LITERATURA DE CORDEL “O CEARENSE – CABEÇA CHATA QUE DESAFIOU A CACHOEIRA PAULO AFONSO”

LITERATURA DE CORDEL 

“O CEARENSE – CABEÇA CHATA QUE DESAFIOU A CACHOEIRA PAULO AFONSO”

 

AUTOR: WILAMY CARNEIRO 

1

Em território brasileiro

Nem todo mundo sabe

Os fatos de nossa história

Aí aparece num passe

Contarei pra vocês

Não é estória de buquês

Está guardado na memória

2

Um cearense destemido

Com sua imaginação

Saiu do nosso Ceará

Pra cumprir uma missão

Construir uma Usina

Eis aqui sua sina

Um Pioneiro na instalação.

3

O cearense Delmiro Gouveia

É da Cidade de Ipu

Nasceu numa fazenda

Alimentado por angu

Na Fazenda Boa Vista

Da Ibiapaba se avista

As águas e Serrote inhuçu

4

Delmiro e sua mãe

Foram morar em Recife

Perdeu sua genitora

Foi uma notícia triste

Seu primeiro emprego

De condutor e bilheteiro

E caixeiro no arrecife.

5

Delmiro foge com uma jovem

Se esconde na Usina Beltrão

Ela menor de idade

O cearense um quarentão

Fugiu da polícia num trem

Voou que nem quem-quem

Foi parar noutra região.

6

Ali Delmiro Gouveia iniciou

Sua brilhante imaginação

Na Cachoeira Paulo Afonso

Começou a construção

Da primeira Hidrelétrica

Com arquitetura geométrica

Do Brasil para a região.

7

Delmiro foi o pioneiro

Na construção da Usina

Levou Energia para o povo

A população nem imagina

Inaugurou com Energia elétrica

Em Pedra a cidade métrica

Numa inveja que lhe assassina.

8

Pedra ficou conhecida

A metrópole da região

Outrora, um lugar seco

Aumentou sua população

Com o desenvolvimento

O Nordeste sem sofrimento

Depois de sua inauguração.

9

A Antiga Vila da Pedra

Uma sesmaria em leilão

Da localidade Água Branca

Atual Delmiro Gouveia a região

Outrora uma Fazenda de Gado

Que fora um reinado

De Faustino Vieira um Capitão.

10

Chegou a Estrada de Ferro

Delmiro Gouveia estabeleceu

Com o negócio de couros

Seu comércio floresceu.

Construiu casas para o povo

Do gado e caprino com couro

A população o agradeceu.

11

A Primeira Usina do Nordeste

Com energia instalada

Foi de Delmiro Gouveia

Para Nação propagada

A Hidrelétrica de Angiquinho

Delmiro Gouveia abriu caminho

Para outra ser inaugurada.

12

A Usina Angiquinho

Abastecia toda cidade

Para a Indústria de Linhas

“Estrela” e toda comunidade

Com produção de Algodão

Enriqueceu a população

Dum povo sofrido

Com a desigualdade. 

 13

Angiquinho foi a primeira

Hidrelétrica na Cachoeira

Paulo Afonso da Bahia

O Rio São Francisco na ribeira

Obra de Delmiro Gouveia

Na margem alagoana

Dos engenhos de cana

Obra complexa e inteira

14

Para a sua construção

Delmiro contratou um italiano

Adquiriu os maquinários

Pois esse era seu plano

Chegaram técnicos franceses

Na antiga terra de cangaceiros

Rondava o paredão dos cânions.

15

A obra em expansão

Contraiu o mundo internacional

Com “Fábrica de Linha Estrela”

Despertou sua concorrente rival

Vieram propor negócios

Fingiram entrar de sócios

Pois eram homens maus.

16

A história teve um trsite fim

Armaram uma emboscada

Delmiro levou três tiros

Sua casa foi cercada

Maquinários destruídos

Suas peças Jogadas no rio

Mais uma vida calada.

 

LITERATURA DE CORDEL EM HOMENAGEM AO GRANDE EMPREENDEDOR CEARENSE DELMIRO GOUVEIA.

 

TEXTO E PUBLICAÇÃO DE WILAMY CARNEIRO. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS AO AUTOR.