
Foi até o convento.
Onde Lampião andava.
O povo dessa terra
São homens de muita fé,
Acreditam em Nosso Senhor!
E sua mãe: Maria de Nazaré,
Seu Pai: O carpinteiro.
Pai de Jesus: É José!
Um fato aqui é real
No interior e no sertão,
Povo sofrido e trabalhador,
Que tenho muita admiração.
Se correr o bicho pega,
Se ficar vira sabichão.
O cordel é engraçado
Conto aqui com precisão
A história do menino
Que queria ser Lampião
Que passou por nossa cidade,
No interior e no sertão.
O menino era seu admirador
Tinha por ele grande admiração
Quando eu crescer...
Vou virar Lampião.
Salvar meu povo sofrido
Animais doentes do sertão.
A vida tem seu destino
Cada um com sua história
O menino bom e destemido
Que seria uma glória.
Adoeceu e virou herói,
Na cidade: Eterna memória.
A história de Lampião
Aconteceu no sertão
Servia como justiceiro
E Padre Cícero o mensageiro
Lampião tinha obediência
Padre Cícero a eloquência
A enfermidade aumentou
O menino deu agonia
Levaram para hospital
Se internou no mesmo dia
Os parentes muito tristes
Estava com desinteria
A coisa foi piorando
Sua mãe fez promessa
Ao Padim Padre Cícero
Subir de joelho com reza
Mas o fato não aconteceu
Pois seu filho falece
Um lindo enterro
Apareceu na comunidade
Veio gente de longe
Do interior e da cidade
O menino Lampião
Queria ser celebridade
Na missa do sétimo dia
A Igreja lotou
Na Basílica de São Pedro
Onde Padre Cícero visitou
São Pedro teve piedade
Do menino com seu andor
Uma roupa do ídolo
Do Cangaceiro Lampião
O menino vestia sempre
E foi levada pro caixão
Jogaram flores para o alto
Parecia uma encenação.
Ao chegar ao céu
São Pedro foi atender
Pegou na mão do menino
Era hora do entardecer
Lampião com seu gibão
Padre Cicero foi compadecer.
TEXRO E PUBLICAÇÃO DE WILAMY CARNEIRO. - POETA, ESCRITOR E CORDELISTA CEARENSE