O MENINO QUE MORREU E NO CÉU RECEBEU A VISITA DE PADRE CÍCERO E O CANGACEIRO LAMPIÃO

 

 

                                                                                             

Essa é uma história engraçada

Conta um causo de um amor

Entre o menino danado

E seu maior admirador.

Um já foi muito destemido

Desafiado até por governador.

 

Nele teve sua idolatria

Grande era sua admiração

Brincava o menino de valente,

De ser o Virgulino Lampião!

Vestia-se como o tal,

Buscando até inspiração.

 

Nas ruas da cidade

O garoto era especial,

Tinha intuito de homenagear

Seu herói nacional!

Chamava-se Virgulino

De maneira sem igual.

 

A história do passado

Acontecera no sertão

Homem do cangaço

Nordeste: a Região

Assim era Padre Cícero...

A quem tinha devoção.

 

O tempo não se apaga

Na memória se ouvia falar

Nos livros e na escola.

 Entre sertão e o mar!

Nele: Viu dois heróis,

Até chegar do lado de cá.

 

 Virgulino Lampião!

Andava por mundo afora

Desbravando serra e sertão

Buscava igualdade.

Em todo cidadão,

Lutou com seus súditos...

Com muita precisão.

 

Sua tropa era destemida

Povo muito feroz

Comandada por um cangaço.

Chefe bem veloz

Ao pegar o inimigo,

Prendia o algoz.

  

Um dia deste

No médico foi se consultar

O menino tinha uma doença,

Daquela de se amedrontar,

Seus pais choravam muitos

A notícia: Não há de se curar!

 

A cidade ficou perplexa

Da triste situação,

O menino era querido

Tinha um sonho: ser Lampião!

Sua mãe ficou muito triste,

Fez uma enorme procissão.

 

Seus amiguinhos ficaram tristes

Em sua casa foram visitar

Contaram muitas histórias,

Pra sua dor abafar!

O menino ficou feliz,

E começou a chorar.

 

Tinha ele muita fé

Recebia com emoção,

A benção do padre da paróquia

Atendia todos com precisão.

Seguia seu novo destino,

Com fé e devoção.

 

Mas nem tudo é alegria

O menino só piorava,

Apegou-se com Padre Cícero!

A doença se agravava,

Foi até o convento.

Onde Lampião andava.

 

O povo dessa terra

São homens de muita fé,

Acreditam em Nosso Senhor!

E sua mãe: Maria de Nazaré,

Seu Pai: O carpinteiro.

Pai de Jesus: É José!

 

Um fato aqui é real

No interior e no sertão,

Povo sofrido e trabalhador,

Que tenho muita admiração.

Se correr o bicho pega,

Se ficar vira sabichão.

 

O cordel é engraçado

Conto aqui com precisão

A história do menino

Que queria ser Lampião

Que passou por nossa cidade,

No interior e no sertão.

 

O menino era seu admirador

Tinha por ele grande admiração

Quando eu crescer...

Vou virar Lampião.

Salvar meu povo sofrido

Animais doentes do sertão.

 

A vida tem seu destino

Cada um com sua história

O menino bom e destemido

Que seria uma glória.

Adoeceu e virou herói,

Na cidade: Eterna memória.

 

A história de Lampião

Aconteceu no sertão

Servia como justiceiro

E Padre Cícero o mensageiro

Lampião tinha obediência

Padre Cícero a eloquência

 

A enfermidade aumentou

O menino deu agonia

Levaram para hospital

Se internou no mesmo dia

Os parentes muito tristes

Estava com desinteria

 

A coisa foi piorando

Sua mãe fez promessa

Ao Padim Padre Cícero

Subir de joelho com reza

Mas o fato não aconteceu

Pois seu filho falece

 

Um lindo enterro

Apareceu na comunidade

Veio gente de longe

Do interior e da cidade

O menino Lampião

Queria ser celebridade

 

Na missa do sétimo dia

A Igreja lotou

Na Basílica de São Pedro

Onde Padre Cícero visitou

São Pedro teve piedade

Do menino com seu andor

 

Uma roupa do ídolo

Do Cangaceiro Lampião

O menino vestia sempre

E foi levada pro caixão

Jogaram flores para o alto

Parecia uma encenação.

 

Ao chegar ao céu

São Pedro foi atender

Pegou na mão do menino

Era hora do entardecer

Lampião com seu gibão

Padre Cicero foi compadecer.

 

  TEXRO E PUBLICAÇÃO DE WILAMY CARNEIRO. - POETA, ESCRITOR E CORDELISTA CEARENSE